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“Por favor não se preocupe, Mamãe”

Da edição de janeiro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando larguei o telefone, a voz suave de minha filha ainda ressoava em meus ouvidos. Senti o impacto do medo e da preocupação diante das notícias que ela acabava de me contar. Ela estava em meio a um grave problema pessoal de relacionamento e enfrentava também dificuldades no trabalho.

Apressei-me a estudar a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy. Como Cientista Cristã, aprendera a encontrar consolo e respostas práticas seguindo as instruções contidas nesses dois livros muito especiais. Em suas experiências mais recentes, minha filha também recorrera a esses dois livros. Ela casara-se fazia pouco, mudara-se para outro estado e começara uma carreira inteiramente nova, tudo isso quase ao mesmo tempo.

Recorrendo a Deus e afastando-me do quadro hipnótico de um mundo em completo caos, eu me livraria do medo, não tinha dúvida. Abri o livro Ciência e Saúde e li: "Examinados à luz da Ciência divina, os mortais apresentam mais do que se descobre na superfície, pois que os pensamentos invertidos e as crenças errôneas são forçosamente contrafações da Verdade." Ciência e Saúde, p. 267. Só de ler esse trecho, já senti grande alívio. Eu sabia que Deus, a Verdade, estava governando! Mas estava ansiosa por ajudar minha filha e comprovar de novo o poder da oração.

Reconheci que se eu fundamentasse meu estudo em bons motivos e confiança no todo poder de Deus, abriria caminho para a cura. O desejo recompensado pela cura é aquele de que a vontade de Deus seja feita, como no-lo ensina a Oração do Senhor. Faça-se a vontade de Deus e não a minha, ou a dela, ou a dele ou a deles. Ceder à vontade de Deus afasta a preocupação e o medo, tão evidentes quando delineamos a forma segundo a qual as coisas, do nosso ponto de vista, devem ser feitas.

Sinto grande gratidão pelo fato de a humanidade possuir a capacidade de escolher a Verdade como o único poder vigente. Cristo Jesus prometeu que o Pai enviaria outro Consolador que nos guiaria "a toda a verdade"  Ver João 14:16; 16:13.. O Consolador mostra-nos como comprovar as verdades contidas na Bíblia. Tal como se acha revelado na Ciência Cristã, o Consolador nos desperta para a lei infalível de Deus e restabelece a paz. Nosso muito amado Jesus promete: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."  João 8:31, 32.

A Ciência Cristã oferece-nos a educação espiritual que induz a analisar aquilo que o materialismo, com tanta insistência, diz ser real, e a perceber que Deus, a Vida divina, é o único criador. Daí deduz-se de maneira lógica que Deus é o verdadeiro Pai-Mãe de todos. Devido a ser Ele também Amor, e a fonte de todo amor, não Lhe poderemos confiar o cuidado de nossos filhos? Não poderemos esperar que Ele nos mostre a melhor forma de ajudá-los? A preocupação que parecemos sentir, não é mensagem de Deus, nem é profecia. É o resultado da crença errônea de que somos criadores mortais de outros mortais, a quem amamos como pessoas, apesar de suas falhas, e de cujos problemas participamos. Aí está, porém, nossa oportunidade. Podemos recusar-nos a acreditar na criação mortal e reconhecer em oração que nossos filhos são, em realidade, o reflexo de Deus, são Sua imagem. Deus, como o bem absoluto, não pode deixar de ser refletido pelo bem. Ele não criaria um poder que O separasse do Seu reflexo.

A prática da cura pela Ciência Cristã baseia-se na compreensão de que Deus é o único poder, o único Princípio divino, que cria e governa Seu universo. Com efeito, a preocupação é má prática mental, ou seja, prática errada; subentende crer e confiar numa mentira, não na Verdade. A Sra. Eddy escreve: "A base da prática maléfica mental está na vontade humana errônea, e esta vontade é uma conseqüência daquilo a que eu chamo mente mortal — um senso falso e temporal da Verdade, Vida e Amor." Rudimentos da Ciência Divina, p. 9. Isso explica a necessidade de orar para que Sua vontade seja feita. O medo, a raiva, a ignorância acerca de Deus, a dor, a tristeza e o pensamento tolo e indisciplinado, não procedem de Deus e não têm lugar em Sua criação.

