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Êxodo do dilema moral

Da edição de julho de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


De muitos quadrantes do mundo ouvem-se vozes condenando o que poderia ser denominado decadência do mundo ocidental — sua absorção no materialismo, principalmente a sensualidade e negligência em relação à moral e à espiritualidade. Uma boa parte da culpa por essa deterioração se atribui à “revolução sexual”.

Se um aspecto da revolução sexual liberta homens e mulheres de conceitos estereotipados — dando à mulher a liberdade de ser tratada eqüitativamente nas atividades profissionais, e ao homem a liberdade de expandir suas qualidades educacionais na família e no lar — isso é progresso na ordem social. Se, porém, outro aspecto da revolução social envolve a quebra de valores morais — resultando para muitos na licenciosidade de fazer o que bem lhes agrada, ao invés de agradar-se em fazer o bem — aí surge um dilema moral.

Ouvimos dizer: “Você não aprova como vivo” ou “Não aprovo o estilo de vida de meu filho ou minha filha.” A maioria das pessoas não optaria deliberadamente por viver fora dos padrões expostos no Antigo e no Novo Testamento, se verdadeiramente compreendesse as razões espirituais desses padrões. No entanto, a crença generalizada em pressões psicológicas e biológicas tem contribuído para a tentativa de justificar as relações sexuais fora do matrimônio.

Durante muitos séculos, o mundo ocidental foi protegido pelo fato de estar fortemente arraigado na Bíblia. As exigências morais e cristãs estabelecidas nas Escrituras têm sido, pelo menos, o padrão geralmente aceito, ainda que sofrivelmente praticado. Embora a prática dessas exigências, em alguns casos, tenha conhecido considerável deterioração, seu fundamento permanece intato. Servirá de base para uma disciplina espiritual individual e para uma sociedade mais pura, a emergir dessa disciplina. A Bíblia nunca deixou de ser, para muitíssimas pessoas, o amado e respeitado mapa da vida. A verdade que as Escrituras ensinam, praticada hoje em dia, abrirá o caminho para um êxodo moderno — um êxodo para longe da absorção na sensualidade. A Bíblia promete ricas bênçãos, inclusive segurança, para os que obedecem a seus ensinamentos. O Salmista frisa: “Sustenta-me, e serei salvo, e sempre atentarei para os teus decretos.” Salmo 119:117.

Muitas pessoas envolvidas em relações sexuais extramaritais, ou em homossexualismo, querem abandonar essas relações, mas vêem-se escravas da sensualidade. Para quebrar esse grilhão, é importante que aquele que procura libertação da imoralidade sexual, se arme continuamente contra essa forma de erro — não por medo, mas por uma questão de bom senso. Um hino realça:

Veste tua armadura celestial,
Usa-a sempre, noite e dia;
De tocaia está o inimigo.
Vigia, e ora.Christian Science Hymnal, n° 67.

Se as tentações antigas persistem, o indivíduo que está lutando pela liberdade moral e espiritual, pode lembrar-se da experiência dos israelitas que, depois de escaparem da terra onde eram cativos, foram perseguidos por seus ex-senhores. A coragem brota ao considerar no íntimo as palavras de Moisés: “Não temais: aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.” Êxodo 14:13, 14.

A narrativa do êxodo dos israelitas lembra ainda a “coluna de nuvem” que Deus colocou entre os hebreus e seus ex-senhores “de maneira que em toda a noite estes e aqueles não puderam aproximar-se”. E lembra, também, a dramática vitória dos filhos de Israel, quando estes caminharam em solo seco no meio do Mar Vermelho cujas águas se separaram, marcando definitivamente sua libertação. Ver Êxodo 14:19–27.

Para aquele que está lutando para livrar-se de relações sexuais ilícitas, o que talvez pareça um Mar Vermelho se abrirá, à medida que desenvolver uma compreensão da verdadeira natureza do homem. Assim como o Antigo Testamento fornece a regra, assim como os ensinamentos de Cristo Jesus trazem o desejo de obedecer, assim também a Ciência Cristã auxilia a ver como obedecer à regra.

O respeito pela lei bíblica e a humildade que vem com a obtenção de ainda que um pouco do espírito do cristianismo, abrem o caminho à compreensão do ensinamento da Ciência Cristã: que todas as idéias corretas vêm de Deus, a Mente divina, e têm de ser puras; que o amor é uma qualidade que o homem reflete do Amor divino e deve estar isento de pecado; que a espiritualidade, por ser verdadeiramente o estado inato do homem como expressão de Deus, o Espírito, impossibilita a luxúria; que a verdadeira satisfação não vem da satisfação sensual momentânea, mas de ser bom e fazer o bem; que a genuína afeição humana não é egoísta.

A Bíblia e os escritos da Sra. Eddy nos instam a abandonar os prazeres sensuais, a encontrar alegria real e satisfação em aprendermos a verdade sobre Deus e o homem, e a tentar viver de acordo com essa compreensão. Em Ciência e Saúde, encontramos esta promessa: “A Verdade faz uma nova criatura, na qual as coisas antigas passam; ‘eis que se fizeram novas’. Paixões, egoísmo, falsos apetites, ódio, medo, toda sensualidade, cedem à espiritualidade, e a superabundância do ser está do lado de Deus, o bem.” Ciência e Saúde, p. 201.

No episódio da mulher surpreendida em adultério, relatado no Evangelho de João, sem dúvida Cristo Jesus viu a verdadeira identidade da mulher, pura e perfeita como fora criada por Deus, ao invés de ver uma pecadora prestes a ser apedrejada devido à sua má conduta. Jesus expressou o amor do Cristo pela mulher a tal ponto, que pôde separá-la do adultério. E esse mesmo profundo amor espiritual separou seus acusadores da cruel justificação própria que sempre procura expor e julgar o indivíduo, em vez de o pecado.

Lembramos as palavras do Mestre aos acusadores: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra.” Deu-se então o êxodo dos acusadores, “a começar pelos mais velhos até os últimos”. O incidente termina com a compassiva asseveração de Jesus à mulher: “Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais.” Ver João 8:1–11.

A verdade é que o homem não é um mortal sensual. Seu verdadeiro ser como homem, idéia impecável de Deus, é espiritual e perfeito. Para a pessoa que está lutando para desvencilhar-se da imoralidade sexual — orando diariamente, ocupando seus pensamentos com a verdade aprendida no estudo da Bíblia e das obras da Sra. Eddy, e esforçando-se corajosamente para viver de acordo com sua verdadeira natureza espiritual — o Amor divino certamente abrirá o caminho. Essa pessoa realizará, então, o seu próprio êxodo!


O fruto do Espírito é:
amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Contra estas cousas não há lei.

Gálatas 5:22, 23

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