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Erros passados podem ser redimidos

Da edição de maio de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Acaso você está lutando com as conseqüências de algum erro passado? Se estiver, anime-se. Erros do passado podem ser redimidos, até mesmo aquele erro que parece o pior, em sua vida. Talvez você pense: "Oh, não; aquele, não." Mas, pode ser remido. Na verdade, até o sofrimento proveniente desse erro pode ser para você uma bênção se o eleva mais em sua compreensão acerca de Deus e da natureza espiritual do homem. E, não será o progresso espiritual a coisa mais importante?

No mundo dos negócios, o termo resgatar designa a restituição de algo por um preço, por exemplo: uma propriedade hipotecada ou uma nota promissória. Considerado do ponto de vista espiritual, porém, resgatar (redimir, remir) tem significado muito mais profundo: refere-se à salvação do pecado e dos castigos resultantes de se infringir a lei divina. Tolerar o pecado é o erro básico que dá origem a enganos, e, a fim de ficar livres do pecado, temos de abandonar tudo que obstrua o caminho da salvação. Não podemos ficar apegados a velhos modos pecaminosos e esperar obter a bênção da salvação. Há um preço a pagar, e este preço está claramente apontado em todos os ensinamentos do Mestre, Cristo Jesus.

Quando pregava o evangelho na Galiléia, o Mestre disse: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho." Marcos 1:15. Os requisitos para usufruir a paz e a alegria do reino celestial, próximo (e dentro em cada um de nós), estão explicados. Em primeiro lugar, arrependimento: ver claramente o erro em nosso viver, deixar do pecado, orar por mais luz e seguir a vereda espiritual que leva ao reconhecimento do reino próximo de Deus. O passo seguinte é o da reforma: temos de pôr em prática nosso desejo de agir corretamente, assimilando em grau maior o espírito do Cristo em nossa vida diária.

Pensemos em Saulo de Tarso e nos terríveis enganos que cometeu, ao perseguir os cristãos. Na época, ele achou que estava certo, mas, mais tarde, descobriu o quanto se havia enganado. O nome Paulo, que passou a usar em sua nova missão em prol do Cristo, indica sua mudança. E Paulo se tornou um dos mais fiéis e dedicados seguidosres dos ensinamentos do Mestre, pregando o cristianismo na Ásia Menor, na Grécia e em Roma. Em suas epístolas, vemos que Paulo não perdia tempo com condenar-se pelos seus erros passados. Na epístola aos efésios, dá este convincente conselho cristão: ".. . que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito de vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade." Efésios 4:22—24.

A conversão de Paulo não de um humano desejo humano de mudar; foi obra do Espírito Santo. Nessa transformação, Deus fez de Paulo uma testemunha do efeito sanador do cristianismo. Em Paulo, o novo nascimento trouxe a espiritualização do pensamento e dos motivos, o que fez com que a vontade humana cedesse à vontade de Deus. É por meio dum despertar espiritual semelhante que também nós podemos abandonar o velho homem, com seu sentido egoísta e pecaminoso, e reconhecer o poder do Espírito Santo. A Sra. Eddy define o Espírito Santo em Ciência e Saúde da seguinte maneira: "A Ciência divina; o desenvolvimento da Vida, da Verdade e do Amor eternos." Ciência e Saúde, p. 588.

Sentimos tocar-nos o Espírito Santo e acompanhamos o desenvolvimento da Vida, da Verdade e do Amor eternos, quando deixamos o mortal pelo imortal. Quando isso começa a acontecer, os passatempos e prazeres perniciosos, bem como os padrões materialistas que parecem fazer parte de nós, começam a desaparecer. Cedem a motivos mais puros e a ideais mais elevados, os quais dão testemunho de nossa união natural com o bem. O pecado e suas conseqüências começam a perder seu domínio sobre nós, quando passamos a ver que os enganos do passado não são de fato reais, pois não foram feitos por Deus. São o efeito de nossa própria crença, de que estejamos separados de Deus.

O homem possui, inatas, inocência e liberdade do erro, em razão de seu relacionamento contínuo com Deus, de sua filiação espiritual. Esse fato científico vem para nós à luz quando, pelo estudo da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, descobrimos que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. É impossível que o homem imortal seja um mortal falível. Mas, é claro que essa verdade tem de ser demonstrada de modo prático em nossa vida diária.

Um exemplo recente mostra como isso se dá. Um rapaz foi enviado por sua firma a um local distante, integrando um grupo de auditores. Isso constituía uma promoção para ele, e não via a hora de começar. Seu novo trabalho requeria que subisse em postes, calçando pesadas botas com travas e, consternado, descobriu que não conseguia subir, devido a um problema nos pés. Ao escalar o poste, os pés ficavam numa posição incômoda e o peso das botas deslocava temporariamente os ossos dos pés, causando grande desconforto. Como não conseguia realizar suas tarefas, foi transferido a uma posição mais simples, com redução de salário.

