Hoje em dia, muitas pessoas estão à procura de emprego, enquanto outras que trabalham, sentem-se muitas vezes descontentes e infelizes com sua atividade. Talvez achem que suas oportunidades e recursos são limitados, ou se sintam desanimadas por outras condições desafiadoras. No entanto, quão aprazível um bom trabalho pode realmente ser!
Como perceber isso? Por meio de uma perspectiva melhor sobre emprego — uma base espiritual para nosso trabalho. A vida de nosso Mestre, Cristo Jesus, indica que o trabalho mais feliz é aquele que Deus nos concede. Qual é esse trabalho? É o de servir a outros. O Mestre disse: “No meio de vós, eu sou como quem serve.” Lucas 22:27.
Ainda menino, Cristo Jesus afirmou que seu propósito era cuidar dos negócios de seu Pai — a atividade de servir a Deus em benefício da humanidade. Sua vida foi inteiramente dedicada ao serviço mais elevado. Mediante sua espiritualidade, ele venceu as mais duras circunstâncias a fim de demonstrar o poder de Deus para curar e salvar a humanidade.
Como Jesus nos mostrou, o verdadeiro sentido de serviço se adquire mantendo nosso pensamento fixo em Deus e levando uma vida condizente com Sua lei. Assim constata-se que o desejo de servir a Deus e à humanidade torna-se supremo. É isso o que alegra e faz vibrar o espírito.
As pretensões do mal que procuravam dissuadir Jesus de dedicar-se à sua verdadeira obra Ver Mateus 4:1–11., não são diferentes daquelas que, hoje, procurariam nos impedir de servir. O mundo nos incita a buscar “a fama e a fortuna”, procurando o melhor para nós mesmos, ao invés de melhorar a sorte de outros. Quanto o nosso potencial de contribuir para a raça humana fica obscurecido pelo desejo de ganho pessoal, de riqueza, prestígio, poder! Tais coisas nunca impediram o Mestre de servir genuinamente a Deus e à humanidade.
O que é que o animou a perseverar, durante aquelas horas de tentação? A mesma coisa de que necessitamos para continuar com o que quer que nosso verdadeiro sentido de servir requer: discernir as coisas corretamente, de um ponto de vista espiritual, e reconhecer que os argumentos mundanos são pretensões errôneas do “mentiroso e pai da mentira” João 8:44. — como Jesus, mais tarde, denominou o diabo, ou o mal. Parafraseando um hino bem conhecido, a Sra. Eddy descreve os mesmos argumentos da seguinte forma: “A velha história: de Satã e sua mentira.” Unity of Good, p. 44. Debelamos essas mentiras de maneira radical ao tomar o ponto de partida da realidade divina.
A Ciência Cristã ensina que Deus, a Mente divina, e Sua idéia, são a única realidade. A clara compreensão desse fato espiritual invalida o poder dessas pretensões da mente mortal — a crença de uma mente oposta à Mente divina, Deus. Essa crença pretende solapar a harmonia e roubar-nos a felicidade que encontramos quando temos a noção correta do que significa servir.
Deus é o único poder. Conhecer esse fato anula o poder de qualquer sugestão que pretenda instilar dúvida e descrença ou de desviar o pensamento da atividade dada por Deus e do conhecimento de que todo empreendimento correto procede da Mente, Deus. Essas sugestões agressivas são destruídas ao compreendermos que a Mente, o Amor divino, capacita-nos a refutar o irreal e conscientiza-nos do espiritualmente real — a bondade de Deus, sempre presente, eterna.
Um compromisso de servir com sinceridade — de dar com altruísmo — é o primeiro passo na demonstração de uma noção mais elevada de emprego e de satisfação no trabalho. Quanto mais elevado é o nosso conceito de servir, tanto mais úteis somos aos outros, tanto mais construtivas e úteis nossas atividades no trabalho e tanto mais valiosa a nossa colaboração. Começamos a ver a prova de que o verdadeiro progresso vem de Deus e se alicerça na bondade abundante de Deus e na solicitude pelos que são Seus.
Mediante a oração somos levados a eliminar características mortais, tais como a avareza, o hábito de censurar, o ressentimento, a falta de esmero. Quando nos esforçamos para viver mais ativamente as qualidades de Deus, demonstramos mais inteligência, energia, amor e satisfação em nosso local de trabalho. Isso resulta em progresso e adiantamento.
