Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Como relacionar-nos com as verdades da Bíblia

Da edição de fevereiro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Como o mostra a Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), cada história relatada na Bíblia apresenta a Palavra de Deus em ação, e desse modo cada episódio tem aplicação permanente, para além de seu lugar e momento históricos. A Mente divina, Deus, é o intérprete, pois os variados versículos bíblicos se dirigem a diversos estados do pensamento humano, alguns deles mais esclarecidos que outros. O que atrái, nesses versículos, não se restringe a uma época em especial, tal como a arte não se restringe a um século em particular. Assim, cada pessoa pode descobrir, a qualquer hora, algo que se aproxima de seu próprio estado de consciência, representado em algum ponto da Bíblia.

O estudante perspicaz da Bíblia procurará, em oração, o significado da Bíblia, de maneira inspirada e instrutiva. A mensagem da Bíblia é uma lâmpada para os nossos pés Ver Salmos 119:105., iluminando-nos a consciência e alertando para as possíveis ciladas no percurso de nosso desenvolvimento espiritual. Se bem que os textos das Escrituras houvessem permanecido iguais no decorrer dos séculos, a riqueza e profundidade de sua adaptação às necessidades humanas sempre pode ser utilizada de maneiras inéditas. Como a cada momento expressamos um novo — até certo ponto — estado de pensamento, podemos também examinar um versículo de maneira nova e mais profunda, toda vez que pensamos nele.

Por exemplo, em 2 Reis lemos que Eliseu, o profeta, veio a Gilgal durante uma época de fome. Pediu a seu servo que preparasse uma refeição para seus discípulos, e um deles colheu algumas plantas silvestres, sem saber que eram venenosas. Esses vegetais foram postos na panela e, quando os homens comeram, ficaram doentes e apelaram para Eliseu. O profeta agiu de maneira significativa. Calmo diante do medo da morte expressado pelos alunos, pediu que lhe trouxessem farinha, e a despejou na panela. O efeito aparentemente venenoso do cozido desapareceu, e “já não havia mal nenhum na panela” 2 Reis 4:41..

Quais são, então, algumas das aplicações práticas e inspiradas dessa história para nós, hoje em dia? No seu primeiro versículo, encontramos menção de “fome naquela terra” 2 Reis 4:38.. Há, na Bíblia, muitas referências à palavra terra, e podemos compreender melhor esta palavra, captando seu significado figurativo, a consciências humana. Haverá em nossa consciência sinais de escassez ou evidências de fome? Essa fome poderá apresentar-se como falta de alegria e satisfação, falta de paz, expressada em preocupação, pressa, raiva e irritação. Talvez nos inquiete a falta de notícias de um ente querido, ou a falta de emprego ou de amizades. E, igual ao aluno do profeta, que saiu a campo para colher ervas a fim de satisfazer a fome, talvez tenhamos nós também feito o mesmo.

Fascinante é realmente esse campo — o campo da consciência humana — com tudo o que oferece de bom e ruim. Por exemplo, teríamos inconscientemente nos aprofundado em teorias de psicologia a fim de vencer uma certa falta de auto-estima (expressada em depressão ou desânimo), sem perceber que essas teorias, por derivarem do pensamento humano, e não do divino, não foram criadas por Deus? Ou, teríamos talvez saboreado algo das teorias da medicina, procurando aí alívio em um caso de doença? Ou talvez nos tivessem tentado as ervas daninhas dos jogos de azar e loteria, parecendo-nos que esses poderiam eliminar estados crônicos de pobreza?

Depois de haver provado dessas iguarias nocivas, isto é, as teorias falsas, tal como os alunos de Eliseu talvez tenhamos gritado: “Morte na panela!” 2 Reis 4:40. Não podemos, evidentemente, encontrar a vida eterna ou a liberdade ilimitada em doutrinas feitas pelos homens, por bem intencionadas que sejam. E por que não? Porque essas conclusões mortais pregam a materialidade e a mortalidade do homem e do universo.

As teorias humanas com as quais debalde procuramos saída para escapar da escravidão à doença, ao medo, à carência, à inveja, aos enganos, à luxúria, baseiam-se, todas elas, no testemunho do sentido corpóreo — o próprio testemunho que argumenta, desde logo, que somos seres corpóreos sujeitos a assim chamadas leis mortais de hereditariedade, de pecado, de doença e de morte. Como todas as hipóteses humanas aceitam, em maior ou menor escala, a realidade do mal, todas elas terminam na mortalidade.

Quando nos defrontamos com uma dificuldade, não importa o quanto o problema pareça ser físico, seja dor, apetites, paixões, ou mesmo a própria morte — o desafio é sempre uma sugestão mental agressiva baseada no argumento de que Deus, o bem, está ausente, e na suposição de que o homem seja físico e finito. Estamos sempre, em vários estágios, lidando com uma maneira materialista de ver — aberta ou tacitamente aceita. E é esse encarar materialista que tem de ser vencido. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, declara: “As teorias falsas cujos nomes são legião, douradas de sofismas e daquilo que Jesus não tinha, ou seja, mera instrução adquirida nos livros — a letra sem lei, sem evangelho, ou demonstração — não têm lugar na Ciência Cristã. Esta Ciência requer que o homem seja honesto, justo e puro; que ame o seu próximo como a si mesmo, e a Deus acima de tudo.” Miscellaneous Writings, pp. 366–367.

