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Homossexualidade: como um homem foi curado

[O que segue é um diálogo entre dois estudantes de Ciência Cristã.]

Da edição de julho de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando foi que você sentiu que desejava ficar livre?

Eu estava vivendo com outro homem e nosso relacionamento tinha se tornado intolerável. A princípio parecia ser apenas alguma espécie de conflito de personalidade do qual eu queria me ver livre. Mentalmente eu estava um trapo. Meu trabalho era improdutivo. Hoje percebo que toda aquela angústia e sofrimento eram inevitáveis. Comecei a ver que eu não só queria libertar-me daquele relacionamento homossexual, como também cair fora de todo aquele ambiente mental, conquanto se tratassem de sensações de longa data, aliás, desde a adolescência.

As crenças sobre homossexualidade são de que o meio ambiente, a educação e as experiências da vida podem produzir produzir essa tendência, ou então que se trata de uma característica “inata”. Mas agora vejo que a homossexualidade, ainda que seja considerada como de origem genética, tem suas raízes numa falsa visão sobre o homem. É uma crença cultivada, assim como todo pretensão da mente mortal o é. Alguma coisa consciente ou inconscientemente aceita ou acreditada. Naquele tempo eu não percebia isso.

Talvez eu não estivesse disposto a tomar uma atitude para ser curado da homossexualidade, porque eu não queria separar-me do que eu considerava como prazeres. Entretanto, sabia que a homossexualidade estava em desacordo com aquilo que eu vinha aprendendo na Ciência Cristã acerca da relação pura do homem com Deus. E agora me regozijo na cura completa e na liberdade que resultaram por meio da oração e da regeneração espiritual.

Recordo que, antes da cura, um determinado trecho da Epístola aos Romanos se me ressaltou um dia, como nunca antes. Foi Romanos 1:24-32. Ao ler esse trecho recebi um choque muito grande. Pareceu-me que Paulo dizia estarem ligados uns aos outros todos os pecados que ele, então, passa a enumerar. Que aceder a um desses impulsos pecaminosos torna o indivíduo submisso aos outros e, em certo sentido, indica estar de acordo com eles. Era-me dolorosamente óbvio que eu não podia continuar a justificar meu estilo de vida, julgando-o de acordo com o viver cristão. Eu tinha de tomar uma atitude e não adiar nem um pouco sua solução, de uma vez por todas.

O que aconteceu depois que você tomou uma atitude?

Não foi fácil! Cada passo custou-me suor e lágrimas. Fui posto à prova — veio a tentação de voltar àquela relação ou encontrar outra pessoa. Eu não queria ficar sozinho. Eu estava fazendo confusão entre amizade masculina e impulso sexual. Foi realmente uma luta. Este trecho de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy ajudou-me a alcançar a vitória: “A escravidão do homem aos mais implacáveis senhores — a paixão, o egoísmo, a inveja, o ódio e a vingança — só é vencida por uma luta tremenda. Cada hora de atraso torna a luta mais dura. Se o homem não triunfa sobre as paixões, elas lhe arruínam a felicidade, a saúde e o valor humano. Então, a Ciência Cristã é a panacéia soberana, que dá força à fraqueza da mente mortal — força que provém da Mente imortal e onipotente — e eleva a humanidade acima de si mesma, a desejos mais puros, ao poder espiritual e à boa-vontade para com os homens.

“Que o escravo de desejos errôneos aprenda as lições da Ciência Cristã, e levará a melhor sobre esses desejos, subindo um grau na escala da saúde, da felicidade e da existência.” Ciência e Saúde, p. 407.

Eu estava disposto a aprender “as lições da Ciência Cristã” e deixar de ser escravo, não importando quanto me custasse aguentar a barra.

Quais foram algumas das coisas que você aprendeu?

Uma delas foi começar a ver que a homossexualidade tem suas raízes na mentira de que o homem é de constituição biológica, já predisposto a certas reações. Vi que eu precisava ser curado de um conceito mortal e muito carnal do homem. Eu precisava curar-me da insegurança e do egoísmo. Precisava também conseguir uma melhor imagem de minha identidade, recebida de Deus, como Seu filho.

Concluí que minha maior necessidade era de me achegar mais a Deus, que é Pai-Mãe. Queria desfrutar de um sentido de inteireza acerca de mim mesmo, o qual eu sabia nenhuma pessoa poderia me proporcionar. E esse sentido de inteireza, eu só o poderia conseguir me aproximando de Deus. Por isso, voltei-me realmente à Bíblia e a Ciência e Saúde. Através dos anos, eu estudara esses livros vez por outra. Mas nessa época passei a dedicar mais tempo a essa leitura e realmente a estudar, aprofundando-me à cata de idéias para, em seguida, aplicá-las. Quando o sentimento de solidão ou a sensualidade me sobrevinham, eu orava, ia até Deus confiantemente, como uma criança vai a seus solícitos pais.

