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A arte de “cimentar os laços da fraternidade cristã”

Da edição de março de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


O divisionismo é, sob muitas formas, um dos mal-estares que mais nos aflige nos dias de hoje. O século vinte, porém, não tem o monopólio sobre esse problema, como se depreenderá da leitura de qualquer livro de história da humanidade. No entanto, apesar de todo o diálogo visionário sobre a comunidade mundial, a despeito do avanço tremendo dos meios de transporte, mesmo apesar dos fantásticos meios de comunicação que ligam o mundo através do conhecimento instantâneo de qualquer acontecimento, mesmo assim, tudo o que o coração às vezes deseja é apenas conhecer, conhecer a fundo, nosso vizinho do lado. Ansiamos por conhecer e ser conhecidos, estimar e ser estimados.

O divisionismo assume aspecto especialmente triste quando surge na vida religiosa da sociedade. Dentro da ampla esfera de ação do cristianismo, por exemplo, há hoje centenas de diferentes seitas e denominações religiosas. Sem dúvida, muitos grupos de cristãos trabalham e oram conscienciosamente para ajudar a estabelecer genuíno espírito de unidade no mundo. Mas tanto no seio de algumas igrejas, individualmente, como entre religiões, às vezes se nota a existência de suspeitas e ressentimentos, que não contribuem para promover a cura e apressar o progresso da compreensão do reino de Deus, que, conforme nos disse Jesus, já está à mão. E o Mestre fez essa surpreendente declaração há quase dois mil anos!

Mas está o reino de Deus presente, na realidade? Expressariam as palavras de Cristo Jesus uma verdade fundamental, se bem que radical, ou seria sua visão apenas a esperança ingênua de um idealista dos primeiros tempos do cristianismo? Em qual desses pontos de vista acreditamos? E, então, quais serão nossas responsabilidades conseqüentes?

A Fundadora da Ciência Cristã ofereceu aos membros de sua igreja alguns conselhos sábios, aplicavéis a todos os Cientistas Cristãos, embora tenham sido dirigidos ao Conselho de Conferências da Ciência Cristã. Num dos primeiros números do Christian Science Sentinel, a Sra. Eddy escreveu: “O Conselho de Conferências inclina-se a ser caridoso para com todos, e a ninguém odiar, e é instruído nesse sentido. O propósito de seus membros é o de servir os interesses da humanidade, e cimentar os laços da fraternidade cristã, cujos elos, de um a um, elevam na escala do ser.” (Essa declaração foi mais tarde reimpressa em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, páginas 338-339.)

Por onde começar a “cimentar os laços da fraternidade cristã”? Talvez pudéssemos começar no círculo estreito do lar, em nossas famílias e em nossas próprias igrejas, lidando com nossos maridos e esposas, nossos filhos e filhas, nossos pais e mães, os outros membros de nossas igrejas, como queremos que lidem conosco. Com compaixão, paciência, perdão, compreensão, atenção, amor.

Também poderíamos promover renovada aproximação junto de nossa vizinhança e em nossas comunidades locais. Será que relutamos em ser atenciosos, ou até mesmo em dirigir ao menos uma palavra, a alguns de nossos vizinhos, por causa de sua profissão, ou de seu padrão de vida, ou porque a igreja que freqüentam é diferente da nossa? Essa relutância não parece encaixar muito bem nas instruções que Jesus deu aos seus discípulos. Jesus gastou tempo e muito esforço com todo gênero de pessoas apelidadas de “diferentes”. Ele se arriscou a ser falsamente acusado de beberrão, ou a ser chamado de amigo de publicanos e pecadores, por tomar a sério seu ministério. As palavras de Jesus “Ide por todo o mundo”, significavam precisamente isso.

Mesmo quando a posição de Jesus não era apreciada ou compreendida por seus ouvintes, cada uma de suas respostas era impelida por amor real. Jesus disse a seus discípulos que também eles deviam amar e orar quando confrontados com divisionismo ou inimizade. Havia espírito de união nas palavras e feitos de Jesus. Ele unia os corações, trazia cura à vida, estabelecia a comunidade dos santos.

A oração é inequivocamente importante. E a Ciência Cristã se dedica a ajudar as pessoas a aprenderem a orar de maneira que ajuda de fato, ajuda mesmo nosso próximo, tanto homens como mulheres. A oração pode abrir o caminho para a cura do divisionismo, porque quando a oração corresponde genuinamente à verdade do amor de Deus pelo homem, e o expressa, começa por modificar aquele que ora. Começa por operar em nós aquilo que, em nossa oração, afirmamos ser a realidade. A partir dessa altura nossa vida torna-se exemplar. O divisionismo deixa de ter efeito em nós, e deixamos de o encorajar nos outros por intermédio de nossas palavras e ações, ou mesmo pela ausência de palavras e atos.

Não há dúvida que qualquer esforço, por mais diminuto ou humilde que seja, de pautar nossa vida com estímulos crísticos ao mundo à nossa volta, significa, de fato, alguma coisa para a outra pessoa. O cimento que dá solidez a esses laços é assentado aos poucos, assim como as pedras de uma construção são postas uma a uma, e nossos corações vão se unindo, um a um.

A oração na Ciência Cristã expõe o fato espiritual que Deus é Amor infinito, Mente indivisível. E essa Mente única é refletida por sua idéia espiritual, o homem. O homem de Deus não é um ser dividido ou divisível, como seu Criador também não o é. A unidade divina entre Deus e o homem é mantida através de toda a Sua criação. A paz autêntica exprime a realidade permanente da família de Deus. O amor genuíno transmite a harmonia eterna.

A idéia preconcebida de que somos todos mortais, competindo por espaço, poder, destaque, suprimento, sobrevivência, é o supremo engano. Somos na verdade o homem criado por Deus, Seu reflexo espiritual, cada um de nós dotado de igual valia e valor. Cada um de nós é na realidade mantido unido pelo laço do Amor universal e suprido com todo o bem.

Quando nosso sentido espiritual vislumbra essa realidade atuante desde já em nossa vida, verificamos que ela tem de atuar também na vida de todos. O divisionismo já não poderá ameaçar-nos. O mal-estar desaparece. Em seu lugar cimentam-se os verdadeiros laços da fraternidade cristã, aquele afeto e compreensão realmente impelidos pelo único Pai supremo, o Pai de todos nós. Um a um os corações serão unidos em Cristo, a Verdade.

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