Uma jornalista que percorreu diversos países das Américas nos últimos cinco anos, descreveu em três frases, difíceis de igualar por sua habilidade de resumir, o tremendo contraste entre a escravidão e os elos do amor. Diz: "Um menininho, com o cabelo cortado rente e calças demasiado grandes, aprende a soltar um papagaio de papel de jornal. Não sabe o que é brincar, pois em sua infância de moleque da rua afanou dinheiro, lustrou sapatos, vasculhou lixo. Mas quando o acaricio, aflora em sua face um amplo sorriso e ele me abraça com toda a força." Pamela Constable, "The truth about covering Latin America", The Boston Globe Magazine, 20 de setembro de 1987, p. 13.
Limitações tremendas perseguem a idéia de que o homem é o filho de Deus, e pretendem subtraí-la à vista. A escravidão e o desleixo despertam sentimentos agudos, de revolta e desesperança. No extremo oposto do espectro humano encontramos relacionamentos profundos que compelem aos mais heróicos e compassivos gestos. São relacionamentos que despertam em nós uma necessidade quase indescritível de amar.
A capacidade inata que a criança tem, de aceitar e retribuir amor, ainda que nas mais aterradoras circunstâncias, é sinal de nossa natureza espiritual e de nossas capacidades genuínas. De que outra maneira descrever, por exemplo, o afeto que irresistivelmente atraiu para o pé da cruz Maria, mulher de Cleofas, Madalena, João, o Apóstolo, junto com a mãe de Jesus, no preciso momento em que as forças centrífugas do medo afastavam tantas outras pessoas e as reduziam ao silêncio?
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