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O Amor que nos atrai

Da edição de julho de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


REUNIÃO DE TRABALHO SOBRE A PRÁTICA PÚBLICA DA CIÊNCIA CRISTÃ

A Maioria Das idéias estereotipadas que as pessoas (inclusive alguns Cientistas Cristãos) alimentam a respeito dos praticistas provavelmente têm tão pouca relação com a realidade, quanto qualquer estereótipo.

Por exemplo, se imaginarmos que os praticistas da Ciência Cristã levam uma vida totalmente serena, poderíamos nos surpreender se soubéssemos que muitos têm filhos pequenos. Só isso deveria ser suficiente para contrariar a noção de que os praticistas vivem placidamente alienados das exigências da vida diária!

Se imaginamos que os praticistas têm poucos desafios pessoais a enfrentar, talvez nos sintamos reanimados ao saber que muitos disseram que o melhor trabalho de cura que realizaram para outros foi em momentos em que tiveram de enfrentar e curar graves dificuldades em sua própria vida.

Pedimos a vários praticistas que nos contassem em poucas palavras o motivo de se ocuparem dessa atividade e o que aprendem por serem sanadores cristãos neste final de século. As respostas foram bem diversificadas. Falaram da espiritualização de suas vidas, de persistência, da necessidade de vencer obstáculos à cura e de amor subjacente. Eis alguns trechos.

NÃO MAIS UMA ESPERANÇA VOLTADA PARA O FUTURO

Embora O Trabalho de cura espiritual seja dos mais satisfatórios e enaltecedores que alguém possa abraçar, quando me vejo como praticista da Ciência Cristã, não sinto a admiração e veneração que outrora atribuía a essa atividade. Acho que a prática é natural e muito normal para mim. Foi por esse caminho que minha filiação à igreja me conduziu. Filiei-me a fim de servir, mas durante muito tempo eu pensava na Igreja mais em termos de ver minhas necessidades atendidas. Eu me identificava mais com aqueles que foram curados por Jesus, do que com a atividade da cura-pelo-Cristo. Entretanto, eu ansiava por seguir o Mestre da maneira como ele instruiu seus primeiros discípulos. Pedira-lhes que abandonassem as redes e o seguissem, mas quando viram como era difícil deixar os recursos e hábitos humanos, ele lhes mostrou como lançar as redes “para o lado direito” (ver Mateus e João). A Sra. Eddy escreveu: “Aqueles que estão dispostos a deixar suas redes ou a lançá-las para o lado direito — o lado da Verdade, têm oportunidade, agora como outrora, de aprender e praticar a cura cristã” (Ciência e Saúde). Durante algum tempo eu também não via como deixar minhas redes (as outras vocações), mas gradualmente comecei a lançá-las para o lado direito.

Participar do Curso Primário de Ciência Cristã fez uma grande diferença. Aprendi a orar mais profunda e cientificamente, a pensar e raciocinar com base no que eu compreendia da natureza de Deus, o Espírito. Passei a questionar os sentidos materiais e a discernir com mais exatidão a realidade e a irrealidade. Voltei-me à Mente divina em busca de orientação. O trabalho, o lar, a família, a igreja, começaram a fornecer oportunidades de praticar e, em pouco tempo, estava em condições de me tornar praticista da Ciência Cristã em tempo integral.

Comecei A Perceber que a prática da Ciência Cristã é a essência da filiação à igreja. Vi como meu conceito de Igreja estava temperado com a noção de que havia muitos membros e poucos praticistas. O estatuto no Manual d’A Igreja Mãe, de autoria da Sra. Eddy, intitulado “Proibido o Monopólio”, adquiriu novo significado à medida que me empenhava em demonstrar que “... todos quantos compreendem os ensinamentos da Ciência Cristã têm o privilégio de participar dessa obra sagrada” (§ 30, art. 8°). Pude até visualizar uma igreja onde cada membro se ocupava do ministério público da cura.

