Há algum tempo atrás, recebemos a cópia de uma tarefa da Escola Dominical, feita por um menino de oito anos. O professor pedira-lhe que escrevesse sobre o que compreendia acerca de Deus como Alma divina. Com esmero, o jovem colocou no papel algumas coisas que sabia, de experiência própria, que poderiam ajudá-lo a descrever o que significava Alma para ele.
Escreveu uma longa lista. Falou daquilo que lhe fazia lembrar da Alma, como por exemplo, as estrelas numa noite clara, a água fresca no rosto, ou uma enorme árvore, um campo florido de dente-de-leão e o calor do sol. Houve outras coisas também, qualidades, que ajudaram o menino a explicar o que Alma significava para ele. Escreveu sobre beleza e graça, inteligência, amor e paz. Sua lista continuou até o fim da página e, por fim, terminou com algo especial para ele: um abraço e um beijo.
Para esse menino, ter Alma é reconhecer todos os sentimentos felizes em todas aquelas coisas sobre as quais tinha escrito. A Alma divina fê-lo sentir-se bem, livre e amado, como um abraço e um beijo.
Os ensinamentos da Ciência Cristã têm auxiliado muitas pessoas a obter uma compreensão mais profunda e mais íntima de Deus. Na Ciência, explica-se que Deus é Vida infinita, Amor onipotente, a Mente única, o Espírito todo-poderoso. Ele é o criador e o sustentador de toda vida e de todo bem. Sua realidade é completa e pura, permanente, ilimitada e inteiramente espiritual. O homem, como a mais elevada expressão de Deus, é totalmente formado na própria imagem do criador.
Ao contrário de todas as percepções limitadas pelo sentidos materiais, a Ciência Cristã afirma que, como imagem de Deus, o homem tem que ser semelhante a Deus. Não mortal. Não egoísta. Não frágil, nem doente, nem pecador. Não material. Os males são ilusões, independentemente de quão teimosos, às vezes, se apresentem. Nosso sentido espiritual diz-nos que o homem criado por Deus, nosso próprio verdadeiro ser, é o homem da Alma: belo, espiritual, forte, cheio de graça e de verdade, completo, puro. O homem é a manifestação do Amor, a idéia da Mente, o reflexo do Espírito, a emanação primordial da Alma.
À medida que essas verdades espirituais são apreendidas e absorvidas, descobrimos que nosso atual sentido de existência e realidade se transforma. Onde havia tristeza, há maior manifestação de alegria. Onde havia tensão, há maior evidência de paz. Onde havia doença, melhor saúde e perfeição. Onde havia pecado, há coragem moral e propósito espiritual mais profundos, porque vindo a conhecer-nos como Deus mesmo nos conhece, percebemos que a impressão que costumávamos ter de nós mesmos não era, de fato, o que éramos em verdade.
Tudo o que parece dessemelhante da natureza de Deus, nunca definiu ou delineou, realmente, nossa verdadeira identidade. E nunca delineará. Todo propósito verdadeiro e toda satisfação que, continuamente, podemos reconhecer em nossa vida, provêm diretamente de nosso relacionamento com Deus. O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, declara: “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma.” Ciência e Saúde, p. 60.
Há um relato de cura no Novo Testamento que ajuda a ilustrar o que significa ter Alma, expressar Alma. É a história de Pedro e João, discípulos de Cristo Jesus, quando foram ao templo de Jerusalém para a hora da oração. Ver Atos 3:1–9. Junto à porta encontraram um homem que era levado para lá todos os dias. Era coxo de nascença, obrigado a viver pobremente, pedindo esmola aos que entravam no templo.
Quando o homem pediu dinheiro aos dois discípulos, Pedro respondeu: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” O coxo ficou imediatamente curado.
A seqüência dos fatos, como descrita na Bíblia, mostra, vividamente, a nova dimensão que pode advir à vida das pessoas quando elas têm Alma. Certamente o que Pedro tinha, era glorioso. Era luz, poder e cura. Era a evidência da Alma, quando expressada. Mas além disso houve, também, um homem curado, sobre o qual lemos o seguinte: “De um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus.” Quanta alegria e liberdade, quanta glória dada a Deus! Todo esse episódio foi, de fato, expressão de Alma.
Expressar Alma em nossa vida é começar por reconhecer uma nova noção de graça, poesia, ritmo, arte, música, cor, estilo, equilíbrio e espontaneidade. É deixar nossa vida dançar e cantar pela harmonia de Deus. É caminhar com Deus, saltar de alegria e louvar a Deus em tudo o que fazemos.
 
    