Àquela altura, pediu ajuda, por meio de oração, a uma praticista da Ciência Cristã. A praticista ressaltou que o problema não era uma questão de separação de ossos, mas, de acreditar ele, em razão de um conceito errado de identidade, que estivesse separado de Deus. Assegurou ao jovem que ele nunca estivera separado de Deus e que era o filho do Amor. Ajudou-o a ver a importância da imolação do próprio eu, isto é, de sacrificar seu sentido falso e mortal acerca da vida, e aceitar o fato espiritual.

Num certo ponto, o rapaz percebeu que abrigava uma velha crença, ainda não curada de todo. Muitos anos antes, quando adolescente, passara por uma fase difícil. Envolvera-se em atividades que, mais tarde, lhe causaram profundo remorso. Por meio de arrependimento e regeneração, esforçava-se agora para viver uma vida mais centrada em Deus, mas, no fundo da consciência, persistia a lembrança daquela experiência desagradável e da sua participação nela.

Quando a praticista lhe ressaltou a necessidade da imolação do próprio eu, o rapaz viu que não só tinha de arrepender-se e regenerar-se, mas tinha também de deixar de acreditar que o pecado alguma vez tivesse sido real. Raciocinou que, por ser a Vida, Deus, totalmente boa, o pecado nunca podia ter sido, e nunca fora, a expressão da Vida. Sem vida, o mal não podia agir nem reagir. Ficou cada vez mais claro ao rapaz que ele era de fato a expressão do bem, a testemunha consciente da presença, do poder e da inteligência de Deus.

Finalmente, deu-se conta de que a única coisa que estava de fato ocorrendo, era o desenvolvimento espiritual. Os pecados do passado, ele os havia deixado definitivamente. E viu que esse último vestígio havia emergido apenas para ser destruído, para que pudesse ser revelada a pureza do homem. A cura foi instantânea. Pôde subir em um poste após o outro, em total liberdade. Logo foi promovido e passou a fazer parte de um novo grupo de auditores, em outro local, com salário mais alto. Mais tarde, passou para um setor diferente, numa ocupação com a qual sempre sonhara, mas nunca julgara possível. Não só subiu bastante, na sua atividade preferida, podendo ser ali ainda mais útil, mas também, e acima de tudo, elevou-se na compreensão de sua verdadeira identidade.

Às vezes, ouvimos alguém dizer, com tristeza: “Se eu pudesse voltar atrás e fazer tudo outra vez, eu faria as coisas de modo diferente." A experiência desse rapaz mostra que não temos de tornar a viver a vida para desfazer os erros do passado. Por meio do poder transformador do Espírito, podemos mudar nosso modo de pensar e de agir atuais, e adotar uma visão mais espiritual, aprendendo, com gratidão, as lições do passado, seguindo adiante e realizando coisas melhores. Aquela ação, errada, da qual no passado pensamos que estava certa ou dava prazer, era o mal disfarçado de bem. E, com a ajuda de Deus, reconhecemos que o pecado não tem poder nem atração sobre nós. Logo, não nos deixamos enganar outra vez; sabemos que, ir novamente por aquele caminho, leva a um beco sem saída, atrasa nosso progresso espiritual e resulta em sofrimento desnecessário, para nós e, talvez, para outros.

Haverá, inclusive, ocasiões em que, com a melhor intenção, damos um passo que nos parece o mais certo, e descobrimos, mais tarde, que foi um passo errado. A hora não é, então, de recriminações, mas, sim, de arrependimento e de humilde gratidão por havermos chegado a melhor ponto de vista, que não teríamos alcançado sem essa experiência. O que se faz necessário é que nos volvamos a Deus e resolvamos o problema pela oração. Ainda mais, podemos dar provas de que os erros do passado podem ser redimidos, de que podem ser convertidos em bem em vez de mal. Desse modo, somos uma lei para nós mesmos, em que o mal não nos pode prejudicar, nem a outros por causa de nós.

Na medida em que nos elevamos na compreensão espiritual, ficanos cada vez mais claro que na base de nossa demonstração está a onipresença e a onipotência de Deus, a única Mente divina. Isso nos dá o fundamento sólido no chão firme da Verdade demonstrável. Ciência e Saúde declara: "Essa Mente não comete enganos para depois corrigilos.” Ibid., p. 206.

Aprendamos a ver as coisas desde o ponto de vista dessa Mente única e a ver as coisas como Deus as vê. Deus não vê nenhum passado, nem evidência alguma de que jamais tivesse ocorrido. Deus vê a Si mesmo e a todo o bem que criou, nada mais. Não há outra coisa para ver. Só o sempre presente agora, cheio de Sua glória. O homem é essa glória. Redenção autêntica, não será ela ver e comprovar, passo a passo, que esse homem somos nós?

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