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Como vencer as investidas do desânimo

Da edição de março de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Todos nós temos momentos em que ficamos desanimados, não é mesmo? momentos em que nos sentimos tão no fundo do poço, que começamos a perguntar se vale a pena. Até eu, este velho otimista, certa vez me senti assim. Já lhe conto minha experiência.

Eu tinha um emprego novo e grandes esperanças. Estava impressionado pelo modo como agiam no escritório e não via a hora de fazer parte das atividades. Aí cometi o meu primeiro erro: apresentei-me para trabalhar!

Logo percebi que havia ali contendas, represálias, politicagem, conivência. As pessoas eram muitas vezes por demais rudes e sem consideração. Minhas novas idéias, que na hora do contrato me fizeram acreditar que eram exatamente o que meus empregadores queriam, em geral caíam em ouvidos moucos. Os dias se transformaram em semanas e as semanas em meses, e acontecia sempre o mesmo.

Por vezes, deixava-me amargurar com o ambiente todo. Minhas elevadas esperanças estavam arrasadas! Pensei em pedir demissão e ir-me embora, mas não era a isso que as orações me conduziam. Contudo, parecia insuportável continuar ali. Às vezes, eu agia mecanicamente, fazendo tudo o que havia a fazer, mas sem realmente tomar parte na coisa; a alegria de viver havia sumido e nada restava a não ser o sentimento de depressão. Eu estava desesperado e não havia perspectiva de melhora.

Havia muito tempo eu era Cientista Cristão, e sabia que sentir-me no fundo do poço não fazia parte do plano de Deus para mim. Percebi que se meu desânimo não fosse curado, eu me tornaria uma pessoa amarga e cínica. Comecei a encarar a situação sob o ponto de vista espiritual e mais profundo.

A Ciência Cristã apresenta a verdade a respeito do homem, baseada em fatos espirituais infalíveis. Por exemplo: que o homem foi criado à semelhança de Deus, que ele é imortal, perfeito, santo e feliz. Ora, o homem, o que cada um de nós realmente é, constitui a própria manifestação do bem!

O homem, então, só está consciente do bem, é guiado só pelo bem e somente pode experimentar o bem. O bem é a única realidade no que concerne à criação de Deus. Como o homem nunca está fora da bondade e nunca pode perder de vista a bondade, não pode tornar-se vítima das circunstâncias ou das ações errôneas de outros. E essa bondade espiritual, proveniente de Deus, que é a Vida eterna, é indestrutível, imutável, perpétua.

Ao orar nesse sentido, começamos a ver a necessidade de desconfiar profundamente de nossas próprias dúvidas e de rejeitar a hipótese de não podermos superar a situação do momento. Às vezes, deixamo-nos envolver de tal maneira pelas deturpadas imagens acerca do homem, que se impõem diante de nós em busca de aceitação, a ponto de chegarmos a pensar que tudo se resume nesse quadro material cinzento. Mas não é assim. Nenhum critério mortal tem a mais leve sanção de Deus nem Sua justificativa.

Por ter orado, passei a ver as coisas um pouco mais claras e a ter vislumbres de esperança. No dia seguinte, no local de trabalho, parecia que eu tinha voltado ao ponto inicial. E assim foi, com altos e baixos, e mais baixos do que altos.

Então, num fim de semana, levei minha filha ao cinema. No meio do filme reparei que estava rindo e me divertindo. Até derramei algumas lágrimas nos momentos de ternura.

De repente, percebi que eu não agia mecanicamente. O emprego não me roubara tudo o que eu tinha. Aliás, não podia afetar a alegria de minha vida, por exemplo, nem meus sentimentos mais profundos. Eu ainda estava consciente de que Deus existe e eu sabia que era possível confiar nEle para que a situação toda fosse corrigida. Naquele momento eu sabia que haveria de superar a situação. Eu não consentiria que esse emprego me empurrasse para baixo, a ponto de me fazer acreditar que a bondade, a bondade derivada de Deus, da Verdade e do Amor divino, estivesse fora de moda ou não tivesse poder. Percebi que minhas orações para compreender, do ponto de vista espiritual, o que Deus realmente é, estavam me ajudando a ver que todo esse quadro era irreal. Havia esperança!

