Pergunto-me, às vezes, se todas as informações que saturam nossa sociedade, em especial as informações sobre o corpo, realmente contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de nossa vida. O pensamento do mundo, atualmente, está muito voltado para o corpo: sua saúde, beleza, peso, condições físicas, o que devemos ou não comer, e assim por diante.
Um artigo recentemente publicado na revista americana Forbes, conclui que “Pensamos em emagrecer e vamos ficando mais gordos.” James Ring Adams e Jeffrey A. Trachtenberg, “Losing the battle of the bulge”, Forbes, 17 de novembro de 1986, p. 172. O artigo diz que apesar dos apelos continuados dos profissionais da saúde, e apesar de toda a publicidade para que as pessoas emagreçam e fiquem em forma, os americanos como um todo, não consideram a tarefa fácil.
E fala-se tanto em exercício! Deveríamos nos exercitar mais, tomando cuidado para não fazer exercício em demasia. Depois vem o veredicto de que certos exercícios podem ser perigosos. Talvez a lição que tiramos disso tudo, é que as respostas certas sobre a boa saúde não se encontram justamente onde nos ensinam a procurá-las, isto é, no corpo.
A maioria das pessoas acha que o corpo age por si mesmo e também está sujeito a forças invisíveis e desconhecidas que podem atacá-lo. De qualquer maneira, acredita-se que podemos tornar-nos vítimas do nosso próprio corpo. Para onde quer que nos volvamos, confrontamo-nos com a crença de que o corpo é a fonte de nossa saúde e de nossa felicidade. Mas há uma maneira diferente de encarar nossa identidade. Apesar do volume imenso de informação humana ao nosso dispor e dos meios pelos quais ela chega até nós, a fonte primordial, onde podemos obter as informações vitais para o nosso bem-estar, continua a ser a Palavra inspirada da Bíblia. Por exemplo, a Bíblia diz-nos que o homem é a imagem e semelhança de Deus e tem domínio sobre toda a criação de Deus. Ver Gênesis 1:26.
É assim que nós nos vemos, totalmente semelhantes a Deus, inteiramente espirituais? Ou será que nos consideramos meramente corporais, ou talvez uma combinação de corpo e mente?
A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A descrição do homem como puramente físico, ou ao mesmo tempo material e espiritual — mas em ambos os casos dependente do seu organismo físico — é a caixa de Pandora, da qual saíram todos os males, especialmente o desespero.” Ciência e Saúde, p. 170. A crença de que o homem é dependente do corpo, leva ao desespero. Mas o homem apresentado no primeiro capítulo da Bíblia inclui domínio. De modo que podemos escolher: desespero ou domínio.
Será que o corpo realmente constitui nossa identidade? Na Bíblia, Paulo nos encoraja a preferir “deixar o corpo e habitar com o Senhor” 2 Cor. 5:8.. Ao comentar a sua longevidade e a de outros artistas, Picasso certa vez disse: “Enquanto trabalho, deixo meu corpo do lado de fora da porta, assim como os muçulmanos tiram os sapatos antes de entrar numa mesquita.” Françoise Gilot e Carlton Lake, Life with Picasso (Nova York: McGraw-Hill Book Company, 1964), p. 116.
Se o pensamento, sistematicamente desviado do corpo e direcionado para a arte, pode resultar em longevidade, imagine o que aconteceria se todos os dias passássemos algum tempo com o pensamento centralizado em Deus e não em nós mesmos, não passiva, mas ativamente, assim como Picasso ativamente expressava a sua arte; tempo gasto, não pensando em nós mesmos, mas aprendendo mais sobre Deus e expressando ativamente as qualidades que associamos com Deus, tais como amor genuíno, paciência, perdão, justiça e alegria.
A Sra. Eddy escreve: “Viver de maneira tal que a consciência seja mantida em constante relação com o divino, o espiritual e o eterno, é individualizar o poder infinito; e isso é Ciência Cristã.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 160. O pensamento centralizado em Deus, em vez de em si mesmo, não negligencia o corpo. Em realidade, ajuda-nos a cuidar dele, a restaurá-lo e a curá-lo. Em virtude dessa visão espiritual, o corpo realmente fica mais saudável.
