A Ciência Cristã ensina que Deus tudo sabe. Como imagem de Deus, o homem reflete Sua compreensão infinita. Por isso, em realidade, você sabe tudo quanto precisa saber.
Na Ciência, receber a orientação divina não significa que Deus tenha de tomar a decisão e transmiti-la ao homem. O trabalho de Deus está feito. Nada lhe pode ser acrescentado nem tirado. O progresso do homem não é revisão nem acréscimo ao intento original. É o desdobrar-se do bem eterno, de acordo com a imutável lei de Deus. A Sra. Eddy escreve: “O homem é o descendente e a idéia do Ser Supremo, cuja lei é perfeita e infinita. Em obediência a essa lei, o homem revela para sempre as infinitas bem-aventuranças do Ser; pois ele é a imagem e semelhança da Vida, da Verdade e do Amor infinitos.” Miscellaneous Writings, p. 82.
Muitas vezes, em nossas atividades diárias, precisamos escolher entre alternativas humanas, Podemos até considerar necessário decidir, dadas as circunstâncias, qual a maneira menos errada de abordar um assunto. Frente a tais opções, não precisamos ficar amedrontados nem confusos. Quer nossas decisões se refiram a uma mudança de carreira, à compra de uma casa, quer, simplesmente, ao trabalho habitual, reconhecemos que, graças à Ciência, sabemos tudo o que precisamos saber. Quando reconhecemos nossa unidade espiritual com Deus, a Mente onisciente, destruímos a noção desanimadora de que não temos a orientação e a sabedoria necessárias para tomar uma boa decisão.
Com domínio e calma, Cristo Jesus tomava decisões, porque constantemente identificava em Deus a sua única fonte de compreensão. Destemidamente, declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” Respondendo aos críticos que compreenderam mal essa declaração, o Mestre explicou: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” Ver João 5:17–19.
À toda hora, requeria-se de Jesus que tomasse decisões sábias em seu ministério de cura e ensino. Seus inimigos tramavam manipulá-lo em decisões erradas, a fim de desacreditarem suas palavras e obras. Certa ocasião em que Jesus ensinava no templo, os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher pega em adultério. Com astúcia, perguntaram: “Na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?” Ver João 8:1–11.
Apesar da armadilha oculta, Jesus sabia exatamente o que fazer. “Inclinando-se, escrevia na terra com o dedo como se não estivesse ouvindo” (João 8:6, segundo a versão King James da Bíblia). Jesus deve ter reconhecido ser necessário, nesse momento crucial, dar ouvidos primeiramente ao sentido espiritual, que mantém o homem para sempre em perfeição impecável. Aparentemente, Cristo Jesus, nosso Guia, não se sentiu pressionado a dar rápida resposta.
Quando estava pronto, confiante na direção e proteção de seu Pai, levantou-se do chão e respondeu a seus críticos com o poder curativo da Verdade. Desfez a trama e no entanto abençoou a cada um dos presentes. Repreendendo-lhes severamente a hipocrisia, declarou, sobre a mulher: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra.” A começar pelos mais velhos, cada um foi se retirando convencido por sua própria consciência. Voltando-se para a mulher, disse: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? ninguém te condenou?” Respondeu ela: “Ninguém, Senhor.” Então lhe disse Jesus: “Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais.”
Ao abandonarmos nosso próprio plano humano e confiarmos em que a vontade divina se cumpre, discerniremos a resposta necessária através do Cristo — a verdadeira idéia de Deus. Quando a resposta vier, verificaremos não havermos tomado uma decisão, mas havermos feito uma descoberta. Havíamos vislumbrado o propósito de Deus. À medida que seguimos a nova luz, damos prova, em certo grau, de que o homem obedece à perfeita e infinita lei de Deus e “revela para sempre as infinitas bem-aventuranças do Ser”.
Pela obediência, apagamos os pensamentos derrotistas de pânico, apatia ou procrastinação. Acalentamos qualidades curativas, tais como alegria, fé, gratidão, e assim dissipamos o mesmerismo que tentaria defraudar-nos e retardar soluções. O homem imortal nunca está desamparado, separado da orientação divina nem destituído da compreensão perfeita. Mantendo essas verdades firmemente no pensamento, podemos fazer a mudança certa ou a melhor escolha, mesmo que não haja nenhum sinal exterior a indicar o caminho. Começando dessa maneira, descobriremos que nossa fidelidade à verdade divina que guia o homem, nos ajudará a aprender com quaisquer experiências, mesmo com aquelas que resultaram de um julgamento errado. Quer cheguemos a nossas conclusões através de intuição, quer daquilo a que a Sra. Eddy denomina em vários trechos “a lógica dos acontecimentos” Ver, p.ex., The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 223–224., nossa fé na verdade do ser assegura cura e progresso.
