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A regeneração espiritual atinge as mais elevadas metas

Da edição de fevereiro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa vez, em minha carreira comercial, quando estava dirigindo uma companhia de construção, sentia-me seguidamente pressionado a aceitar e completar contratos dentro de prazos limitados. Às vezes tornava-me impaciente, e criticava os esforços e a produção dos operários, e ficava ressentido com a indiferença deles para com os problemas administrativos. Naquela época, minha compreensão da Ciência Cristã ainda era relativamente nova e, não raro, eu deixava de lidar com a impaciência e o ressentimento como deveria ter lidado.

Certo dia, enquanto visitava uma obra, uma pequena lasca de pedra voou da talhadeira de um pedreiro e atingiu-me um olho. Ao chegar em casa, naquela noite, pude ver o fragmento de pedra encravado no olho, que estava sensível e dolorido. Embora orasse sobre isso, não pude dormir nem repousar durante dois dias.

Em desespero, perguntei a um amigo especializado em ótica se ele poderia remover o objeto, mas, depois de examinar o olho, recusou-se a tocá-lo. Estava eu, então, extremamente tentado a ir à enfermaria médica local em busca de ajuda. Decidi, entretanto, continuar orando sobre o assunto, pedindo a Deus orientação. A resposta veio: “Vá e converse com um praticista da Ciência Cristã.” Agi imediatamente e subi os três lances de escadas até o escritório do praticista.

Não comentamos o meu problema físico em detalhes, mas falamos sobre a natureza de Deus — o todo-amoroso, compassivo e justo — e a natureza completamente espiritual do homem feito à Sua imagem e semelhança, para sempre sob Seu terno cuidado. Caminhando para casa, espiritualmente elevado, e meditanto, ainda, sobre as profundas verdades que tinham sido abordadas, percebi repentinamente que a dor no meu olho havia cessado. Quando cheguei em casa, o olho começou a lacrimejar e o cortante fragmento de pedra foi expulso. Logo depois, o pequeno corte na córnea cicatrizou e o olho voltou ao normal.

Estou profundamente grato por essa cura, pois fortaleceu minha consagração à Verdade. Havia ali, para mim, também, uma lição maior. Lembrei-me da arguta pergunta de Cristo Jesus: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” Mateus 7:3. E isso alertou-me para meu erro de mentalmente fazer duras críticas, de nutrir uma falsa e farisaica opinião sobre os outros.

Comecei a perceber, em certo grau, que reparar nas deficiências alheias era contraproducente. Tais deficiências eram insignificantes em comparação com o erro muito maior de aceitar apreciações materiais, falsas, no homem — inclusive em mim mesmo. A lição tornouse-me clara; eu necessitava expressar aos outros paciência e bondosa consideração, e apreciar suas qualidades dadas por Deus. A prova da validade dessa regeneração em meu pensamento tornou-se evidente, mais tarde, na harmoniosa atmosfera de trabalho, no serviço honesto e no respeito mútuo que prevaleceram em meus negócios e em outras relações.

Às vezes nos acontece que, durante experiências pessoais como a que enfrentei, despertando para as próprias falhas de caráter e começando a questionar nossas atitudes estreitas e egoístas, decidimos cultivar pontos de vista mais nobres e aperfeiçoar nossos padrões de vida. O desejo de auto-aperfeiçoamento é, entretanto, apenas o primeiro passo. A natureza humana parece ser um amálgama de bem e mal, de verdade e erro, e, se alguém começa com essa proposição, como poderá almejar conseguir regeneração moral permanente? Como eliminar o que parece inerente à consciência humana?

Se nosso objetivo for o aperfeiçoamento próprio, a necessidade básica será a de quebrar o sonho terrenal do eu na matéria. A fim de fazê-lo, precisamos obter uma compreensão melhor de Deus como Princípio divino, o Amor, e de Seu homem e Seu universo como a criação espiritual do Amor. O conceito de que o homem seja composto de elementos materiais e possuidor de uma mente sua própria, tem de ser substituído pela verdade da individualidade espiritual do homem real, a imagem de Deus, o reflexo do Espírito, a Mente.