A opinião humana ou a força de vontade não é adequada para ajudar alguém a tomar decisões e adotar mudanças que sejam permanentes e, então, mantê-las. Tive de me voltar a Deus e parar de dar voltas. Nunca falei desse problema com ninguém, exceto com um praticista da Ciência Cristã. Mas aprendi a conversar com Deus, mediante a oração.

Comecei a notar com mais intensidade a presença de Deus em minha vida. Sentia-me conscienciosamente grato por todo o bem que percebia. Era grato até pelas provações! Agora, eu as encaro como oportunidades, como meios de demonstrar mais o que Deus verdadeiramente é — o Amor todo-poderoso. Descobri que, com todo esse estudar e orar, eu estava aproveitando muito mais dos cultos da igreja, que me comoviam a fundo. Os cultos tinham se tornado completamente novos para mim.

Abandonar a homossexualidade foi uma experiência revitalizante. Percebo agora que eu estivera apenas vagando pela vida. A sensualidade tivera sobre mim o efeito de uma droga, mas eu estava finalmente me libertando dela. Para dar uma idéia metafórica: era como um grande e profundo influxo do ar fresco da primavera. Eu queria embeber-me da verdade de meu ser. Desejava simplesmente inalar algo novo da bondade de Deus. Como resultado, é assim que passei a sentir-me: limpo, puro, novo.

Parecia também que as outras pessoas estavam diferentes, melhores que antes. Mas agora sei que essa mudança teve algo a ver com o fato de eu passar a considerá-las de uma maneira mais crística, pois eu não as condenava por seus hábitos. Uma outra liberdade desabrochou também. Eu não mais tinha medo das pessoas. Não mais via segundas intenções em seus motivos e não tinha medo de que meus motivos pudessem ser mal interpretados ou deturpados.

O que você aprendeu acerca de sua verdadeira identidade?

Comecei a ver que a pureza e a inocência, a mim dadas por Deus, não poderiam ser deslocadas e que eu não poderia me afastar dessa inocência espiritual que a Ciência Cristã estava me mostrando. Comecei a ver o que significa ser o reflexo de Deus. Compreendi que eu refletia Suas qualidades e concluí que, em minha experiência humana, eu somente poderia expressar afeições corretas e naturais. Eu já não confundia amizade masculina com sexualidade.

A Verdade divina nos separa do erro que pretende fazer parte de nós — ou ser nosso. Descobri que, em realidade, na verdade espiritual que Deus conhece, eu nunca deixara de ser puro como uma criança, nunca perdera minha verdadeira inocência. Um sentimento de culpa me atormentara por muito tempo. Embora eu soubesse ser a pureza o que deveríamos sentir, eu não podia senti-la a princípio, mas isso foi se tornando possível aos poucos, à medida que vinha a regeneração.

O amor de Deus que eu estava sentindo fez-me perceber que não precisava portar cicatrizes emocionais, pois a verdade era, e é, que sou a idéia pura de Deus, individualmente cuidada e nunca um fracasso.

Que contraste com seu ponto de vista anterior!

Eu achava que a homossexualidade me fazia alguém “especial” ou “único”. Eu queria ser único e diferente. Entre outras coisas, a homossexualidade parecia ser uma maneira de me rebelar e expressar individualidade. Mas a verdade é que cada um de nós tem uma identidade dada por Deus, constituída de qualidades espirituais e que nos torna individual e distinto. Eu pensava que a homossexualidade fosse liberdade para expressar a mim mesmo e não sabia quão limitadora era. Agora me sinto muito mais livre e mais capaz de expressar-me.

Algumas pessoas argumentam que a maneira de alguém ver a si mesmo, incluindo-se aí sua “preferência sexual”, para usar um jargão em voga, é uma visão subjetiva, a própria liberdade de escolha do individuo. O que você diria a respeito?

Penso que é uma visão confusa. Quando se entende mal a sexualidade, o resultado é escravidão. É claro que isso vale para os heterossexuais também, mas a homossexualidade inclui uma confusão de sexualidade. Hoje reconheço que dois homens (ou duas mulheres) não podem partilhar um casamento genuíno, o qual, de acordo com a Bíblia e Ciência e Saúde, é a união legal de um homem e uma mulher, não de duas pessoas do mesmo sexo. Como a Sra. Eddy diz: “O casamento deveria melhorar a espécie humana, tornando-se uma barreira contra o vício, uma proteção para a mulher, uma força para o homem e um centro para os afetos.” Ibid., p. 60.

A atividade sexual fora do casamento legítimo não se compromete a coisa alguma, exceto a satisfazer-se a si mesma. Evita a responsabilidade genuína e é, em sua essência, absolutamente egoísta. A homossexualidade nega a moralidade cristã em ambos os modos, o óbvio e o sutil.

Penso que ao falarem sobre liberdade e preferência sexuais, algumas pessoas realmente estão dizendo que gostariam de se livrar tanto da responsabilidade sexual como da moral. Transgridem mandamentos cristãos por todos os lados, adulterando a compreensão de seu relacionamento com Deus, cobiçando o físico e adorando a sensação física. Não é à toa que a sexualidade descontrolada gera ciúme, ressentimento, medo e, por fim, uma solidão e um entorpecimento espiritual insuportáveis. Que tipo de liberdade é essa?

