Todos nós temos perguntas. Queremos saber o que é importante para os outros, o que torna suas vidas mais completas. Perguntas a respeito de questões profundas que tocam de perto nossas vidas, nossas esperanças e nossos pensamentos sobre Deus, só podem ser respondidas “de coração a coração”.
Partilhamos com os leitores as respostas a perguntas surgidas em conversas de pessoa a pessoa, em debates e na correspondência com muitas pessoas que querem conhecer a Ciência Cristã. Essas respostas não devem ser consideradas definitivas. E também não constituem a única maneira de responder a alguma indagação específica. No entanto, são respostas dadas por Cientistas Cristãos em seus contatos com a comunidade em que vivem e trabalham.
Muitas pessoas continuam a se surpreender com a confiança que os Cientistas Cristãos depositam na oração, para manter a saúde de seus filhos. Esse tipo de pergunta realmente só pode ser respondido através da experiência individual. Eis a resposta dada por um pai quando lhe perguntaram: “Por que você confia na Ciência Cristã para manter a saúde de seus filhos?”
Resposta: Talvez eu possa lhe responder melhor falando de minha própria experiência. Fui criado num lar onde se praticava a Ciência Cristã e um dos aspectos de minha infância do qual me lembro nitidamente, é o sentimento de estar envolto pelo amor de Deus. À medida que eu crescia, aprendi a enfrentar os problemas através da oração e compreendi que não precisava ser vítima das circunstâncias. Comecei a perceber que Deus está sempre presente, mesmo quando os pais e os amigos não o estejam e compreendi que sempre podia contar com Ele.
Como pais, minha esposa e eu criamos nossos filhos confiando na Ciência Cristã, porque queríamos que eles mesmos sentissem a eficácia do poder sanador de Deus, a realidade de Seu amor e de Sua proteção. Agora que somos avós, vemos nossos filhos criarem nossos netos dentro dos mesmos princípios.
Naturalmente nem sempre foi fácil. Houve ocasiões em que ficamos com medo. Mas qual é o pai ou mãe que não tem medo de vez em quando? Houve situações em que precisamos pedir a um praticista da Ciência Cristã que orasse por nós, enquanto cuidávamos de nossos filhos e outra vezes em que necessitamos da ajuda de uma enfermeira da Ciência Cristã para colocar uma atadura sobre algum ferimento ou para ajudar-nos a oferecer maior conforto a um filho doente.
Somos muito gratos pela existência desses recursos que ajudam os Cientistas Cristãos, mas, no decorrer dos anos, o que tem significado mais para minha mulher, para mim e para muitos outros Cientistas Cristãos, é o sentimento cada vez maior de estarmos livres de sentir-nos magoados e do medo, bem como as curas ocorridas quando compreendemos melhor a terna solicitude que Deus tem pelo homem.
Os noticiários têm trazido casos de indivíduos que decidiram confiar só na cura espiritual e na cura cristã, em lugar do tratamento médico convencional. Por trás desses casos, muitas vezes, paira a suspeita de que os que se apóiam só na oração para obter a cura, nem sempre têm a liberdade de decidir o que fazer. Um repórter quis saber mais a respeito de como os Cientistas Cristãos encaram a questão da liberdade de escolha e perguntou: “Os Cientistas Cristãos têm permissão para recorrer ao tratamento médico?”
Resposta: Nossa Igreja respeita a capacidade e a responsabilidade dos membros, de fazerem suas próprias opções. Evidentemente houve ocasiões em que algum Cientista Cristão em particular, num momento difícil, recorreu ao tratamento médico. Sem dúvida, ninguém é censurado por fazer tal escolha (e somos profundamente gratos pela compaixão demonstrada pelos médicos e enfermeiras em seus esforços no sentido de ajudar).
Mas também houve ocasiões sem conta em que Cientistas Cristãos, mesmo em momentos muito difíceis, confiaram inteiramente na cura espiritual conforme é praticada nesta religião há mais de cem anos. As curas ocorridas nessas ocasiões, curas físicas, muitas vezes documentadas por médicos, são a parte “oculta” na maioria dos casos relatados no noticiário, tal como esse sobre o qual você está escrevendo. Essas curas, muitas vezes, deixam de ser mencionadas nos noticiários, mas constituem a razão pela qual muitas pessoas, sérias, dignas de confiança (e não tão ingênuas), recorreram à cura espiritual pela Ciência Cristã durante toda a vida. É uma maneira de viver muito querida, apreciada pelo bem que tem trazido. Não é algo imposto às pessoas.
Muitas ocasiões estudantes universitários, pesquisadores profissionais e repórteres fazem estudos comparativos de várias denominações religiosas. Freqüentemente as comparações são feitas em termos quantitativos, quanto ao número de membros oficialmente inscritos nos registros da igreja. E muitos artigos enfocam estatísticas, bem como projeções quanto ao crescimento futuro. Mas o que ocorre quando uma igreja tem um conceito inteiramente diferente quanto ao progresso e ao sucesso de sua missão cristã? Um repórter recentemente levantou uma pergunta profunda que combina a dupla questão das estatísticas sobre o número de membros e a cura espiritual: Por que a Igreja da Ciência Cristã não cresce tão rapidamente como outras igrejas envolvidas com a cura carismática?
Resposta: Conquanto não possamos falar sobre outras práticas religiosas, na Ciência Cristã a cura espiritual inclui profunda regeneração, reforma e transformação do caráter. Muitas vezes significa mudar a maneira de encarar os fatos e abandonar o modo de viver mundano. É uma questão de discipulado cristão coerente. Talvez isso não seja muito popular numa sociedade que muitas vezes parece impelida pelo materialismo comercial e por tendências que mudam constantemente.
Outro aspecto da cura na Ciência Cristã, que faz com que não chame a atenção, é sua natureza discreta. Na Ciência Cristã o processo de cura não é dramático, não é um acontecimento público. A oração pela cura na Ciência Cristã se dá em silêncio, no próprio pensamento, através de nossos sentimentos e ações. Por isso é pouco visível, até que as condições físicas se modifiquem. Os Cientistas Cristãos evitam o ritualismo e o emocionalismo, mas esforçam-se por render-se completamente à união espiritual com Deus. Entendem que a cura acontece quando reconhecem e compreendem melhor esse relacionamento sagrado, exemplificado na filiação de Cristo Jesus.
Quando se examina bem a questão, descobre-se que a cura na Ciência Cristã é menos popular porque exige mais daqueles que decidem praticá-la. Uma coisa é acreditar que Deus intervém de vez em quando e de maneira sobrenatural, produzindo uma cura milagrosa. E outra coisa é encarar a cura como uma maneira de viver, acreditando, como o fazem os Cientistas Cristãos, que a cura não é uma questão de milagres, mas de estudo das leis espirituais de Deus e de agir de acordo com elas.
Tudo isso pode levar-nos a perguntar: “Por que a Igreja de Cristo, Cientista, não procura a abordagem mais popular para curar, uma abordagem que atrairia multidões como as igrejas pentecostais atraem?” Talvez por acreditarmos que atrair multidões não é um padrão confiável para saber se a igreja é eficiente ou significativa hoje em dia. Pode-se dizer que não encaramos a missão de nossa igreja em termos numéricos, tanto quanto os antigos cristãos não viam seu propósito sob esse ângulo. Agora, como então, é o Cristo e a cura que atraem as pessoas e edificam igrejas. Nada mais perdura.
