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Decisão quanto ao que realmente queremos

Da edição de março de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Um conhecido meu, indivíduo persuasivo, costumava dar um conselho sobre como conseguir dos outros o que quiséssemos. “Não discuta,” dizia ele. “Simplesmente faça a outra pessoa pensar que ela é quem está querendo aquilo que você tem em mente.”

Por ser ele jovem, não havia inicialmente nada de sinistro em suas intenções. Só descobrira que podia insinuar seus planos nas noções não completamente formadas que os outros tinham. Uma coisa, porém, deve ser dita: quando a gente estava perto dele, era difícil distinguir até onde iam suas maquinações e onde começava nosso próprio discernimento inteligente.

Todos nós temos esperanças e expectativas. E nossas metas estão, vez por outra, em fase de indefinição. Como podemos progredir, a partir de pensamentos meio definidos, para a certeza de estarmos seguindo a direção de Deus? Essa é uma questão importante.

Comecei a aprender uma forma espiritual de conseguir isso quando visitei um praticista da Ciência Cristã, anos atrás. Tinha uma decisão importante a tomar e não estava conseguindo solução adequada. Enquanto falávamos, a conversa pareceu-me ir divagando; eu não sentia que estava chegando perto de uma resposta. O praticista começou a falar sobre o método que usava para podar suas laranjeiras! Disse que tinha considerável dificuldade nessa tarefa mas que subia ao topo da escada e orava em voz alta: “Pai, o que queres Tu que eu faça?”

Naquele momento, não atinei com o que ele quis dizer. (É surpreendente como alguém pode ficar obtuso quando está em meio a uma luta!) Quando saí do escritório do praticista, minha decisão parecia tão remota quanto antes. Mas mais tarde deparei-me com algo que a Sra. Eddy escreve na página 1 de Ciência e Saúde: “Pensamentos não proferidos não são desconhecidos para a Mente divina. O desejo é oração; e nenhuma perda nos pode advir por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam modelados e sublimados antes de tomarem forma em palavras e ações.”

Embora não o fizesse em voz alta, pouco depois eu estava orando assim: “Pai, o que queres Tu que eu faça?” (E não demorou muito até eu poder tomar a decisão que precisava tomar, e tudo saiu bem.)

Não há fórmula que nos diga como recorrer a Deus. Mas podemos mentalmente depositar nossos planos e desejos num altar espiritual e renunciar a eles, até que procuremos a direção da Mente. A própria atitude de nos volver a Deus, isto é, reconhecer que nossa Mente verdadeira, a fonte das idéias, é Deus, começa a revelar uma compreensão mais profunda do que significa para o homem ser o reflexo de Deus. Temos, sem dúvida, a habilidade de refletir a inteligência divina, embora não seja isso que o sentido material sugira. Mas o sentido material não é confiável. E quando começamos a ver que o homem deve refletir a inteligência divina, começamos também a compreender a genuína realidade metafísica.

Tal admissão é um ato prático que nos faz captar o mesmo espírito e poder daquilo que o Apóstolo Paulo disse, quando escreveu aos primeiros cristãos que achavam difícil decidir onde sua confiança e esperança se baseavam: “Irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. ... Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” Romanos 8:12, 14.

Não precisamos esperar, aliás não podemos nos permitir esperar, que ocorra algum evento cósmico no futuro, antes que comecemos a viver como filhos de Deus. Se podemos admitir a idéia de ser bons, de fazer o que está certo e ser honestos, então estamos começando a conhecer os pensamentos de Deus. Esse sentido espiritual nos é natural. Por meio dele, conhecemos Deus, a Mente divina.

A bondade, o amor, a justiça, o desejo profundo de estar bem e de ser sadio, são evidências do poder do Cristo, a Verdade, em nós. E esse conhecimento crístico é a evidência de nosso relacionamento filial com Deus. Tal conhecimento traz para nossa vida, força, integridade e pureza. Cristo Jesus mostrou que essa compreensão espiritual podia restaurar a sanidade e eliminar a paralisia, fosse mental, fosse física. Essa atividade do Cristo estará em movimento. Estejamos preparados, pois não nos deixa entalados na preocupação, nem na ignorância, nem no pecado. Jesus disse que essa atividade do Cristo podia mover montanhas.

Quanto mais reconhecemos que a lei divina governa nossa vida, tanto maior será nossa liberdade de tomar as decisões certas. Ciência e Saúde descreve assim esse processo: “Envoltos nas brumas do erro (o erro de crermos que a matéria possa ser inteligente para o bem ou para o mal), só podemos conseguir claros vislumbres de Deus quando a neblina se dispersa, ou se torna tão tênue que percebemos a imagem divina em alguma palavra ou ato que indique a verdadeira idéia — a supremacia e a realidade do bem, a nulidade e a irrealidade do mal.” Ciência e Saúde, p. 205. (Até em alguma palavra ou ato que a princípio poderia parecer tão inconseqüente quanto podar uma laranjeira!)

Quando discernirmos nossa verdadeira natureza como imagem e semelhança de Deus, seremos guiados por caminhos nunca dantes imaginados. Essa é uma das maneiras de aprender a cura pela Ciência Cristã. A aprendizagem começa, assim como começa praticamente o primeiro capítulo de Ciência e Saúde, com o desejo de confiar, e de fato confiando nossos desejos a Deus. Também aprendemos a confiar à lei de Deus e a Seus amorosos desvelos os pensamentos indefinidos de outras pessoas, e isso talvez seja igualmente importante.

Independentemente de todas as imagens darwinianas que há muito estão associadas à chamada sobrevivência dos mais aptos, descobriremos, pela Ciência Cristã, que a existência humana não é, em verdade, uma questão de um mortal ou de muitos mortais tentarem piedosamente controlar as decisões de outros. Na criação espiritual de Deus, o homem já é a idéia mais elevada de Deus, e reflete Seu propósito e Sua bondade.

Se aderirmos firmemente a esse fato espiritual, seremos pessoas genuinamente decididas. Essa realidade e nosso anelo por ela governam nossas decisões de tal maneira, que inevitável e naturalmente trarão a cura, tanto à mente quanto ao corpo.

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