Eu estava substituindo a professora efetiva da classe dos pequeninos, na Escola Dominical. Encontravam-se presentes muitas crianças, incluindo vários alunos visitantes. Para começar, recordei-lhes que na Bíblia aprendemos sobre Deus e Cristo Jesus. Em seguida, todos nos levantamos das cadeiras e “subimos ao monte”, porque era lá que às vezes Jesus falava aos seus amigos e seguidores. Por fim, sentamo-nos no monte, neste caso o chão, e preparamo-nos para aprender nova parábola.
Um dos visitantes sentou-se à minha esquerda, e minha filha aninhou-se praticamente no meu colo, à direita. Começamos a falar do amor de Deus para com todos nós, isto é, a mensagem universal do ministério de Jesus. Estendi então a mão para acariciar o visitante à minha esquerda. Ao fazê-lo, o menino ficou visivelmente perturbado, pelo que retirei de imediato o braço. Sorri-lhe para que se apercebesse que era amado e que não tinha motivo para se alarmar.
Eu sabia que muitas crianças não gostam de ser acariciadas por desconhecidos, e por certo a reação do pequeno visitante se deveu a esse motivo. Esse incidente, porém, levou-me posteriormente a averiguar quais os meus sentimentos em face das notícias veiculadas pelos meios de comunicação sobre crianças desaparecidas, maltratadas ou molestadas. A quantidade de anúncios, panfletos, livros e teatrinhos de marionetes destinados a ensinar as crianças a se protegerem, suscita nos pais boa dose de medo. Como ajudar as crianças a lidar com maus-tratos perpetrados, não apenas por familiares e amigos de confiança, mas também por desconhecidos? Esse desafio levanta questões pertinentes aos pais cristãos. Como ser cristão e ensinar aos nossos filhos o amor cristão, ou seja, ir ao encontro do necessitado e trazer ao redil o extraviado, se nos retrairmos com medo?
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