Uma vasta audiência na África, em partes da Ásia e na Europa recebe por rádio de ondas curtas The Herald of Christian Science. Achamos que nossos leitores que ainda não tiveram a possibilidade de ouvir essas transmissões, gostariam de ler, de vez em quando, trechos desses programas radiofônicos.
Estão ouvindo The Herald of Christian Science, levado ao ar pela Sociedade Editora da Ciência Cristã, editora de alcance mundial, d’A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Massachusetts, Estados Unidos.
Derek: Bem-vindos ao programa The Herald of Christian Science. Meu nome é .
Wanjohi: E eu sou . Hoje vamos falar sobre o amor ao próximo. O que é preciso para realmente amar os outros? Para superar aquele sentimento que diz: “não é problema meu”?
Derek: No decorrer dos anos sempre senti gratidão por meus bons vizinhos que, em várias ocasiões, se dispuseram, por exemplo, a me emprestar uma ferramenta ou a deixar de lado o que estavam fazendo para ficar com nossos filhos quando nós tínhamos de sair de noite. Mas compare isso com alguém que esteja disposto a levar para o seio da família uma criança anormal. ...
Wanjohi: Neste caso, o amor adquire uma dimensão bem maior.
Derek: Claro que sim. Aliás, coloca em ação o que Cristo Jesus nos pediu: amar nosso próximo como a nós mesmos.
Wanjohi: No programa de hoje ouviremos relatos feitos por Cientistas Cristãos que passaram por esse tipo de experiência que acabamos de mencionar e acharam as soluções por meio da oração. ...
Derek: A convidada que ouviremos agora teve uma luta e tanto. Ela teve de abandonar seu estilo de vida a fim de ajudar outra pessoa, mas sentia-se completamente incapaz de fazer o que lhe era pedido.
Wanjohi: Nossa colega, , está falando com .
Aileen: Meu marido e eu queríamos ter filhos, mas como isso não aconteceu logo, foi natural pensar em adoção. Havia crianças que precisavam de um lar e nós queríamos um bebê. Parecia uma combinação perfeita. Indicaram-nos uma organização que tratava de adoções.
Laurie: E quanto tempo levou para vocês conseguirem adotar uma criança?
Aileen: Eles levaram um ano estudando nosso caso. No final desse ano, telefonaram e disseram que tinham um menino recém-nascido.
Laurie: Como se chama o menino?
Aileen: Matthew. Era bonito e sadio. Já tínhamos tudo o que queríamos, assim eu pensava. Mas a diretora da organização nos telefonou de novo oferecendo outra criança. ... Bem, não tínhamos pensado nisso, nem mesmo tínhamos pedido outra criança. Fomos informados de que esse bebê fora adotado anteriormente mas passara a ter problemas de saúde. Os médicos, mais de um, diagnosticaram hidrocefalia, mais conhecida como cabeça d’água. O prognóstico médico era de que essa criança não teria desenvolvimento normal, que a visão deterioraria cada vez mais, que nunca caminharia, que nunca se sentaria; simplesmente não esperavam que vivesse. Pensei: É claro que tenho de falar com meu marido e orar sobre esse caso. A diretora disse: “É por isso que lhe telefonei. Acho que irá orar pelo menino nos termos da Ciência Cristã e, a esta altura, acho que essa é a única esperança para ele.” Disse-lhe que pela manhã eu lhe daria uma resposta. Uma situação dessas nunca me havia passado pela cabeça. Quando meu marido voltou para casa à noite, conversamos sobre o caso e debatemos o que isso significaria para nós dois.
Laurie: Ele também é Cientista Cristão?
Aileen: Meu marido nasceu e cresceu na Ciência Cristã. Eu conheci a Ciência Cristã por intermédio dele. Fiquei muito impressionada com a habilidade que ele tinha de colocar Deus em todas as atividades de sua vida pessoal. Com surpresa, vi que ele estava disposto a aceitar a criança.
Laurie: E você, o que pensou?
