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Você está feliz em seu trabalho?

Da edição de agosto de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


O que é que o trabalho representa para você? É algo necessário, mais ou menos desagradável, uma forma de obter coisas materiais, uma rotina enfadonha, ou, por outro lado, uma atividade muito gratificante, uma vocação, um prazer?

Recentemente, durante um concerto, fiquei impressionada pela concentração que o pianista expressava. Ele parecia desligado do que o rodeava e dava a impressão de identificar-se completamente com o prazer da música. Eu não podia imaginar esse artista pensando em aposentadoria. Sem dúvida, ele desejava continuar no trabalho que expressasse qualidades como inteligência, discernimento, inspiração, sensibilidade e dedicação, qualidades que são permanentes porque sua origem está na na Mente única, Deus.

Será que todos nós podemos sentir prazer no trabalho? Embora Cristo Jesus não desconhecesse a tristeza, falava abertamente de sua alegria. Pode-se citar Jesus como exemplo de pessoa completamente integrada em seu trabalho. Em três anos realizou mais do que qualquer outra pessoa, tanto antes de sua época, como depois. Pelos registros do Evangelho sabemos que curou todos os tipos de doenças, inclusive cegueira congênita, insanidade, lepra e paralisia, reformou pecadores, ressuscitou mortos, caminhou sobre as águas, acalmou tempestades e, finalmente, surgiu triunfante, três dias após ser sepultado. Também prometeu: “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço.”  João 14:12.

Que trabalho pode ser mais agradável ou gratificante do que seguir o exemplo de nosso Mestre, do que glorificar a Deus por meio da cura? Nosso trabalho é curar! Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy faz estas impressionantes declarações: “A Mente divina exige do homem, a justo título, toda a sua obediência, afeição e força. Não lhe permite reserva alguma para qualquer lealdade menor.” Science and Health (Ciência e Saúde), p. 183: “Divine Mind rightly demands man’s entire obedience, affection, and strength. No reservation is made for any lesser loyalty.”

Diante disso, onde se encaixam nossas ocupações humanas? Como cumprir essa exigência com nossas atividades de estudante, mãe, engenheiro, vendedor, executivo, agricultor, professor, artista? Muitas vezes pensamos que temos de adiar nosso trabalho a serviço de Deus até um momento mais conveniente: “quando estiver diplomado”, “quando meus filhos estiverem criados”, “quando me aposentar”. Em resumo, “noutra ocasião”. Acho de grande auxílio, quando me sinto tentada a protelar meu trabalho para Deus, lembrar um comentário feito pela Sra. Eddy: “Todas minhas horas são de Deus.”  Citado em We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979), p. 173.

Protelar nosso trabalho a serviço de Deus é protelar nossa alegria. Não temos em jogo duas carreiras: uma trabalhando para Deus e outra trabalhando para nós mesmos. Nossa carreira é uma só: ser aquilo que Deus nos fez para que o fôssemos, amar e servir a Ele e também a nosso próximo. Seja qual for nossa ocupação humana, pode nos proporcionar abundantes oportunidades de expressar e partilhar o bem e, assim glorificar a Deus.

Mas o que fazer se nosso trabalho nos dá mais frustração do que alegria? Talvez tenhamos a impressão de estar na profissão errada, ou de não progredir como deveríamos. Há alguns anos atrás eu me encontrava justamente em tal situação. Depois de muitos anos de gratificante trabalho no magistério, sentia-me constantemente atacada e humilhada por uma pessoa de cargo superior. Minha confiança diminuiu e perdi todo prazer no trabalho. Tomei providências para encontrar outro emprego, mas não consegui. Então, finalmente voltei-me com sinceridade a Deus e orei por um resultado harmonioso, como aprendi pelo estudo da Ciência Cristã.

Uma manhã de domingo, uma idéia veio-me claramente ao pensamento, uma idéia sobre minha atitude em relação a essa mulher. Era exatamente como se as palavras me estivessem sendo ditas. Reconheci a mensagem como paráfrase de uma citação do Gênesis. A Bíblia diz-nos que Jacó lutava com “um homem” (ou o que podemos imaginar como um anjo) toda a noite. Pela manhã, quando o antagonista pediu que o deixasse ir, Jacó replicou: “Não te deixarei ir, se me não abençoares.”  Gênesis 32:26. Minha mensagem parafraseou isto assim: “Não te deixarei ir, se tu não a abençoares.” Senti que era Deus falando diretamente a mim, mostrando-me que o único modo de sair do problema era por meio do amor, não pelo medo, pelo ódio ou tentando escapar.

Assim comecei a me esforçar para amar aquela que eu havia visto como minha inimiga. Permaneci com o pensamento firme em que o homem é a verdadeira imagem de Deus e eu tinha de admitir que essa era tanto a identidade real dela, como a minha! Empenhei-me para sentir compaixão genuína, perdoar e entender melhor que a Mente única, Deus, governava todos.

Também analisei minha própria atitude e levei algumas surpresas. Percebi que eu precisava ser menos obstinada. Finalmente, dispus-me a aceitar uma designação à qual eu vinha resistindo. Informei à minha superior sobre essa decisão e encontrei uma reação muito positiva e grata. No decorrer das semanas seguintes constatei que essa designação específica me dava mais satisfação, do que todo o restante do meu trabalho. Como resultado adicional de meu esforço devoto para amar mais, a rispidez e a injustiça que eu havia sentido, desapareceram. O relacionamento no trabalho tornou-se novamente harmonioso. Dois anos depois, uma aposentadoria antecipada deixou-me livre para devotar todo o meu tempo à prática da cura pela Ciência Cristã, o que há muito eu almejara. Relembrando essa experiência, compreendo que meu único trabalho real foi enxergar e amar o homem perfeito.

Nosso trabalho não está à mercê de circunstâncias, de pessoas ou de condições materiais. Nosso trabalho é a tarefa prazenteira de refletir todas as encantadoras qualidades da Mente divina, nossa Mente única. Temos o privilégio de seguir o exemplo de Jesus, de enfrentar e dominar, pelo poder que Deus nos dá, tudo aquilo que pretenda nos privar, ou privar nossos companheiros, da nossa legítima alegria e satisfação.


Ao se fazer breve exame dos sinais e milagres de Jesus, um fato não pode fugir aos olhos do leitor perseverante: Jesus passou boa parte de seu ministério curando pessoas doentes. As curas descritas em detalhe foram aquelas que deixaram marca indelével na consciência das testemunhas, seja em virtude do efeito dramático que causaram, seja devido à nova dinâmica do ensinamento. Estas compunham apenas uma pequena parte do ministério de cura de Jesus. Nos três primeiros evangelhos, chamados sinópticos, constam dezenove outros casos sob a forma de trechos sumários que afirmam ter sido o povo curado, às vezes numa referência geral a todas as formas de doenças ou a todos os enfermos; por vezes eram incluídos casos de pessoas possuídas do demônio; outras doenças mencionadas nesses resumos eram casos de loucura, paralisia, cegueira, mudez e coxeadura. O autor do Quarto Evangelho chega bem perto da verdade, quando afirma: ´Há, porém, ainda muitas outras cousas que Jesus fez´ (21:25). Jesus era rodeado sempre por multidões que o procuravam e ele curava os doentes. O fato de que Jesus curava e curava de modo tão coerente ... tem sido desconsiderado muitíssimas vezes pela história e pela teologia da Igreja, e, no entanto, a prova do Novo Testamento aí está para todos verem.


(Londres: The Society for Promoting Christian
Knowledge, 1981). Usado com permissão.

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