A fim de progredir na direção do Espírito, a mente humana tem de submeter-se à disciplina celestial das leis de Deus. Pela renúncia à identidade mortal e pela expressão de nosso eu espiritual, os prazeres materiais são esquecidos. Porém a disciplina espiritual de adaptar o pensamento e a ação ao ideal do discipulado cristão, mesmo diante de experiências desagradáveis, tem de ser praticada. Somente o caráter cristão firma os pés na vereda da Verdade e da Vida, onde as atitudes egoístas de uma personalidade mortal são descartadas e deixadas para trás.

A vitória sobre falhas de caráter exige oração consagrada, a fim de impedir a tentação de favorecer a crítica destrutiva, a arrogância, o egoísmo, o orgulho — falsos traços de caráter que resistem às exigências do crescimento espiritual, sob o manto da retidão e da justificação próprias. A Sra. Eddy previne, em seu livro Ciência e Saúde, da necessidade de opor-se a essas influências debilitantes: “O egotismo é mais opaco do que um corpo sólido. Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro — a obstinação, a justificação própria e o egotismo — que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte.” Ciência e Saúde, p. 242.

Deus, o bem onipotente, o Tudo-em-tudo, não é o autor do mal, portanto o mal não pode ser real, mas é, simplesmente, uma falsidade, um erro a respeito de Deus e do homem. Ao acreditar na realidade do mal — o oposto do bem, da Verdade — tornamo-nos servos do erro e suscetíveis a todas as formas de pecado e discórdia. Daí a importância de permanecer na lei moral e espiritual — a lei da Verdade divina, que nos confere domínio. Ao viver em obediência a esta lei do bem infinito, fortalecemo-nos e capacitamo-nos a vencer o pecado e suas pretensas leis. O Salmista cantou: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia.... A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a própria verdade.” Salmos 119:97, 142.

À medida que despertamos da falsa crença de haver um eu material, separado de Deus, percebemos que os traços destrutivos de caráter são, em realidade, imposições, e estas diminuem na proporção em que expressamos, passo a passo, porção maior das graças do Espírito inatas ao homem como semelhança, ou reflexo, de Deus. A parábola de Jesus sobre o joio e o trigo Ver Mateus 13:24–30. ilustra a inutilidade e a natureza transitória do joio, ou o mal, e a genuína utilidade e permanência do trigo, ou o bem. Ainda de outra forma, pode a mesma parábola apontar para a irrealidade de um sentido material do homem e a realidade espiritual e imortal do ser.

Uma declaração da Sra. Eddy, quando tomada a sério e posta em prática, ajuda a promover o crescimento e a regeneração espirituais: “Se o Cientista Cristão reconhecer a combinação de severidade e ternura que permeiam a justiça e o Amor, não desprezará a repreensão oportuna, mas a absorverá de maneira tal que essa advertência será nele uma fonte a jorrar em incessante elevação e progresso espirituais.” Retrospecção e Introspecção, p. 80.

A busca e o cultivo de motivos e propósitos mais elevados e mais santos devem ser, inevitavelmente, coroados com ricas satisfações espirituais quando, genuinamente, tivermos “fome e sede de justiça” Mateus 5:6.. Volver-se da matéria para o Espírito pode ser uma alegre e enaltecedora experiência; ao sacrificar a materialidade pela espiritualidade ninguém fica privado de qualquer riqueza verdadeira. Como uma flor volve-se, sem esforço, para o calor e a luz do sol, assim é divinamente natural voltarmo-nos para Deus, o Amor divino. A suave atração do Espírito, a Alma, pode apenas inspirar gratidão e louvor a Deus, à medida que Seu amor infalível e a bondade do homem sejam discernidos e cientificamente compreendidos.

Emergir da matéria para o Espírito é um processo gradual para a humanidade, continuando na proporção do crescimento espiritual e da expressão de amor abnegado por parte de cada indivíduo. A vitória sobre o pecado em si mesmo, e no mundo, é o destino final que aguarda a humanidade na Ciência divina.

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