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Mudar o mundo: e por que não?

Da edição de maio de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Cristo Jesus ordenou a seus discípulos irem pelo mundo. Em sua extensa oração, pouco antes de ser crucificado, disse que não pedia ao Pai que os tirasse do mundo. Afirmou, porém: “Eles não são do mundo como também eu não sou.”  João 17:16.

A oração de Jesus refletia seu ponto de vista a respeito de seus discípulos. E esse ponto de vista espiritual sem dúvida teve, sobre estes, poderoso efeito curativo. Ajudou-os a libertarem-se das limitações de seu passado. Os discípulos foram pelo mundo, a cumprir sua missão de cura-pelo-Cristo, manifestando sentimentos de liberdade e autoridade que não se podiam sequer imaginar, dado sua experiência anterior. Escreveram páginas singulares na história da consecução espiritual. Esse seu cristianismo puro teve o poder de modificar o mundo todo.

Esse pequeno número de pessoas compreendia qual era o lugar “de onde vinham” (para usar uma expressão corrente); não estaria a sua extensa e surpreendente influência baseada nessa sua compreensão? E o “de onde vinham” não era um eu mortal e material, mas, sim, o que Cristo Jesus lhes ensinara, que eles tinham uma origem divina. “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome.”  João 1:12.

A expressão “filhos de Deus” já havia sido usada anteriormente nas Escrituras dos hebreus, mas deve ter vindo a Pedro, João, Tomé e aos outros com um impacto especial, em conseqüência dos ensinamentos de Jesus.

Hoje em dia, a Ciência do Cristo elimina a estática mental dos séculos, e assim o significado dessa expressão chega até nós como chegou aos discípulos. Aprendemos que essa filiação mostra qual é a mais profunda lei e realidade de nosso ser. Ainda que a mente humana tenha a impressão de que vivemos uma existência material, o homem é, em realidade, a expressão espiritual do Princípio divino.

Quantas vezes somos tentados a nos situar ou tomar posição como se pertencêssemos ao mundo! Como alguém que se utiliza de radar ou telemetria, fazemos “leituras” a todo instante. Ponderamos sobre a nossa condição social e sobre o que os outros pensam. Repetimos a nossa história pessoal, pensamos em nossa saúde corporal, nosso peso, nossas alegrias. Aí então tentamos vigorosamente melhorar esta nossa posição !

No entanto, o ponto mais importate é que, antes de tudo, não somos “do mundo”. A área mais importante de considerar não é a de nossa identidade aparente como mortais, nossa história, hereditariedade ou circunstâncias humanas atuais. A área vital é a da nova idéia espiritual. Como é que Deus define o homem? O que mais nos interessa está realmente colocado nesse Cristo, ou Verdade. Paulo escreve: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.”  2 Cor. 5:17.

Para nós e, bem assim, para todo seguidor de Cristo, vai nisso um processo de aprendizado. E assimilar o fato extraordinário de que não somos do mundo, mas de Deus, exige empenho e crescimento. Às vezes, esse “novo nascimento” nos parecerá demorado. Mas, se nos ativermos ao fato espiritual e científico com disciplina moral e espiritual tão grandes que nos governem a vida, ele realmente promoverá em nossa própria experiência mudanças tão grandiosas quanto aquelas que alcançaram os cristãos no primeiro século do cristianismo.

A Ciência do Cristo promove o mais completo auto-exame e arrependimento, mas isto certamente não significa que nos concentramos cada vez mais em aperfeiçoar um eu humano imperfeito. Nossa regeneração — literalmente, a nova geração de vida — ocorre quando apreendemos a liberadora verdade científica acerca do homem. Abandonamos o velho porque conhecemos o novo. Na regeneração, o que acontece é que passamos a ver e ser algo do homem real, tomando posse de nossa verdadeira identidade. Em nossa vida humana, isso tem como efeito um grande influxo de novas possibilidades, boas qualidades, um jorrar natural de amor ao próximo, e de cura. É verdadeiramente um novo começo, uma regeneração.