Incerteza e vacilação são ilegítimas, não têm origem na inteligência divina. Surgem humanamente, quando o que nos influencia com maior intensidade é a mente mortal, inclusive o falso sentido de que o homem é material e incompleto. Visto que a materialidade é uma ilusão, isto é, uma visão errada da vida, a mente mortal é um mau guia e nos leva, inevitavelmente, a um raciocínio falho. Privada da verdadeira compreensão, interpreta mal as nossas possibilidades e as limita. Talvez sugira que não podemos tomar boas decisões e que nosso único recurso é adivinhar e esperar o melhor.
Compreendendo que a mente mortal é um mito e não uma realidade, podemos rejeitar, como inverídicas, suas avaliações depreciativas e evitar ser influenciados pelo conceito errado de que somos incapazes ou de que não estamos à altura da situação. Nossas genuíno eu, no Espírito, está completo, nada de bom lhe falta. Nossas possibilidades de progresso, portanto, dependem realmente da Mente imortal e esta não conhece limitação nem pedra de tropeço. Cedendo à presença e ao poder divinos, adotamos como nosso ponto de vista o infinito e elevamos nossas expectativas. “Quando o homem é governado por Deus, a Mente sempre presente que compreende todas as coisas, o homem sabe que para Deus tudo é possível” Ciência e Saúde, p. 180., escreve a Sra. Eddy.
À medida que Deus, o bem, se torna mais real para nós e começamos a perceber que estamos para sempre a salvo e seguros, sob os cuidados onipotentes do Amor divino, alguma decisão que antes considerávamos tão vital para o nosso bem-estar, torna-se secundária, perante o crescimento espiritual. Despertar para o nosso ser perfeito, em Cristo, vem a ser a coisa mais importante para nós. Esse libertarmo-nos da pressão e da ansiedade não deve ser confundido com estarmos dispensados de tomar uma boa decisão. Remove simplesmente o sentido de preocupação e responsabilidade que, a ser nutrido, obscurece nossa consciência e cerra-nos os olhos à iluminação específica de que necessitamos. Cônscios da supremacia de Deus, deixamos de nos preocupar com exigências que nos são feitas. Abandonamos a frustradora consternação e adquirimos um apreço maior por aquilo que Deus está fazendo pelo homem.
Enaltecidos na consciência da totalidade de Deus, estaremos mais propensos a fazer aquilo que melhor servir aos propósitos do bem, em nossa vida. Assim, não seremos tolhidos pelo medo nem pela dúvida. Poderemos ser guiados a agir rapidamente. Ou, guiados a esperar. Ou, a não fazer nada. Poderemos descobrir que necessitamos de mais paciência e amor, em vez de precisar de uma mudança. Seja qual for a exigência específica, o sabermos que Deus está em pleno controle e que nada é deixado por fazer em Seu universo, nos fará progredir até uma cura que resolverá o dilema.
Afirmar, em oração, “sei o que fazer”, não é uma jactância arrogante, se estivermos baseados na compreensão de que nosso eu real é o perfeito reflexo de Deus, Deus que é a causa perfeita e única. Pode ser humanamente sábio admitir que não sabemos o que fazer numa determinada situação. Mas não temos de permanecer nesse ponto. A verdadeira humildade habilita-nos a perceber as capacidades ilimitadas que possuímos em Cristo. Com tal humildade, não nos atribuímos mais do que aquilo que estamos demonstrando. Sem embargo, essa humildade significa que, para alcançar a cura, reconhecemos destemidamente a verdade absoluta de nosso ser.
Realmente, receber a orientação divina não é algo que acontece uma vez ou outra, quando uma ocasião especial o exige. Na verdade, temos essa orientação continuamente e em todas as circunstâncias. É nosso direito inato, como filhos de Deus. O saber inteligente é uma faculdade divina refletida por nossa individualidade espiritual. À medida que nos valemos dessa faculdade a nós conferida por Deus, e aguardamos somente o bem em resultado, sentimo-nos em paz e confiantes, face a decisões difíceis. Provamos, com certeza cada vez maior, que sabemos o que fazer.
Espera no Senhor, segue o seu caminho,
e ele te exaltará para possuíres a terra.
Salmos 37:34
 
    