O que significa a liberdade para você, agora?

Eu me sinto à vontade para expressar meu domínio dado por Deus sobre as crenças de inadaptação e limitação, e de desejo físico. Eu costumava consumir grandes quantidades de comida. Mas à medida que percebi melhor minha pureza e inocência inatas, senti-me literalmente mais completo e satisfeito. Não tenho tido ânsia física descontrolada e urgente por satisfação com comida ou sexo. Como resultado, sinto-me cada dia menos mentalmente oprimido e mais alegre. Ao tomar a decisão, comecei a desfazer-me do desrespeito próprio, da autocondenação, da sensação de incapacidade. Libertei-me do ciúme e da inveja que carregava à flor da pele. Orei para discernir que eu não poderia ser controlado por essas coisas e passei a me sentir livre da aparente dominação física, ou atração física. Meus amigos observaram que eu emagreci e adquiri melhor aparência física, o que atribuo ao crescimento espiritual resultante de toda essa experiência. Sou mais livre, mais feliz e estou assumindo, cada vez mais, maiores responsabilidades.

Quanto mais aprendo sobre Deus e o que é verdade a respeito de Sua criação, tanto mais refinadas e definidas se tornam minha vida, minhas atividades e ações. Vejo minhas responsabilidades mais claramente — minha responsabilidade para com Deus e o homem, minha responsabilidade de expressar ação e afeição corretas. Sinto que tenho a responsabilidade de levar cura a tudo o que faço.

Por exemplo, uma amiga minha sofria de um mal físico. Eu estava ansioso por partilhar idéias espirituais com ela e apto a fazê-lo, e essas a ajudaram a ter uma cura pela Ciência Cristã.

A ação e a afeição corretas abrem novas oportunidades de partilhar com outros a Ciência Cristã. Estou verdadeiramente feliz por isso. Outra coisa é que meu trabalho profissional tem sido mais sadio. Antes, eu costumava assumir uma atitude cínica e cheia de preconceitos em relação aos colegas de trabalho. Eu não tinha uma motivação das mais elevadas, uma vez que me preocupava primeiro com meu próprio sucesso.

Meu jeito de encarar o trabalho mudou por completo. Os resultados são agora mais satisfatórios. Ao invés de me empenhar por maior glória para mim, eu trabalho para demonstrar a glória de Deus — Suas qualidades, Seu reino na terra. E minhas amizades são melhores.

Como assim?

Procuro basear a amizade num apreço pelas qualidades espirituais, tais como a integridade — integridade que alguém expressa em seu trabalho e em sua vida. Procuro a coerência do amor que alguém expressa para com sua família e amigos, bem como em relação ao trabalho. E isso é precisamente o que estou me esforçando por expressar. Tento ver os outros como idéias de Deus, completas e individuais, refletindo a bondade e a inteligência de Deus, e não como mortais incompletos que buscam a complementação em outros mortais incompletos. Como resultado, descobri a normalidade e maior espontaneidade em minhas amizades e relações de trabalho com mulheres. Agora aprendo um bocado com as mulheres!

Essa cura não aconteceu de um dia para o outro. Qual é a coisa mais importante que você conseguiu com esse esforço?

Crescimento espiritual. Não há dúvida de que a cura da homossexualidade foi completa e estou profundamente grato por isso. A transformação em minha vida mostrou-me também quão importante é não descuidar de meu crescimento espiritual. É excitante continuar à procura de novas oportunidades para colocar as idéias espirituais em ação. Estou de fato apto a fazê-lo como membro ativo da igreja. Com o fortalecimento de minha compreensão da Ciência Cristã, sei que posso contribuir realmente e em maior escala para a atividade de cura exercida pela igreja.

A par disso, ao vislumbrar mais claramente que Deus é minha Vida, senti maior responsabilidade para fazer coisas úteis e fazer com que cada tarefa seja mais perfeita e completa. Não é apenas uma autoconfiança humana. Isso eu sei por haver tentado antes. É confiança em Deus e em mim mesmo como idéia de Deus, Sua imagem e semelhança. Deus não pode falhar, e Suas idéias também não.

Para encerrar, há algum pensamento que você gostaria de partilhar?

A homossexualidade nunca fornece o que promete. A paz, a afeição e o mérito individual, a alegria e a felicidade inadulteradas, a que todo mundo tem direito, se encontram unicamente numa vida de pureza. Pelo cultivo do sentido espiritual do ser, o qual Cristo Jesus exemplificou, tudo aquilo que temos o direito de exigir da nossa compreensão acerca do Amor divino, acerca de Deus, nos é concedido. Como a Sra. Eddy diz: “Essa noção científica do ser, que abandona a matéria pelo Espírito, não sugere de modo algum a absorção do homem na Divindade nem a perda de sua identidade, mas confere ao homem uma individualidade mais desenvolvida, uma esfera mais ampla de pensamento e de ação, um amor mais expansivo, uma paz mais elevada e mais permanente.” Ibid., p. 265.

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