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O desejo que cura e abençoa

Da edição de maio de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando nossos desejos tomam forma segundo a lei de Deus, elevamo-nos espiritualmente e não mais tratamos de “usar” a Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss) a fim de conseguir resultados materiais. Somos abençoados com elevar espiritualmente nossos pensamentos, e estes abençoam outras pessoas também. A oração científica é oração que cura. As bênçãos espirituais pelas quais nos empenhamos (isto é, aquelas que discernimos e aprendemos a utilizar), ajudam a inspirar a humanidade.

A Ciência Cristã salienta que, muito embora seja legítimo o desejo de ser curado, de ser útil, de viver bem, o que realmente importa é como oramos para receber essas bênçãos.

Pessoas, curadas pela Ciência Cristã de doenças ditas incuráveis, dão testemunho de que a oração cura, quando visa a demonstração da realidade espiritual. Essa oração não almeja o ganho material. Não é mero implorar a Deus para que cure uma moléstia física, ou pedir perdão por sermos pecadores, nem suplicar que nos salve do inferno no futuro. Essa oração cultiva e torna ativo o desejo insaciável de entender e demonstrar ainda mais a natureza de Deus na consciência individual. Assim orou Cristo Jesus, depois de sua última ceia com os discípulos: “Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” João 17:5.

A pretensão mesmérica de que cada indivíduo tem sua mente própria, sujeita a contemplar quadros mentais pérfidos e limitadores, é algo a que temos de resistir, algo que temos de destruir. A Ciência Cristã nos mostra como fazê-lo por meio da oração.

A oração da compreensão espiritual é eficaz. Revela que a totalidade do ser é, de fato, a própria Mente divina e suas idéias infinitamente variadas. Tal oração denuncia a noção material de personalidade e a substância chamada “matéria” como falsificações — que na realidade não existem nessa Mente. Desvenda o poder, a presença, a ação e a lei de Deus, refletidas no caráter e na substância de toda verdadeira individualidade.

À proporção que reconhecemos a Mente divina e suas qualidades, as atrações mesméricas das inclinações carnais e a materialidade perdem seu fascínio e sua aparente realidade. Qualidades espirituais como paciência, amor abnegado, pureza, realização, têm de ser vividas e nutridas. À medida que atingimos esse estado de consciência, o suposto contrário do eu genuíno — o desregramento do pensamento material indulgente, do orgulho, do ressentimento, da impaciência, da lascívia e assim por diante — fica vencido e destruído.

Essa regeneração espiritual libera do pecado, enriquece a experiência humana em todos os detalhes e garante a cura.

Se, no entanto, não há na oração o desejo sincero de reconhecer o reino de Deus e de expressá-lo, talvez nos perguntemos por que não ocorre a cura. Temos de reorientar os desejos humanos afastandonos de querer resultados materiais (o bem na matéria), e visar a realização e aceitação mais amplas das bênçãos espirituais infinitas que já nos foram concedidas, em nossa qualidade de filhos de Deus. Acompanhados do desejo ardente e sincero de viver-se como o homem criado por Deus, e de demonstrar-se essa identidade, os elementos do ser espiritual se iluminam. Então cessamos de lutar por melhorias materiais. Em vez disso, a ação espiritual da Mente divina, refletida em nossa consciência, dá impulso a cada empreendimento humano justo que visa eliminar o medo e glorificar a Deus, culminando em curas de pecado e de doença.

Esse impulso espiritual é o poder de curar que Jesus provou tão eficaz. Sabia ele que esse poder abençoaria seus seguidores por toda a eternidade. O Mestre disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33.

O poder espiritual da verdade do ser é o Cristo sanador, que nos liberta de toda discórdia. Esse Cristo, a Verdade, nos faz conscientes do amor infinito de Deus, de Seu cuidado infalível, de Seu inviolável poder e presença. Esse Cristo na consciência nos protege de sucumbir àquilo que é contrário ao ser real — de aceder ao medo, à força de vontade, ao ódio, e até mesmo nos protege de fazer concessões ao pensar e viver sem princípios.