Na Bíblia lemos: “O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz.” Romanos 8:6. Ter o pendor do Espírito significa ver as coisas tomando por base a realidade espiritual e não as aparências. Cristo Jesus advertiu: “Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça.” João 7:24. Ter o pendor do Espírito consiste em reconhecer Deus, a Vida eterna, o Amor todo-abrangente, o Ser harmonioso e único que inclui tudo e o reconhece como a realidade. E isso significa reconhecer que a discórdia, a mesquinhez, a doença, o que quer que seja dessemelhante da natureza divina, comprovadamente não tem poder. A consciência espiritualizada, que está elevada e em paz, sente o Cristo sanador, o poder de Deus, e por conseguinte, nós percebemos quem realmente somos.
Assim como não podemos depender do corpo para ter saúde, é igualmente errôneo sujeitar-nos a ele para conseguir a felicidade, A Sra. Eddy escreve: “Um conceito errado do que constitui a felicidade, é mais desastroso para o progresso humano do que tudo aquilo que um inimigo, ou a inimizade, possa impor à mente ou implantar em seus propósitos e realizações, a fim de impedir as alegrias da vida e aumentar as tristezas.” Miscellaneous Writings, pp. 9–10. Os falsos conceitos a respeito de onde encontrar a felicidade, são responsáveis por coisas tais como a pornografia e o vício das drogas.
Como obter a felicidade genuína, então? Partindo de um ponto de vista espiritual e proveniente de Deus acerca do homem. A felicidade realmente não pode mudar, não pode ir e vir, porque a realidade espiritual nunca muda. E isso é porque Deus, o Princípio divino, o Amor divino, nunca muda. A oração, isto é, nosso empenho para que o pensamento fique em conformidade com esse Princípio divino, ajuda-nos a manter nossa alegria mesmo em meio a desafios. Aliás, a alegria é precisamente o que tantas vezes acaba por tirar-nos de uma dificuldade!
Não é uma questão de simplesmente tentar ser durão em meio a um problema. É uma questão de sentir alegria genuína, alegria verdadeira, devido à nossa compreensão da realidade espiritual, que está sempre presente.
Há alguns anos, dei-me conta de que havia um caroço em meu corpo. Como Cientista Cristã, orei para obter uma noção mais clara da realidade espiritual. Algum tempo depois, o caroço começou a doer. Então fiquei bem quieta e à escuta. Tive de admitir que estava com medo. E então percebi que estava com medo de morrer. Acossada por esse temor, repentinamente pensei: “Todo espaço está preenchido pelo amor de Deus. Simplesmente não há nenhum meio de eu ficar fora do amor de Deus. Não há como eu ser separada do Seu amor.”
Tive uma sensação maravilhosa de estar envolvida pelo amor de Deus. Foi um momento de pura alegria e de liberdade. O medo e a ansiedade se desvaneceram completamente e a dor também. Não sei quando o caroço desapareceu, mas em pouco tempo havia sumido. Durante aqueles momentos, eu estive tão consciente da infinidade do amor de Deus, do amor todo abrangente que envolve o universo e do qual nunca podemos separar-nos, que simplesmente não sobrou espaço para crença em dor, medo ou sintomas de doença.
Ciência e Saúde explica o que acontece em tais ocasiões: “Torna-te consciente, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são da matéria — e então o corpo não proferirá queixa alguma. Se sofres de uma crença na doença, achar-te-ás repentinamente curado. A tristeza converte-se em alegria quando o corpo é regido pela Vida, pela Verdade e pelo Amor espirituais.” Ciência e Saúde, p. 14.
Nunca devemos nos desesperar. Nossos corpos não nos governam. Deus é quem governa. Não dependemos do corpo para ter saúde e felicidade. Nossa alegria já está completa em virtude do que realmente somos: a imagem e semelhança espiritual de Deus, pura, eterna, bela, expressando Sua bondade.
Estas informações são as mais úteis que alguém pode receber!