Cristo Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” João 5:17. E ele mostrou que a base espiritual de trabalhar e de servir é uma só — o amor a Deus e ao homem. Prestar o maior serviço que se pode a Deus e à humanidade, é o trabalho que se nos exige hoje.
“Muito bem,” talvez alguém diga. “Tudo isso pode ser bom, mas eu necessito de um trabalho que me possibilite sustentar minha família, pagar as prestações da casa, comprar um carro!”
A Sra. Eddy escreve: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana. Não é justo imaginar que Jesus tenha demonstrado o poder divino de curar somente para um número seleto de pessoas ou para um período de tempo limitado, porque a toda a humanidade e a toda hora, o Amor divino propicia todo o bem.” Ciência e Saúde, p. 494. Podemos nos volver a Deus, o Amor, e confiar nEle plenamente. Cada um tem um nicho especial a ocupar, um serviço especial a realizar no plano do Amor. A confiança absoluta em Deus, a Mente divina, significa a disposição de estar onde nosso Pai celeste deseja que estejamos, de fazer o que Ele quer que façamos. Essa é a forma mais garantida de ajuda, na procura de nosso lugar correto e de nosso emprego certo. Quando nosso pensamento e nossas ações se focalizam no divino, não podemos ser privados de um lugar cheio de propósito em nosso trabalho e viver diários. Tal como na promessa de Deus a Moisés, assim é Sua asseveração para nós hoje em dia: “Eis que eu envio um Anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho, e te leve ao lugar que tenho preparado.” Êxodo 23:20. A disciplina ajuda-nos a cultivar a aptidão de escutar e prosseguir com esperança e confiança.
Mediante a oração inspirada — a oração que conhece vibrantemente o poder total de Deus e sua presença eterna — as crenças errôneas de dúvida e ansiedade são superadas. Compreendendo o governo da Mente sobre todas as coisas, não delineamos onde deve ser o nosso trabalho, mas declaramos a onipotência de Deus e confiamos no plano que o Amor preparou e no suprimento infalível. Os argumentos de limitação e interferência não nos impedem de sermos levados ao local preparado pela Mente divina, se reconhecemos ativamente a unidade do homem com Deus.
O homem, unido a Deus, compreende e expressa o bem infinito. Estar consciente dessa verdade faz com que se manifeste a atividade construtiva. A Mente identifica o homem como a imagem e semelhança de Deus, e a Mente é a única fonte de toda atividade que satisfaz.
Ao reivindicarmos e usarmos as idéias espirituais que o Amor transmite, saberemos quais os passos a dar. Ninguém é deixado de fora ou é esquecido por Deus. Sua provisão inclui a todos. Na proporção em que reconhecemos ser o Espírito, Deus, a fonte do bem, sabemos o caminho que conduz a um verdadeiro conceito de trabalho e de substância duradoura. A confiança em Deus capacitou o Mestre a dizer: “Tudo me foi entregue por meu Pai.” Lucas 10:22.
Colocar Deus em primeiro lugar é um elemento essencial na procura de nosso lugar correto, seja qual for nosso campo de atividade. E a Verdade e o Amor transmitem a inspiração necessária bem como a maior felicidade e satisfação. Servir verdadeiramente significa expressar o Amor divino, demonstrar mais a unidade do homem com o Amor e a solicitude do Amor pelo homem. Não podemos passar privação, se expressamos o Amor. Esse servir não só atende à necessidade humana, como traz maior compreensão espiritual e capacidades ampliadas. Capacita-nos a demonstrar a lei de Deus.
Seja qual for nosso trabalho, ao mantermos nosso pensamento em harmonia com a lei divina do amor, podemos ter a certeza de que nosso Pai celeste nos guia e nos dirige. O esforço humano é essencial, mas não é suficiente por si só para concretizar a felicidade pela qual ansiamos. Mas corresponder ao impulso divino e manter lealmente o pensamento em linha com a Mente, provê ganho passo a passo. A lei de Deus, cumprida, revela clareza, ordem e sabedoria.
Nesta hora atual, existe uma grande necessidade de trabalhar altruisticamente e de ser o melhor que se pode ser. Quando o amor a Deus e ao nosso próximo for mantido no pensamento, em oração e com firmeza, haveremos de encontrar oportunidades cada vez mais numerosas de dar testemunho da bondade de Deus no trabalho e em nossas realizações.
O mundo está faminto de provas de motivação espiritual desse tipo. Essa motivação conduz a um sentido mais elevado de atividade e recebe plena recompensa em maiores oportunidades de sermos úteis.