Aileen: Eu não sabia se estava preparada para essa situação. Não tinha certeza de poder fazer tal coisa. Não tinha nenhuma experiência com crianças anormais. ... Sem dúvida, tinha certa curiosidade de ver a criança. No entanto, eu achava que a aparência da criança não devia afetar nossa decisão. Só me lembro de que aquela noite eu orei muito e dormi pouco. Sempre fui capaz de confiar em Deus. Mas dessa vez tratava-se de confiar em minha capacidade de confiar em Deus. Como a noite que Jesus passou no Jardim de Getsêmani antes de ser crucificado, quando orou: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua.” Ver Lucas 22:42. Bem, no decorrer da noite, dei-me conta de que eu tinha outra opção, que não devia pensar que ia receber uma criança excepcional em minha casa. Eu podia encarar a situação como uma oportunidade de enxergar a criação de Deus. Mary Baker Eddy diz no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde: “Na Ciência o homem é o descendente do Espírito. O belo, o bom e o puro constituem sua ascendência.” Science and Health (Ciência e Saúde), p. 63: “In Science man is the offspring of Spirit. The beautiful, good, and pure constitute his ancestry.” ... Eu podia esperar o bem para essa criança em nossa casa. Em realidade, o menino era o descendente, a criação, de Deus, o produto do amor de Deus. E, por certo, eu não podia hesitar em aceitar mais amor em nosso lar. Se Deus é Amor e Ele nos dá a capacidade de amar, então Ele nos mostra como fazer uso desse amor. Portanto, pela manhã, achei certo acolher essa criança, ela parecia necessitar daquilo que tínhamos para lhe dar: oração na Ciência Cristã, que lhe oferecia esperança. Essa era mais uma oportunidade de expressar o amor de Deus em nossa vida. E todos seriam abençoados. Não seria um fardo.
Laurie: Quanto tempo depois disso veio a criança?
Aileen: Uma semana. ... Era um bebê lindo, de olhos azuis e cabelos louros e crespos, sentado numa cadeirinha especial para crianças, todo sorridente. Sua cabeça era enorme e o menino não era capaz de se sentar corretamente, mas mexia perfeitamente as mãos e os pés. E ainda me recordo desses pezinhos sempre a dar chutes, pegava os brinquedos e se divertia com eles. Era só alegria. E não resta dúvida de que caí de amores por ele.
Laurie: E como se chama o menino?
Aileen: Craig.
Laurie: Matthew e Craig ficaram amigos?
Aileen: Ficaram. Foi amor à primeira vista. Dava gosto ver os dois juntos. Os médicos me haviam dito que Craig não passaria dos três anos de idade. O que os médicos disseram beseava-se na experiência que tinham com outras crianças atacadas desse mal. Elas não se desenvolviam o suficiente para continuar a viver. Eu encarei a situação exatamente do ponto de vista oposto. Nossa unidade com Deus, o criador do bem e a permanência da criação de Deus estão no reino espiritual. Nesse reino espiritual tudo é bom, tudo é perfeito, porque foi assim que Deus fez tudo. Eu sabia que isso incluía Craig como descendente do Espírito. A identidade espiritual é que é a identidade real e permanente de Craig e de todas as demais idéias e filhos de Deus.
Laurie: E você tinha a expectativa de que o problema desapareceria diante do fato espiritual?
Aileen: Bem, eu sabia que isso aconteceria. Oramos todos os dias para vê-lo normal, um acréscimo bem recebido em nossa família, a fazer parte dela naturalmente. Pedimos ajuda a uma praticista da Ciência Cristã, para que ela nos apoiasse em nossas orações pelo menino. As coisas foram se desenrolando com normalidade. Os temores manifestados nunca se tornaram realidade. Esperavam que a visão deteriorasse, mas não foi o caso. Ele se desenvolveu e cresceu. Conseguiu se sentar e caminhar. Todos os sintomas ligados ao prognóstico feito nos seis primeiros meses, desapareceram por completo. Naquela época, a cabaça do menino era grande demais para o tamanho do corpo. Hoje ele está com dezenove anos, ... tem um físico saudável e até jogou futebol americano, na escola. Mora em seu próprio apartamento, tem um emprego permanente e leva uma vida independente.
Laurie: Houve algum momento em que vocês lamentaram ter aceito esse encargo?
Aileen: Bem. ... Acho que todos os pais ficam lembrando os dias em que ainda eram solteiros, não é mesmo? Não, não foi fácil. Os desafios eram incessantes. Mas sempre traziam recompensas. Nós não teríamos tido a oportunidade de aprender a apreciar-nos mutuamente com a profundidade com que o conseguimos. Teríamos sido privados de grande quantidade de amor e de ternas experiências. Que consolo é para os pais saber que não agimos sozinhos, que nos momentos mais difíceis nosso Pai-Mãe Deus está presente, cuidando de nós enquanto nós cuidamos de nossos filhos. N’Ele podemos confiar, tal como os filhos confiam em nós. É nossa confiança em Deus o que indica desvelo para com nossos filhos. O amor de Deus está presente. Deus é Amor e esse Amor está disponível, sem limites, para todos os que o desejam.
Laurie: Muito obrigada, Aileen.
Aileen: De nada.
Laurie: Estivemos falando com Aileen Cord da cidade de Williamston, Míchigan, E.U.A.
Wanjohi: Tal como acabamos de ouvir, o poder do Amor, o poder de Deus, é a verdadeira fonte de nossa capacidade de amar os outros. ...
