Sabendo que sou Cientista Cristã, uma vizinha me perguntou recentemente: “O que você faria se ficasse gravemente doente? Faria algo a respeito ou não?”
“Sim, claro que eu faria alguma coisa a respeito da doença”, assegurei-lhe. “Volver-me-ia a Deus em oração, como o fiz durante toda a minha vida.”
“Orar é bom”, disse ela. “Mas seja realista, em alguns casos você simplesmente não pode perder tempo. Você tem de fazer algo!”
Para a maioria das pessoas, “fazer algo” a respeito de uma doença significa procurar ajuda médica. E geralmente a oração é considerada, quando muito, suplementar a tal ajuda. Assim, quando os Cientistas Cristãos decidem apoiar-se inteiramente em Deus para a cura de uma doença, pode parecer que não estão fazendo nada para resolver o problema.
No entanto, o fato é que os estudantes conscienciosos de Ciência Cristã não ignoram nem toleram a doença ou o sofrimento. Eles, como os outros, dão valor à saúde normal e cuidam muito de seu próprio bem-estar e o de suas famílias. Portanto, por ocasião de uma doença, os Cientistas Cristãos não assumem um papel passivo. Agem de modo decisivo e responsável, da maneira que, com convicção, consideram ser a mais eficaz — volvendo-se profundamente a Deus em oração, reconhecendo Sua natureza e totalidade. Como sabem por experiência, tal oração é prática: produz a cura.
Logicamente, nem todos acham que a oração pode trazer a cura — ao menos não a um nível seguro e confiável. Muitas pessoas boas, que oram devotamente, considerariam arriscado confiar apenas em Deus para curar a doença, especialmente em situações de emergência. Isso é compreensível, quando se encara a oração como uma simples súplica a Deus através da fé cega. Essa maneira de agir, compreende-se, não é de todo previsível em seus resultados. A fé é essencial à oração, mas, como a Ciência Cristã explica, basearmos a fé na compreensão constitui a diferença crucial. “Se compreendêssemos Deus, em vez de meramente crermos nEle”, escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã, “essa compreensão estabeleceria a saúde.” Ciência e Saúde, p. 203.
O impacto prático da compreensão é tão significativo na cura cristã, como o é na matemática. Por exemplo, suponhamos que eu lhe diga: “Tenho muita fé na geometria. O seu funcionamento é, para mim, inteiramente misterioso, mas tenho fé nela.” Você pode dizer ou pensar: “Isso é bom, mas não vai lhe ajudar nada quando chegar a hora de resolver um problema de geometria.” E naturalmente você teria razão! Se eu, no entanto, dissesse: “Sei que a geometria é baseada em regras lógicas e demonstráveis. Estou estudando essas regras, procurando compreendê-las e aprendendo a empregá-las.” Obviamente, isso faria uma grande diferença em minha maneira de enfrentar o problema e nas chances que teria de ser bem sucedida.
De maneira semelhante, a profunda compreensão acerca de Deus elimina da cura cristã qualquer elemento de mistério ou acaso. É isso que nos habilita a demonstrar, com segurança, o divino poder curativo e essa é a base da oração do Cientista Cristão. Como Princípio criador da saúde do ser do homem, Deus não é uma Divindade distante, semelhante ao homem, que concede suas bênçãos caprichosamente e ao qual é preciso implorar para que aja a nosso favor. Ao contrário, “Deus é compreensível, cognoscível e aplicável a toda necessidade humana” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 238., como o declara a Sra. Eddy.
Cristo Jesus provou que o poder de Deus é digno de confiança, curando a doença sem ajuda de medicação, cirurgia material ou qualquer outro método não espiritual. Exclusivamente pelo poder espiritual, a epilepsia, a lepra e a paralisia foram curadas; uma hemorragia de longa data foi estancada; uma menina de doze anos foi devolvida à vida. Ver Mateus 17:14–18; Mateus 8:2–4; Mateus 8:5–13; Mateus 9:20–22; Marcos 5:22–24, 35–43. Não importava se o problema era orgânico ou funcional, agudo ou crônico, se o sofredor era uma criança ou um adulto. A doença, sob qualquer aspecto e em qualquer grau, simplesmente não podia resistir ao contato com o Cristo, a Verdade, que Jesus expressava em sua plenitude. A discórdia desaparecia tão naturalmente como desaparece um erro de matemática, quando a resposta correta — e a regra que a governa — é compreendida.
