Mesmo naqueles momentos em que nos encontramos completamente sozinhos — quer sejam gastos apaticamente na ociosidade quer dedicados à oração — cada um de nós exerce certa influência no pensamento do mundo. Não deveríamos, em todas as ocasiões, empenhar-nos para que essa influência seja benéfica e promova progresso verdadeiro para todos? Os ensinamentos de nosso brilhante Modelo, Cristo Jesus, habilitam-nos a discernir em que direção encontraremos progresso duradouro. A prática desses ensinamentos, por parte de Jesus, induz-nos à vigilância pela manifestação da Verdade e à defesa contra tudo o que pretenda desviar nossa atenção, ou impedir o despertar espiritual que disso advém.
Dois mil anos atrás, na Judéia, a lei civil e o governo se impunham mediante dominação pagã. O terrorismo e a opressão brutal pareciam normais. Um sistema de vida sensual era valorizado, fazendo com que a materialidade parecesse não apenas atraente, mas também autorizada. Conquanto a liderança religiosa judaica exigisse obediência formal ao código moral emanado das Escrituras, sua influência estava freqüentemente ligada ao medo de ser castigado. Tal influência não era inteiramente espiritual e, sob esse ponto de vista, era até corrupta. Jesus, entretanto, demonstrou tão integralmente o Cristo, a influência divina na consciência humana, que ele estava imune a essas influências falsas, as quais, se pudessem, teriam posto um fim à sua missão. Na ressurreição, Jesus se elevou acima da crucificação perpetrada por essas influências rudes e cruéis. A conseqüência, como Mary Baker Eddy comenta em Ciência e Saúde, foi que “aqueles que o mataram para lhe deter a influência, a perpetuaram e estenderam” Ciência e Saúde, p. 43..
O ministério de cura vivido por Jesus invalidou crenças religiosas seculares geralmente aceitas, tanto naquela época como hoje em dia: de que o pecado está arraigado na natureza humana, de que a doença é algo inevitável e, às vezes, incurável, e de que a morte é a conclusão natural da vida. A influência divina que Jesus expressou, trouxe um renascimento de espiritualidade a pessoas que ignoravam a importância de resistir às influências do materialismo, nefastas à espiritualidade. Quando reformava os pecadores pela boa influência da moralidade fundamentada na espiritualidade, quando restaurava a saúde dos doentes e ressuscitava os mortos, Jesus indicava o caminho da salvação — o caminho do apostolado cristão — que nos livra daquelas falsas influências.
Atualmente, as influências da agressividade, do sensualismo e da justificação própria assumem, às vezes, formas mais sofisticadas. Mas, aquilo que podemos fazer para manter a influência divina, como a demonstrou Jesus, viva e ativa em nossa própria experiência, permanece puro e límpido. O apóstolo cristão Paulo escreve: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” Filip. 2:5.
A pretensão de uma influência subversiva à Mente divina era chamada por Paulo “o pendor da carne”, o qual, dizia ele, “é inimizade contra Deus” Romanos 8:7.. Paulo nos exortou a que levássemos “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” 2 Cor. 10:5.. Uma explicação adicional a respeito da necessidade e da maneira de seguir Jesus, tendo, como ele, uma Mente só, o Deus único, está revelada em Ciência e Saúde. Nesse livro, a Sra. Eddy adverte: “Em um mundo de pecado e de sensualidade, que se precipita para um maior desenvolvimento de poder, é prudente considerar a sério se é a mente humana ou a Mente divina que nos está influenciando.” Ciência e Saúde, pp. 82–83.
Somente a influência da Mente divina — manifestando-se por meio de seu Cristo que salva, cura e restaura — pode impressionar ou melhorar a humanidade permanentemente. Provamo-lo ao rejeitar influências prejudiciais, fazendo surgir o Cristo em nossos pensamentos e em nossa vida. Provamo-lo, não apenas entendendo a Ciência do Cristo, a verdade que a Sra. Eddy descobriu, mas colocando-a em prática. E, à medida que expressamos nossa verdadeira identidade, o homem, a imagem e semelhança espiritual de Deus, sentimos a influência da Mente divina a revigorar nossos esforços.
O homem de Deus só pode ser influenciado por Deus. Assim, ao despertarmos espiritualmente por meio da fidelidade à Ciência, tornamo-nos cada vez mais conscientes de que só pode haver uma única influência válida: o bem que não sofre qualquer tipo de oposição. E, na mesma proporção, menos nos engana a crença de que sofremos influências nocivas à saúde e à moral por causa de algum relacionamento pessoal, crença essa ligada ao dito popular de que uma ovelha ruim põe o rebanho a perder.
Na verdade, existe apenas uma única fonte do bem — a Verdade — e apenas uma fonte do mal, a mente carnal, a mentira básica de onde surgem todas as mentiras. Como a influência real vem diretamente de Deus ao homem, somente o bem pode desenvolver-se. Os escritos da Sra. Eddy estimulam nossos esforços no sentido de resistirmos ao contágio pernicioso, seja ele físico, mental ou moral. Neles, nos assegura: “Aquele que se recusa a ser influenciado por outra mente que não seja a Mente divina, entrega o seu caminho a Deus e se eleva acima de sugestões de origem maligna.” Miscellaneous Writings, p. 113.
Os membros da Igreja de Cristo, Cientista, assumiram o compromisso de se manterem vigilantes e orarem diariamente para se livrarem do mal, para se livrarem de exercer ou sofrer qualquer influência errônea (ver § 1° do artigo 8° do Manual de A Igreja Mãe de autoria da Sra. Eddy). Ainda que a vida de apenas um indivíduo seja renovada pela influência da Mente divina, a humanidade toda sente, até certo ponto, a vitalidade construtiva do Cristo.
Isso prova que o que é verdadeiro com relação ao Cristo, é verdadeiro com respeito à influência divina da Ciência Cristã, que é o reaparecimento do Cristo. Tudo o que procura retardar o poder do Cristo em qualquer época, serve apenas para perpetuá-lo e estendê-lo. E quem quer que se dedique a promovê-lo, não pode deixar de abençoar e ser abençoado.