A Verdade divina mostra que não apenas nós, mas todos, temos uma vida e individualidade a serem descobertas, as quais são algo completamente diverso da história humana. O arrependimento e a reforma têm lugar por causa dessa realidade tão radicalmente diferente. Ao aprendermos mais acerca da substancial presença, ação e lei de Deus, cada passo também nos mostra algo mais da natureza real do homem na imagem de Deus. Ao procurarmos por esta imagem em sua inteireza (e não apenas por uma verdade útil e curativa) à luz espiritual do Cristo, avançamos mais rapidamente. Não ficamos restringidos ao sentido material de vida a que chamamos o mundo.

Entender que somos de Deus, ao invés de mortais a remoer mentalmente algumas poucas idéias espirituais num mundo de matéria e mal, é começar a saber algo da própria impulsão de Deus e do poder divino no cristianismo original. Isso nos cura e nos dá a capacidade de auxiliar outras pessoas.

À medida que começamos a verdadeiramente perceber que nossa individualidade se origina em Deus, isso tem como conseqüência inevitável rompermos com as suposições predominantes no mundo. Se devemos mudar o mundo, obviamente não nos podemos parecer com o mundo. Cristo Jesus não veio para julgar o mundo, mas para amar e salvar Ver, por exemplo, João 12:47.; ele ressaltou vivamente, todavia, a diferença entre compreensão espiritual e opiniões mundanas. Semelhantemente, Mary Baker Eddy, lembrando aos seus seguidores as palavras de Paulo, escreve: “Os Cientistas Cristãos têm de viver sob a constante pressão do mandamento apostólico que lhes ordena retirarem-se do ambiente do mundo material e conservarem-se separados dele.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 451.

Na verdade, essa separação tem como efeito calor e cura, ao invés de frieza e exclusivismo. O resultado dessa separação não pode ser o de isolarmo-nos da humanidade e da família ou da comunidade. Quanto mais pura for a nossa compreensão, cientificamente cristã, de que o homem é de Deus e não do mundo, mais genuíno será o nosso amor e maior a nossa capacidade de fazer o bem. E aqueles que estão saturados com o mundo, e preparados para vivenciar o espírito-Cristo, percebem-no quando o vêem. Assim como alguém perdido no deserto anseia pela água doce pura, o coração honesto anseia pelo espírito-Cristo. A Sra. Eddy escreve: “No crepúsculo da ostentação do mundo, no último suspiro de uma glória finda, somos atraídos para Deus.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 189.

Modificamos o mundo na mesma proporção em que mudamos o nosso conceito acerca do mundo. (O “mundo” que vemos é aquele que mentalmente concebemos.) Jesus via o reino de Deus, em vez do mundo que os outros contemplavam. E, à medida que nos retiramos do mundo e decidimos viver na luz espiritual que o Cristo, a Verdade, está emitindo, começamos a ver as coisas de maneira diferente. Começamos a ficar muito mais atentos às diferenças entre as aparências mundanas e o que é espiritual. Mas também, na proporção em que o universo de Deus nos começa a aparecer, percebemos mais intensamente a coincidência do humano com o divino. Percebemos o quanto estão ao nosso alcance coisas muito bonitas, boas e dignas de serem amadas.

Como não somos do mundo, precisamos estar conscientes de que não o somos. Nessa certeza, encontramos a rocha do Cristo sob nossos pés. Então damos acolhimento, em formas que vão além das palavras, à união, à filiação, do homem com o Princípio divino, o Amor. Torna-se-nos evidente que a nossa missão de cura-pelo-Cristo encontra sua realização ao cedermos àquilo que o Próprio Deus está fazendo com o homem. Obedientemente aceitamos (e nos movemos de acordo com) as enormes implicações práticas do que significa, para nós e para todos, o fato de que o homem é o filho de Deus.

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