O Cientista Cristão esforça-se para seguir o supremo exemplo de cura empregado pelo Mestre, pois, afinal, Jesus ordenou claramente que seus seguidores, em qualquer época, curassem os doentes e remissem os pecadores. Teria ele feito tal exigência se a mesma não pudesse ser cumprida? Ele também prometeu: “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço,” e, “o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” João 14:12, 26.
As obras do Mestre ilustram plenamente a aplicação da verdade curativa de Deus às necessidades da humanidade. A Ciência Cristã fornece a explicação de como Jesus fazia suas obras, de maneira que a humanidade não precisa continuar tateando, na esperança de curar através do Cristo sem saber bem como chegar a esse resultado. E o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, contém a exposição completa da cura cristã científica. Nele a Sra. Eddy salienta: “A metafísica divina está agora reduzida a um sistema, a uma forma compreensível e adaptável ao pensamento da época em que vivemos. Esse sistema habilita o aluno a demonstrar tanto o Princípio divino, no qual estavam baseadas as curas de Jesus, como as regras sagradas para a aplicação atual desse sistema à cura da doença.” Ciência e saúde, pp. 146–147.
Até agora vimos que, para um Cientista Cristão, “fazer algo” a respeito da doença significa volver-se a Deus em oração; que essa oração se baseia numa fé com compreensão, em vez de em mera crença; que Jesus forneceu o precedente para curar unicamente através de meios espirituais; e que os ensinamentos da Ciência Cristã explicam como se realiza tal cura. Ora, examinemos alguns dos elementos específicos dessa atividade decisiva e responsável que é a oração curativa ou tratamento pela Ciência Cristã.
Em primeiro lugar, não é uma questão de implorar a Deus para que coloque em ação a Sua lei salvadora, visto que, em realidade, ela já está em ação. É uma questão de reconhecer, através do sentido espiritual, a atividade sempre presente dessa lei. O Salmista expressou a essência dessa oração: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.” Salmos 119:18. Isso requer que desafiemos destemida e especificamente a dor, o mau funcionamento, a fraqueza ou qualquer outro erro, e que afirmemos o controle harmonioso e perfeito de Deus sobre tudo o que Ele cria.
Por estar baseada numa compreensão da lei divina, a oração na Ciência Cristã é necessariamente lógica, mas não contém fórmulas. Naturalmente, a inspiração e a receptividade espiritual são essenciais. Também o são o desejo e o esforço sérios por sermos mais semelhantes ao Cristo. De maneira alguma é mister que o indivíduo tenha apreendido toda a Verdade para poder ser curado, mas certas premissas básicas são necessárias à sua oração ou tratamento metafísico.
Uma delas é ter a convicção do cuidado amoroso de Deus pelo homem e de Sua habilidade para salvar da doença e do pecado. Outra, é reconhecer que Deus é Tudo-em-tudo, o único poder verdadeiro, e que o mal realmente não tem poder. Também é importante compreender que o homem, nossa verdadeira identidade, é de fato a imagem e semelhança perfeita e espiritual de Deus e não um mortal cheio de falhas, irremediavelmente sujeito a condições corpóreas. Os Cientistas Cristãos encontram orientação adicional sobre como vencer as peculiaridades de um caso, no estudo regular e consagrado da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã. Às vezes, decidem pedir a um experiente praticista da Ciência Cristã para orar também.
E, como é que tudo isso influi no estado físico? À medida que o medo e a agitação da mente humana cedem lugar à harmonia e à saúde da Mente divina, o corpo (o resultado de nosso pensamento), corresponde naturalmente a essa mudança e a saúde é restaurada. Às vezes, esse ceder ocorre instantaneamente. Outras vezes a cura é mais gradativa. Em qualquer dos casos, a doença é destruída em sua origem, no pensamento mortal, e assim é permanentemente eliminada. Além do mais, o indivíduo curado superou, em certo grau, a crença de que a matéria é conclusiva. Cresceu na compreensão de que o Espírito, Deus, é a verdadeira substância da vida.
É seguro confiar em Deus para a cura. Minha família e eu confiamos nEle há três gerações e fomos curados de muitos tipos de doença, inclusive em várias situações de emergência. Temos tido provas, assim como muitas outras pessoas no mundo todo também tiveram, de que volvermo-nos a Deus em oração, com entendimento, é um ato completamente realista. É, verdadeiramente, “fazer algo” a respeito da doença.
 
    
