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Separe-se da mentalidade que confia em "carros e cavalos"

Da edição de janeiro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Já alguma vez reparou que a Bíblia é o que se pode chamar "anti-convencional", na maior parte de seu relato?

Por exemplo, a seguinte afirmação de Isaías era contrária à sabedoria daquela época: "Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro, e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor." Isaías 31:1.

Pode dizer-se que Cristo Jesus falava do pensamento convencional quando se lamentou: "Jerusalém, Jerusalém! que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não quisestes!" Mateus 23:37.

Não restam dúvidas. Existe grande distinção a fazer entre o pensamento impelido espiritualmente e o típico raciocínio mundano. Quando se compreende melhor a diferença existente, bem como a razão por quê, fica-se mais preparado para fazer as escolhas necessárias. Não se trata apenas de uma exigência moral, mas de uma questão prática.

Isaías não era um idealista "desaparafusado" ao exigir que os israelitas voltassem as costas ao modo de pensar convencional e confiassem no Santo de Israel! Ele bem sabia que os carros e cavalos, que tanto infundiam confiança, ficaram completamente desprovidos de poder no meio do Mar Vermelho. Isaías apenas requeria um pensamento prático, porque sabia que a confiança no sentido espiritual, mais que qualquer outro fator, produz ação eficaz, proporciona discernimento e argúcia.

Quando concluí o Curso Primário da Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), calhou eu ter ido acompanhar meu professor à estação. Não tínhamos muito tempo para lá chegar e eu desejava com solicitude que não houvesse percalços. Mas acabei por descobrir que eu exprimia uma atitude típica: "É melhor apressar-nos," disse. "Eu nunca me apresso," replicou meu professor.

Verifiquei que seu comentário brotara de uma enorme reserva de calma. Foi dito com naturalidade e sem o menor sinal de superioridade ou justificação própria de correção. Seu pensamento estava baseado em algo nitidamente diferente. Ele não estava tentando conseguir controlar-se nesse momento. Seu pensamento já estava alicerçado em profunda confiança na verdade espiritual e não na aparência mundana, porque sabia que o homem não vive sob pressão, mas que se movimenta de acordo com o bem que seu criador vai revelando. Esse conceito estava tão enraizado em seu pensamento, que eu mesmo pude sentir com naturalidade o poder e a presença da verdade espiritual. (E chegamos à estação com tempo de sobra.)

Baseadas num ponto de vista convencional, as pessoas presumem em geral que é necessário movimentarem-se com azáfama. Em algumas profissões a pressa tornou-se um modo de vida. Muita gente se queixa agora que "nunca há tempo para fazer as coisas bem-feitas." Esse ponto de vista resulta em pressão e injustiça, impostas em sucessivos escalões profissionais, e os mais baixos da escala sofrem, em geral, o impacto de alguém que, mais acima, quer agradar a outrem. É possível, no entanto, aprender a verdade espiritual de que Deus possui em Suas mãos toda a ordem e bondade do universo, e que nós as expressamos, porque Ele as expressa em nós. Assim descobrimos que podemos substituir gradativamente as impressões mundanas pelo pensamento baseado na espiritualidade. Essa forma de pensar não nos torna ingênuos e indecisos, mas permite-nos descobrir um surpreendente entrelaçamento de interesse, o que dissolve obstáculos, e é uma lei espiritual inexorável a qual, como a Bíblia descreve, mostra que "todas as cousas cooperam para o bem." Romanos 8:28.

Mary Baker Eddy escreve no capítulo "Reconciliação e Eucaristia" de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: "Se meus amigos vão à Europa, enquanto estou a caminho da Califórnia, não viajamos juntos. Temos de consultar horários diferentes, e seguir rotas diversas." E indica esta lição: "Por ter pendores pela matéria, o homem mundano fica às ordens do erro e será atraído para ele." Ciência e Saúde, p. 21. Essa declaração ajuda-nos a compreender a necessidade de distinguir entre o convencional e mundano, e entre o espiritual e não-convencional.

Sempre estaremos sujeitos às circunstâncias, a menos que nos esforcemos por enxergar a realidade espiritual em cada situação do dia-a-dia. É fácil imaginar que agimos com independência e racionalidade, mas a menos que o compreendamos, estaremos apenas reagindo ao apelo de padrões magnéticos e à atração do pensamento convencional. Podemos corrigir nosso curso de ação com a ajuda da revelação da lei divina e da realidade espiritual, que estão à nossa disposição por intermédio do cristianismo científico. A partir daí tornase-nos mais natural ver as diferenças de como as coisas espirituais operam e as conjeturas sobre o poder, sobre a lei e a inevitabilidade humana. Não mais ficaremos impressionados pelo que na sociedade é essencialmente mundano, quer se trate de economia, psicologia ou medicina. Assim, por exemplo, se a necessidade, o acaso, as estatísticas ou as reações humanas típicas apresentarem argumentos, podemos nos lembrar de procurar a diferença entre elas e o fato espiritual.

Não há dúvida que é muito pouco convencional acreditar que o homem vive inteiramente no universo de Deus, onde Deus nunca abdicou de Seu governo nem renunciou a Seu controle perfeito e bondoso sobre quaisquer circunstâncias materiais. Essa nova e inspirada compreensão acerca do homem como expressão do Espírito divino, ou seja, do homem espiritual, que se move de acordo com a lei espiritual e que não é desprezível e sujeito a forças materiais, começa a revelar ao pensamento humano a grande sabedoria prática dos ensinamentos bíblicos. A partir daí começamos a compreender que uma lei subjacente a todos os relatos bíblicos. Descobrimos que nós próprios podemos confiar nessa lei espiritual e científica, que tem efeitos curativos maravilhosos. E passaremos a compreender cada vez mais a razão por que devemos retirar-nos da mentalidade convencional e do pensamento mundano que confia em "carros e cavalos".

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