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A oração e a cura das animosidades da humanidade

Da edição de fevereiro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Todo aquele que anseia pela paz no mundo pondera uma pergunta semelhante: Cessarão algum dia as guerras e as animosidades antigas que as alimentam?

Há uma resposta simples, porém profunda, dada em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany. Mary Baker Eddy escreve: “As guerras cessarão quando as nações estiverem preparadas para o progresso.” Miscellany, p. 281. Visto que o progresso espiritual é uma exigência e é a lei de Deus, o desabrochar do Cristo, a Verdade, em cada coração humano continuará. Não é necessário que as animosidades se repitam pelos ciclos infinitos da história.

Não obstante, podemos perguntar: “Como pode haver progresso na consciência daqueles que vivem numa atmosfera de ódio constante? Será que anos de sofrimento finalmente compelirão as pessoas a abandonar seus preconceitos e animosidades?” O progresso não precisa ser obtido através de sofrimento. Todos aqueles que amam a Deus, o bem, podem ajudar, orando fervorosa e continuamente pela humanidade. A oração transforma a consciência humana.

Se quisermos servir de instrumento para curar a outros de ressentimentos profundamente arraigados, em primeiro lugar é vital certificarmo-nos de que traços da mente carnal, tais como dominação, ódio, opiniões dogmáticas, não governem nem influenciem o nosso próprio pensamento. Só o amor fraternal baseado no espírito do Cristo, em nossa própria vida, dá verdadeiramente testemunho de Deus, o Amor divino.

Para transformar a consciência humana, contudo, há mais a fazer do que corrigir os nossos próprios erros, por mais importante que seja este passo. Todo aquele que aprende o quanto é poderosa a oração iluminada, naturalmente quer utilizá-la em favor de outrem. A oração que afirma ser o homem a semelhança de Deus provê a atmosfera espiritual que capacita os indivíduos receptivos em qualquer lugar a corresponderem mais prontamente à influência pura do Cristo.

A oração cristã que assenta na compreensão científica da bondade de Deus e no reflexo desta bondade por parte do homem, começa com a compreensão de que o mal não é pessoal, embora pareça expresso por pessoas. Cristo Jesus deu o exemplo supremo dessa compreensão. Externamente o mundo em que ele vivia era um mundo de animosidade e violência. Jesus não atribuía base pessoal a esses ódios, mas mostrou qual era a sua origem subjacente. Certa feita, dirigindo-se à maldade ostentada por seus ouvintes, disse: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.”

Esta declaração de Jesus explica que o mal é uma mentira mítica originada em si mesma e que pretende gerar outras mentiras. Mais tarde em seu discurso, Jesus ressaltou uma verdade espiritual que serve para ilustrar como uma pessoa interessada pode ajudar outras a resistirem ao mal e a elevarem-se acima do aparente controle do mal sobre a consciência coletiva da humanidade. O grande Mestre disse: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus.”

A oração pela humanidade é mais eficaz quando provém da compreensão espiritual de que cada pessoa no mundo é realmente “de Deus” e “ouve as palavras de Deus.” Não importa a aparência humana das pessoas, a sua identidade verdadeira e única é criada por Deus e existe como testemunha de Deus, o homem espiritual. À medida que oramos e discernimos espiritualmente que o homem é a própria testemunha do Amor divino, a própria Verdade levanta o fardo do ódio que a mente carnal imporia à consciência humana em geral. Jesus falou dessa imposição quando, após dizer às pessoas que aqueles que são de Deus ouvem as palavras de Deus, acrescentou especificamente: “Por isso não me dais ouvidos, porque não sois de Deus.” João 8:44, 47.

A oração que provém de uma profunda convicção espiritual de que Deus é Tudo; de que a origem do homem está em Deus, o Amor divino; e de que Deus está sempre abençoando com amor e paz o homem a quem criou, dá testemunho do poder e da presença do Próprio Deus. Tal oração é determinada por Deus e se faz sentir na consciência humana, porque em realidade a própria consciência procede de Deus, a Mente divina. Quão importante é orar com a convicção de que o homem é “de Deus” e “ouve as palavras de Deus”. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “Precisamos compenetrar-nos da capacidade do poder mental, não só para neutralizar conceitos humanos errôneos, mas também para substituí-los pela vida que é espiritual, não material.” Ciência e Saúde, p. 428.

Às vezes, alguém que está realmente se esforçando por viver de acordo com o Amor divino poderá acreditar que é pessoalmente responsável por todo o medo, e toda a violência, que vai pelo mundo. Mas, se aceitarmos o conceito de que todos os problemas do mundo são pessoais porque a crença de que há vida na matéria ainda parece muito real, talvez nos sintamos culpados e desamparados. E isso é completamente desnecessário. O ódio, qualquer que seja a sua forma, nada mais é do que uma sugestão hipotética da mente carnal, sugestão que deve ser discernida e rejeitada porque não faz parte de nós ou de outrem. Só quando cedemos à sugestão de ódio e lhe permitimos governar o nosso próprio pensamento é que prolongamos desnecessariamente o sofrimento no mundo. “Cada indivíduo é responsável por si mesmo” Mis., p. 119., escreve a Sra. Eddy em Miscellaneous Writings.

Contudo, ninguém pode simplesmente dar as costas ao sofrimento alheio, adotando a atitude insensível de que os outros são culpados por seus próprios problemas porque acreditam no mal ou cedem a ele. Certa vez, a Sra. Eddy disse a um grupo de alunos seus: “Somos, hoje, nesta classe, suficientes para converter o mundo, se tivermos uma Mente só; pois então o mundo todo sentirá a influência desta Mente; como quando a terra era sem forma, e a Mente falou e a forma apareceu.” Ibid., pp. 279–280.

A fim de que a raça humana se liberte da animosidade, cada um pode orar para ser capaz de expressar “uma Mente só”, de refletir continuamente as verdades sanadoras relativas à unidade do homem com o Amor divino que transformam a consciência humana. O progresso que conduz a humanidade para fora da intolerância e da amargura, e a leva à compreensão e à demonstração do Amor divino, não precisa vir através de sofrimento. Pode vir mediante a iluminação divina.

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