Assim, o que necessitamos é a espiritualização do pensamento. Uma visão limitada acerca do homem não se cura simplesmente com substituí-la por outra visão do homem, ainda que diferente. “As teorias criadas pelo homem são estreitas, ou então extravagantes, e são sempre materialistas” Ibid., p. 64., diz a Sra. Eddy.

O que necessitamos é a visão inspirada, ou, correta, acerca do homem, o qual, de acordo com a Bíblia, é o apogeu da criação do Espírito divino. O homem não é um ser físico que tem de obedecer os ditames de dietas, ou então sofrer as conseqüências, e o homem não vive num corpo físico que reage às substâncias que ingere. Como idéia espiritual de Deus, o homem não tem, de físico, nenhuma célula. O homem é a expressão de Deus, o bem; manifesta a saúde e a santidade, e jamais a corporalidade. Deus é a Mente divina, a consciência divina; portanto o homem, a expressão da consciência divina, é celestial, e não terrenal. Não existem crenças falsas na consciência divina, nem pode haver dessas crenças no homem. Nada há no homem que seja destrutível, porque o homem permanece constantemente na onipresença da Vida, a salvo e protegido. Não pode haver falta de saúde ou de inteireza, pois saúde e inteireza procedem de Deus, a fonte da vida. A saúde é um divino estado mental de consciência que jamais se pode extinguir, pois reflete a Mente divina.

Assim como Eliseu sustentou a visão divinamente inspirada acerca do homem, assim temos de fazer nós também. Recorrendo às verdades espirituais de Deus e do homem, que encontramos na Bíblia, e em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Sra. Eddy, descobrimos o homem criado por Deus, a idéia incorpórea que tu e eu realmente somos.

Os alunos de Eliseu se voltaram ao seu professor-profeta em busca de ajuda, quando comeram as colocíntidas que lhes fizeram mal. Ciência e Saúde interpreta a palavra profeta como “um vidente espiritual; desaparecimento do sentido material ante a consciência dos fatos da Verdade espiritual” Ciência e Saúde, p. 593.. Em qualquer circunstância, podemos nós também recorrer ao sentido espiritual ou profético. O sentido espiritual é a compreensão do poder do Espírito divino, sempre presente na consciência humana. O sentido espiritual nos alerta a trabalhar com as verdades do ser. As verdades espirituais são eternas e, portanto, sempre presentes. Baseiam-se no Espírito divino, a Verdade, e dele derivam. Expressam tudo o que é verdadeiro acerca de Deus, e, portanto, tudo o que é verdadeiro acerca do homem.

Quando admitimos as realidades espirituais em nossa consciência, submetemo-nos à ação redentora dessas realidades e, na mesma proporção, as teorias do sentido material desaparecem da consciência. A consciência é espiritualizada, nutrida com essas realidades espirituais do ser, as quais são as únicas capazes de revelar a plenitude do homem à imagem e semelhança de Deus.

“Trazei farinha”, ordenou o profeta. E “a deitou na panela, e disse: Tira de comer para o povo” 2 Reis 4:41.. Porventura a farinha representava simplesmente a verdade específica a ser utilizada para remover da consciência a crença errônea? A farinha poderá ter sido, por exemplo, a verdade de que todo o poder é de Deus, a impelir a uma confiança absoluta em Deus. Em outra situação, a “farinha” poderá ser a verdade do perfeito amor de Deus para com toda a Sua criação, abrindo-nos os corações à compaixão e ao perdão necessários.

Aquilo que curava naquela época, e que cura hoje qualquer situação mortífera, é a verdade específica que se opõe à mentira. E essa verdade específica é característica do Cristo, o poder salvador e sanador da Mente divina, poder que destrói as falsidades na consciência. Esse poder sanador, esse Cristo, a Verdade, tão singularmente encarnado em Cristo Jesus, está em presente, e está em ação, sob diferentes aspectos, em cada consciência humana. Esse poder do Cristo força o indivíduo a pôr de lado as teorias e as doutrinas materialistas.

O mínimo impulso rumo à sabedoria, ao amor e à pureza indica que o Cristo está levando o indivíduo a enxergar que a harmonia se encontra somente na cristianização do pensamento e da conduta. Mediante o aumento gradativo do caráter cristão, ou seja, a individualização do poder do Cristo, compreendemos que Deus é supremo e infinito, que o homem é Sua imagem e semelhança, e começamos a dar provas disto.

Prezado aluno do “profeta”, ou do sentido profético, seja qual for a situação que te aflige agora, toma da farinha, as idéias espirituais que Deus te oferece, e viverás! Verdadeiramente, como diz S. Paulo, “o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz” Romanos 8:6..

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1987

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.