Quando despertamos e sentimos a constante solicitude de Deus por Sua amada criação, somos curados, e a alegria e a gratidão enchem nosso pensamento. Vemos o medo desaparecer no seu nada original, como se fora um pesadelo, o que prova que o medo não tem base alguma. Somos gratos pela oportunidade de comprovar de novo, hoje e sempre, a eterna presença e a atividade da Mente única, Deus. Temos a escolha de trabalhar e orar até reconhecermos, com alegria, a irrealidade de qualquer outra mente.

Foi assim que orei depois de receber o telefonema de minha filha. Comecei a recordar as muitas provas que tivera do cuidado de Deus. Uma dessas provas veio-me ao pensamento com nitidez. Recordei uma noite, algum tempo antes, quando meu filho começara a namorar. Ele saíra dirigindo nosso carro. Foi na década dos sessentas e a reviravolta nas atitudes morais dos jovens parecia-me arrasadora e chocante. Com o passar das horas a tensão dentro de mim cresceu e, por fim fiquei apavorada ante a perspectiva de ter de suportar essa ansiedade vários anos. De repente, veio a resposta de Deus à minha oração. A seguinte pergunta aflorou ao meu pensamento: "Você acredita realmente que Deus, que é Amor, enche todo o espaço? Você afinal ensina isso aos alunos na Escola Dominical! Mas você acredita mesmo nisso?"

O jugo da mente mortal se havia quebrado. De imediato aceitei a lógica de que Deus, o Amor, a Mente divina, enche todo o espaço e que, portanto, todo ser real habita na Mente, a salvo, sob Seu cuidado, como Seu reflexo. Fora despertada pelo toque do Cristo e senti grande paz interior. Mentalmente coloquei meu filho e seus amigos sob o cuidado de Deus. Esse foi um momento decisivo para mim, pois vi que era capaz de confiar em Deus para me guiar e mostrar como deixar crescer meus filhos sob Sua acertada orientação.

Às vezes é preciso grande luta para dar esse passo, mas com a ajuda de Deus vemos que os anos de crescimento de nossos filhos são para nós também anos de muito crescimento. À medida que nossos filhos amadurecem, a quantidade de orientação que lhes damos também se modifica. Mas continuamos a orar. Quando se tornam adultos, a menos que nos peçam tratamento específico pela Ciência Cristã, nossa oração se transforma na afirmação da verdade comum a todos, e nos regozijamos no fato de que Deus cuida de todos sem exceção, como a Sra. Eddy escreve: "O homem e a mulher, coexistentes e eternos com Deus, refletem para sempre, em qualidade glorificada, o infinito Pai-Mãe Deus." Ciência e Saúde, p. 516. Se formos tentados a manipular nossos filhos adultos, será melhor corrigir nossos motivos e purificar o coração, mediante esta prece: "Faça-se a tua vontade." Essa disposição humilde pede ao Pai-Mãe de todos que mostre a cada um o caminho divino.

Com que gratidão podemos acalentar a preciosa recompensa a receber em conseqüência da luta por escolher a Verdade! Aquietados, escutando a Mente divina e obedecendo-lhe, percebemos que a preocupação e a frustração desaparecem em sua nulidade. Verificamos que a cura é o resultado que de igual modo acontece em todo o mundo. Um salmo diz: "O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra."  Salmos 121:2.

Pouco tempo passara desde que deixara o telefone, e me voltara aos meus dois livros, em minha opção pela Verdade, ao invés de ficar do lado das mentiras, quando senti o toque sanador do Cristo. Alguns dias mais tarde minha filha telefonou para dar as boas-novas e falar de sua gratidão pela cura. Contou que ao recorrer à Mente divina e ao afastar-se da crença em muitas mentes, constatou uma mudança notável não só em sua maneira de pensar como na das outras pessoas. Todos pareciam dispostos a escutar e compreender, quando antes havia apenas e e raiva. Estava tudo bem!

Podemos manter a paz e ajudar nossos filhos mediante nosso terno e constante amor e oração impessoal. Nosso amigo, o Pai, trabalha conosco, levando-nos a escolher o que é verdadeiro e a abandonar o materialismo que influencia nosso pensamento. Quando oramos não ignoramos o mal. Seguimos os passos de Jesus, enfrentando o mal, decididos a rejeitá-lo como a mentira que é e, desse modo, destruindo-o mediante o Cristo.

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