A prática pública passou a não ser mais uma esperança voltada para o futuro, à qual só um número seleto de pessoas viria a se dedicar. Era um privilégio para “todos quantos compreendem os ensinamentos da Ciência Cristã”, e eu conhecia vários membros da igreja qualificados para esse privilégio. A obediência ao estatuto “Proibido o Monopólio” implicava meu carinhoso apoio à prática da Ciência Cristã como uma profissão, não como algo fora do alcance ou num futuro incerto, mas presente, palpável. Era o efeito natural de sagrada filiação à igreja e de apostolado cristão.

Embora a prática seja o mais alto conceito de filiação, o genuíno praticista permanece um estudioso, escutando fiel e humildemente a orientação da Mente. Está alerta à resistência da mente carnal à cura espiritual e constantemente comunga, na sua prática, com seu Pai celestial. Foi esse o método de cura que Cristo Jesus ensinou. O livro de João registra mais de uma centena de exemplos em que Jesus falou a seu Pai ou de seu Pai. Esse é o método de cura ensinado na Ciência. Implica confiar constantemente na revelação divina, voltar-se à Bíblia e ao livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, como fonte tanto para curar como para ensinar. A Sra. Eddy escreve: “O estudante que cura ensinando e ensina curando, se formará com honras divinas, que são os únicos selos adequados à Ciência Cristã” (Miscellaneous Writings).

Ainda sinto respeito e admiração, não pela prática em si, mas por ela ser, com tanta naturalidade, parte da experiência humana. As horas aplicadas à oração e ao estudo, atendendo aos chamados para dar testemunho da Verdade, deram um novo significado à atitude de seguir o Mestre. Quando ele nos atribuiu a tarefa, deixou a seguinte mensagem: “Tenho-vos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (João). Não é um caminho fácil de trilhar — esse disciplinar do pensamento e da vida para que estejam de acordo com o ideal do Cristo — mas de tudo o que há no mundo, é a coisa mais repleta de alegria.

OUVIR, AMAR, PERSISTIR

Desde O Momento em que a Ciência Cristã entrou em minha vida, gosto da primeira frase no livro-texto: “Para os que se apóiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos” (Ciência e Saúde). Esse simples conceito sobre apoiar-se em Deus, logo trouxe-me várias bênçãos pessoais. Mais tarde, quando freqüentava o Curso Primário de Ciência Cristã, percebi claramente como esse pensamento de apoiar-se em Deus pode ajudar a outros. Quando duas colegas me pediram ajuda, elas foram curadas.

Depois de ter entrado na prática pública, logo descobri que a cura não poderia ser da forma que eu delineasse ou da maneira como o paciente decidisse. É uma questão de voltar-se inteiramente a Deus. Se tudo é possível a Deus, temos de dar ouvidos a Ele, pôr de lado o sentido humano das coisas e ver aquilo que de fato é real — aquilo que é verdadeiro a respeito de Deus e do homem.

Quase todas as pessoas já tiveram, nalgum momento, a sensação de não ter qualidades suficientes, de não ter capacidade para curar. Passei por uma situação dessas quando minha mãe estava num hospital, onde disseram que estava com câncer em estágio terminal. Ela não era Cientista Cristã e meu pai pediu-me para ir ao hospital. De acordo com as aparências já não havia esperança de minha mãe poder receber ajuda. O que poderia eu fazer? Ela estava disposta a ir comigo para casa e voltar-se à Ciência Cristã em busca de cura. Conseguimos tirá-la do hospital. Levei-a para casa e li a Bíblia e Ciência e Saúde quase dia e noite para ela durante 13 dias, e ela ficou completamente curada.