Com desejar intensamente ter a inocência espiritual, a força e a segurança do ser divino, e fazer-lhes companhia, fechamos a porta da consciência a experiências e pensamentos negativos. Assim não caímos na rotina da improdutividade e da monotonia. Ficamos livres para testemunhar o bem infinito do ser real e dele desfrutar.

Mary Baker Eddy, quem descobriu e fundou a Ciência Cristã, explica melhor esse tipo de oração nestas palavras: “Quando um coração faminto pede pão ao divino Pai-Mãe Deus, não recebe uma pedra, mas mais graça, obediência e amor.” E acrescenta: “Se esse coração, humilde e confiante, pedir sincero que o Amor divino o alimente com pão do céu, saúde e santidade, será amoldado ao ponto de estar apto a receber a resposta a sua aspiração; então a esse coração afluirá a ‘torrente das Suas delícias’, o afluente do Amor divino, e grande progresso na Ciência Cristã seguir-se-á — mesmo aquela alegria que resulta de encontrarmos nosso próprio bem no bem que proporcionamos a outrem.” Miscellaneous Writings, p. 127.

A luta pela saúde e felicidade muitas vezes nos desperta e nos faz compreender que o bem duradouro não se encontra num modo de viver materialista. As lutas nos podem forçar a procurar fontes distintas do eu material e da matéria. A humanidade faminta de realização e segurança na matéria vem a descobrir que a matéria é transitória, instável e indigna de confiança. Quando, porém, almeja o ser espiritual e dá a este, ainda que em pequeno grau, mais valor do que ao pensar materialista, a satisfação espiritual começa a substituir os anseios frustrados e os dissabores. Esse pensar espiritualmente iluminado nos eleva acima da mediocridade, e traz à tona nosso verdadeiro potencial espiritual de filhos de Deus.

Todo o bem espiritual de Deus, todo o bem que realmente existe, está refletido na qualidade de nossa verdadeira identidade. Portanto, cada um de nós realmente existe na posição de ter saúde, integridade, criatividade. Devido a essa abundância do bem, devemos e podemos abandonar a noção finita, pessoal, do ser, bem como suas limitações e desarmonias, em favor de nosso ser único e genuíno, a expressão da Mente divina, reconhecendo suas riquezas espirituais e participando delas. Os pensamentos que emanam do Ego único, a Mente divina, conferem saúde, felicidade, produtividade. Há grande conforto nas palavras da Sra. Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A devoção do pensamento a um empreendimento digno torna possível esse empreendimento.” Ciência e Saúde, p. 199.

Quando reconhecemos a autoridade espiritual e o domínio exercidos pela verdadeira consciência, o sentimento de levar-se existência sem finalidade e sem realização cede à motivação espiritual, a qual é, por sua vez, altamente produtiva. Os tesouros do amor divino existem sempre e estão à disposição na consciência individual. Compreendidos e praticados, enriquecem nossa experiência melhor do que qualquer outra coisa. A lei de compensação oferecida por Deus demonstra-se até mesmo no que se refere a erros e lamentos do passado, pois Deus disse: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto.” Joel 2:25.

Portanto, por meio da aplicação da Ciência Cristã, isto é, a lei de Deus, os desejos humanos se tornam mais moderados, põem-se mais de acordo com o Princípio, dão melhor exemplo do homem criado por Deus. À medida que nossos desejos se tornam mais cristãos, redefinem suas prioridades espirituais e deixam de ser instrumento da mente carnal, cessam de subordinar-se ao sentido falso, material. Quando, na Ciência, lutamos contra o mal e damos provas de sua irrealidade, compreendemos como é importante evitar que desapareça ou diminua o anseio pela espiritualidade. Sabemos que o modo de pensar espiritualmente iluminado deve, e pode, brotar na consciência continuamente.

O desejo humano é bom barômetro para discernir a espiritualidade, no pensar e no viver. A espiritualidade acelera a difusão do cristianismo primitivo e sua prática da cura divina no mundo de hoje.

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