Havia um jeito de sair do lamaçal em que eu me sentia tão preso. Eu podia recorrer ainda mais a Deus e encontrar alívio, sendo obediente ao que Ele me dizia. Deus é a Mente divina e, como tal, transmite inteligência infalível e sabedoria para a Sua criação. Por isso, o homem, o homem espiritual e perfeito criado por Deus, reflete apenas o que Deus é. E esse reflexo, o homem, nunca cessa de expressar o bem.

Orando dessa forma, obtive por fim confiança mais profunda na bondade indestrutível de Deus, bondade essa que não podia ser tocada nem adulterada. Essa regeneração espiritual do pensamento trouxe-me um sentimento mais profundo de paz e alegria, que eu reconheci como oriundos de Deus e, portanto, permanentes. Não se tratava de sentimentos que iam e vinham. Nada tinham a ver com conflitos de personalidade, com acontecimentos ou circunstâncias.

Dotado dessa compreensão mais profunda da paz espiritual, consegui não só ir ao trabalho sentindo-me feliz, como sair dele, sentindo-me feliz! E fazia um bocado de tempo que isso não acontecia.

Logo dei-me conta de que havia uma razão real para estar ali e era a de ajudar a corrigir o que ali estava errado, e que essa razão podia ser partilhada por todos. Era hora de eu parar de sentir pena de mim mesmo e me ocupar em expressar mais das capacidades que Deus me dera e que estavam vindo à tona à medida que eu orava. Aprendi a ser mais compassivo e a compreender aqueles com quem trabalhava, a ser mais paciente e amável, e ainda assim manter-me firme quanto ao que eu sabia estar certo.

Bem antes que ocorressem muitas mudanças humanas, comecei a gostar de meu trabalho. A escuridão e a infelicidade sumiram. Voltei a ser eu mesmo. E o escritório todo começou a mudar. Havia maior sentimento de amor e respeito. Minhas idéias passaram a ser mais acolhidas ou, pelo menos, tomadas em consideração, e as relações de trabalho se tornaram bem mais harmoniosas. O projeto de que eu me ocupava foi, por fim, passado para outra chefia e o trabalho foi completado com grande harmonia.

Há uma passagem do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras que, após essa experiência, passou a ter maior significado para mim. Nele a Sra. Eddy escreve: “O sol não é afetado pela rotação da terra. Da mesma forma, a Ciência revela que a Alma é Deus, jamais tocada pelo pecado e pela morte — revela que ela é a Vida e a inteligência centrais em torno das quais giram de modo harmonioso todas as coisas nos sistemas da Mente.” Ciência e Saúde, p. 310.

Essa primeira frase: “O sol não é afetado pela rotação da terra,” fez-me tomar novo rumo. No decorrer dos anos, comecei a ver com maior clareza que Deus é, de igual modo, intocado pelos reboliços e as reviravoltas humanas. Aprendi a confiar mais em Deus ao invés de ficar pasmado diante de pessoas, situações ou acontecimentos desfavoráveis. Ao compreender que o homem é a expressão de Deus, de Seu próprio ser, começamos a ver que o homem também não é afetado pela discórdia ou pelo conflito humano.

Deus, e só Deus, é e continua a ser “a Vida e a inteligência centrais em torno das quais giram de modo harmonioso todas as coisas nos sistemas da Mente”! Quão maravilhoso é ter na Ciência Cristã as ferramentas de que necessitamos para não deixar-nos enganar pelos argumentos do mal que pretendem nos manter num nível em que encararíamos as condições materiais e as pessoas como o centro de nossa vida e de nossa felicidade. Deus é o nosso centro, é responsável por toda idéia correta. Tal como lemos na Bíblia: “Por que estás abatida, ó minha alma? por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus."  Salmos 42:5.

Existe esperança, existe alegria e felicidade. Portanto, quando formos tentados a pensar que não existem, quando formos tentados a cair e desistir, ponhamo-nos de pé com Deus. Sejamos aquilo que Ele nos fez ser. Esse panorama é muito amplo. E esse é o único meio de vencer todo e qualquer sentimento de desânimo, por mais intenso que seja. Fantásticas são as recompensas!

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