O que para mim ficou claro é que o importante não é o quanto eu sabia, mas sim que Deus criara o homem espiritual, perfeito e é capaz de mantê-lo perfeito. Percebi que eu precisava entender isso e que podia ajudar minha mãe a compreendê-lo também. Ela achou a Ciência Cristã tão maravilhosa, que esqueceu os terríveis quadros de doença que lhe haviam pintado. Sabíamos que estava curada. Podia levantar-se, caminhar e comer de tudo. Meu pai, ainda céptico, pediu que voltássemos a tirar algumas radiografias. Assim fizemos. Os médicos compararam as radiografias e já não havia traço da doença. Seu médico disse: “O que você fez?” Mamãe respondeu: “Experimentei a Ciência Cristã.” Ele reconheceu: “Bem, já vi isso antes.” A cura foi completa e a doença nunca mais voltou.

Precisamos de persistência, permanecendo no caso até que a cura apareça — até conseguirmos ver além da crença falsa. Temos de ver que, não importa quão desagradável seja o modo de pensar ou falar de uma pessoa, ou quão terrível o quadro físico, tanto um como o outro não são reais. As desarmonias não fazem parte do homem. E quando soubermos que o homem é a imagem de Deus, veremos provas disso. Para mim, esse é um dos pontos metafísicos mais importantes a ser compreendidos quanto à prática da cura — isto é, que o homem é realmente a imagem de Deus. Foi assim que Deus o criou. Como praticistas, temos de lembrar a nosso respeito que somos a imagem de Deus e que precisamos demonstrar individualmente o crescimento espiritual que torna mais aparente nossa verdadeira natureza. Não podemos curar, se não crescemos. Descobri que não podemos permanecer mentalmente no ponto onde iniciamos a prática — não importa quão maravilhoso tenha sido. É necessário crescer para compreender melhor e sentir mais a presença de Deus.

Acho que a idéia de apoiar-me “no infinito sustentador” foi a que mais me ajudou. Ensinou-me a confiar em Deus. É ele que controla tudo, cuida de nós. Tantas vezes somos tentados a pensar: “Sou eu quem faz isto”. É aí que deixamos entrar o medo. Mas nunca teremos medo se nos apoiarmos em Deus. Ele é quem faz o trabalho, pois Ele é a Mente única. Em verdade, o trabalho do praticista é o de manter seu pensamento alinhado com as verdades espirituais que procedem da Mente única.

“DE QUE LADO ESTAMOS COMBATENDO?”

Ingressar na prática pública é tão natural para os Cientistas Cristãos como foi deixar as redes para aqueles pescadores que se tornaram discípulos de Jesus. Tiveram desafios para seguir seu Mestre, mas a presença do Cristo deu-lhes a coragem e a inspiração para realizar curas, apesar da teimosa resistência do mundo.

Olhando superficialmente, os recentes desafios legais à cura pela Ciência Cristã e os ataques de alguns profissionais da medicina fazem parecer que a cura cristã e científica está sob ataque. Mas o livro Ciência e Saúde mostra que algo bem diferente está acontecendo. “A espiritualidade assedia abertamente o materialismo”, escreve a Sra. Eddy. “De que lado estamos combatendo?”

As errôneas representações não podem mudar o fato de que a cura espiritual está avançando, não que está se desvanecendo. O registro de curas pela Ciência Cristã vem de longa data e continua, apesar das incompreensões e falsas representações. A simples confiança em Deus, o bem, combinada com a obediência em aplicar diariamente as regras da Ciência divina, capacita-nos a seguir o Cristo e a curar em seu nome. E um amor vívido a Deus e ao homem finalmente atrairá aqueles que estão prontos para a prática pública. Que maior segurança poderíamos ter, do que tratar dos negócios do Pai, humildemente enfrentando a ignorância e a incompreensão com amor — com provas de cura?

