Provavelmente cremos que nunca chegamos a considerar a morte como solução para uma situação humana desesperadora. Entretanto, se alguma vez a morte nos pareceu justificável, ou se nos afigura como um golpe de misericórdia, seja pelo fato de havermos ouvido falar ou presenciado a situação difícil de alguém que esteja enfrentando um problema físico ou emocional desesperador, então nesse caso, de certa forma, aceitamos a morte como alternativa, talvez não para nós, mas para os outros.
O que é que nos faria, em determinadas circunstâncias, aceitar a eutanásia, o suicídio ou a morte, qualquer seja sua forma? Talvez a noção da futilidade da vida material e a crença de que a paz só pode ser alcançada por meio da morte. Esse conceito, no entanto, não leva em conta de maneira alguma a vida que Deus determinou para nós, Seus filhos.
A Bíblia nos ensina o profundo amor que o Pai-Mãe Deus tem por nós, e quão indispensável cada pessoa é para Ele, e aprendemos também que Ele é “a tua vida” Deuter. 30:20 (conforme a versão King James).. Cada um de nós, em sua verdadeira individualidade espiritual, expressa Deus, a Vida divina, de forma original. Cada um de nós é a completa expressão de Deus, e todos somos vitais para a natureza infinita da Divindade. Deus nunca criou um filho deficiente ou inútil!
Infelizmente o pensamento humano não iluminado desconhece a individualidade essencial e espiritual do homem. Não consegue saber que somos admiravelmente qualificados, maravilhosamente preparados e divinamente escolhidos para viver a vida estabelecida por Deus. Não há dúvida de que o desespero, o desamparo, a falta de saúde, o fracasso, por vezes parecem ingredientes constantes em todas as nossas atividades, e talvez achemos que somos tudo, menos “maravilhosamente preparados” para levar uma vida produtiva. No entanto, nosso ser verdadeiro não é vítima das circunstâncias. A partir desse ponto de vista, encontraremos soluções curativas para nossos problemas.
A morte só é a solução definitiva para aquilo que o desespero, o desamparo e a falta de saúde sugerem: que o homem pode estar separado de seu criador, Deus, que é a própria Vida do homem. Isso, porém, é impossível e indesejável! Encontramos no livro de Ezequiel a promessa feita por Deus: “Não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei.” Ezequiel 18:32.
Deus revelou-nos, por intermédio de Seu filho, a maneira de converter-nos e viver. Cristo Jesus viveu entre os homens para indicarnos o caminho. Jesus falou do reino dos céus, no qual podemos conhecer-nos a nós mesmos como filhos de Deus, amados, amparados e necessários a Ele. Mas onde e como podemos encontrar esse reino?
Ao referir-se ao reino de Deus, a Sra. Eddy escreve: “Estará esse reino distante? Não: está aqui, sempre-presente.. .. O reino dos céus é o reino da Ciência divina: é um estado mental. Jesus disse que esse reino está dentro em vós e nos ensinou a orar: ‘Venha o teu reino;’ ele, no entanto, não nos ensinou a orar pela morte como meio de alcançar o céu. Não procuramos luz na escuridão. A morte não pode nunca conduzir ao despontar da Ciência, que revela as verdades espirituais da Vida do homem aqui e agora.” Miscellaneous Writings, p. 174.
Ao considerar a morte uma solução, o pensamento mortal ignora completamente o poder do Cristo sanador, de despertar-nos para o reino de Deus. O Cristo, porém, está presente na consciência humana, e pode libertar-nos de um conceito fútil e mortal de vida, ao revelar a natureza eterna de Deus, e a verdadeira identidade do homem como expressão abençoada de Sua natureza. O propósito, a força, a saúde e o domínio manifestam o reino de Deus que predomina no homem. E a humanidade torna-se consciente dessas qualidades por meio do Cristo, “o caminho, e a verdade, e a vida”, João 14:6. não por meio da morte.
Jesus curou o pesar e a doença, demonstrando assim o Cristo. Seu caminho é de esperança, de compromisso com a vida e com o reino de Deus que prevalece dentro em nós. Ele deu provas da eternidade da vida por meio de sua ressurreição.
Se estudarmos e aplicarmos seus ensinamentos e aprendermos as lições transmitidas com seus exemplos de cura, eliminaremos de nosso pensamento qualquer resquício da idéia de que a morte seja a solução para o nosso problema. Ao invés disso, sentiremos o impulso crístico em direção à vida e à inteireza, tanto para os outros quanto para nós mesmos. E nossa disposição em reconhecer a validade da promessa da cura cristã para outra pessoa, proporciona a esperança necessária para apoiarmos os esforços dessa pessoa a fim de que ela supere a situação difícil, busque a cura e escolha a vida!