O PONTO DE PARTIDA — MEMÓRIAS DE UM PRATICISTA

Ocorreu-me que, se o Princípio “lançou a terra em sua órbita” (Ciência e Saúde), também poderia lançar minha prática e orientar seu progresso e crescimento. Eu sabia que podia confiar nas propriedades da Mente de agir por meio do Cristo, a idéia salvadora de Deus, no sentido de aproximar aqueles que estão dispostos e aptos a praticar a cura pela Ciência Cristã com aqueles que estão dispostos e preparados para depender inteiramente do Espírito e serem curados. Como praticista, eu praticaria a cura somente por meios espirituais. Portanto parecia-me natural que a atração a esse trabalho também fosse puramente espiritual. E assim foi.

O mais interessante é que muitas das pessoas que pediram ajuda durante esse período eram novas na Ciência Cristã. E como que para demonstrar quão ilimitada a lei de atração realmente é, recebi um chamado telefônico da Venezuela! Eu morava naquela época na região central dos Estados Unidos, fato que me tornou humildemente consciente do longo alcance do poder da Mente, que sempre é suprema em todos o lugares.

A prática começa com a cura do nosso pensamento em relação a tudo o que é dessemelhante de Deus. Vigie seu pensamento a todo instante. Para mim, isso foi, no começo, um pouco desanimador, pois percebi que estava longe de ser perfeito e que isso poderia impedir-me de curar. Porém, é a Verdade divina, não uma pessoa, que cura. Eu me filiara à igreja havia apenas três anos e meio quando comecei com a prática, mas venci o desânimo devido à gratidão pelo que já havia aprendido na Ciência Cristã. Aceitar um caso na Ciência tornava-me grato a Deus por tê-lo enviado. A gratidão vencia o desânimo e purificava meus pensamentos e motivos.

À medida que me envolvia com esses desafios, continuei a estudar e praticar o melhor que podia. Logo aprendi que a cura simplesmente não requeria mais do que eu compreendia. Não poderia requerer mais. Eu não poderia trabalhar tendo por base a compreensão de outra pessoa, mas poderia usar o que eu compreendia sobre Deus e o homem. E isso sempre foi suficiente.

DISPONIBILIDADE — OBSERVAÇÕES DE UM PRATICISTA DO TEXAS

Entendo que a prática não depende de quanto tempo passamos num certo lugar, no escritório ou em casa, ou quantas horas estamos junto ao telefone, esperando por um chamado. Se não tivermos o conceito certo de que estamos às ordens, poderíamos ficar horas ao lado do telefone e ele não tocaria. Estar às ordens, pelo que entendo, começa com nossa disposição de estar às ordens do Cristo. O Cristo atende antes do chamado. Se estamos às ordens dessa consciência crística, escutando, ou seja, deixando que essa Verdade seja nossa consciência, então as oportunidades de usar essa Verdade estarão à nossa disposição. Os chamados virão no momento certo, onde quer que estejamos.

Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, a Sra. Eddy fala sobre O Arauto da Ciência como “a atividade e a disponibilidade universais da Verdade”. A prática da Ciência Cristã é a expressão dessa atividade e dessa disponibilidade universal da Verdade. Por isso nossa disponibilidade nesse trabalho é ilimitada — nunca sujeita a um lugar. Onde quer que estejamos e não importa o que façamos, no trabalho, em casa, no lazer, nunca estamos separados do Cristo.

SE VOCÊ TEM PERGUNTAS. . .

A prática pública é certamente uma vocação, que vem naturalmente a qualquer estudante da Ciência Cristã. A Sra. Eddy escreve no Manual d’A Igreja Mãe: “Recomendo que cada membro desta Igreja se esforce por demonstrar, por sua prática, que a Ciência Cristã cura os doentes rápida e completamente, provando assim que essa Ciência é tudo o que dela afirmamos” (§ 7°, art. 30).

Se você tem perguntas a respeito de como entrar para a prática pública da cura pela Ciência Cristã, por favor escreva-nos ao seguinte endereço:

The First Church of Christ, Scientist
Practitioner Services, A150
175 Huntington Avenue
Boston, MA, E.U.A. 02115

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