Há Muitos Anos minha mãe foi levada para casa, de volta do hospital. Os médicos informaram meu pai de que nada mais podiam fazer por ela, tendo pouca esperança de que vivesse mais do que uns dias.
Minha irmã mais velha conhecera a Ciência Cristã por meio de uma amiga querida. Essa irmã veio ver mamãe e perguntou-lhe se gostaria que uma praticista da Ciência Cristã a ajudasse pela oração. Mamãe respondeu: “Que tenho a perder?”
Chamou-se uma praticista, que veio e permaneceu ao lado de mamãe toda aquela noite, orando. Quando amanheceu, nós, as seis crianças que estávamos em casa, das dez que éramos, corremos ao quarto de nossa mãe para ver se ainda vivia. A praticista estava se preparando para ir embora e saudou-nos, confiantemente. “Deus está cuidando de sua mãe”, disse. “Não se preocupem, logo ela estará de pé.”
Felizes, aceitamos isso, e assim foi. Em poucos dias mamãe estava de pé e tomando conta da família e da casa, como era seu grande desejo.
Foi natural para ela e outros membros da família quererem saber algo mais sobre a Ciência Cristã. Nós, as seis crianças, fomos matriculadas, imediatamente, na Escola Dominical da Ciência Cristã. As primeiras lições que aprendemos foi que Deus é Amor, que há um só Deus, e que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança.
Na época, eu tinha doze anos e estava tão feliz com a cura de minha mãe, que desejei, por certo, aprender mais sobre Deus. Entretanto, uma coisa me incomodava. Se Deus, o Amor, criou o homem à Sua própria semelhança, como eu via pessoas doentes, aleijadas ou cruéis? Seriam a imagem e semelhança de Deus? Por certo que não.
A instrução da Escola Dominical esclareceu esses pontos, ao nos ensinar que Deus é Espírito, o criador do universo, inclusive o homem. Deus não tinha com que fazer a matéria ou o homem mortal. Essas imperfeições não faziam parte do homem que Deus criou. Esse homem real tinha de ser perfeito, como Deus é perfeito, para ser sua imagem e semelhança.
Com o estudo continuado da Ciência Cristã, logo notei que o que eu aprendia era lógico. O que eu pensava estar vendo, a doença, o sofrimento, não havia sido feito por Deus e não podia fazer parte do homem real. Deus não podia ser mortal e material e, ainda assim, estar em toda parte, como aprendíamos na Escola Dominical. Nem podia o homem ser material ou mortal e ser a imagem de Deus.
A Bíblia declara acerca do Verbo de Deus: “Todas as cousas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João). Deus, o bem, não podia fazer, e não fez, o mal, o pecado, a doença e a morte. Cristo Jesus provou a irrealidade do mal, curando toda discórdia com que se deparava. Destruía a crença de que podia haver tais estados no universo de Deus.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy dá sete sinônimos para Deus. São estes: Mente, Alma, Princípio, Espírito, Verdade, Vida e Amor. Cada um é sinônimo do outro. O homem, então, é criado pela Mente, como idéia da Mente. Como a Mente é Espírito, o homem deve ser, também, espiritual. Como descendente do Amor, o homem expressa amor, sendo amoroso, amado e digno de ser amado.
Embora pareça haver muitas mentes, há só uma, porque há um só Deus. Qualquer sugestão de haver uma mente oposta a Deus é mente mortal. É o oposto da Mente imortal, Deus. Esse sentido mortal hipotético é a crença de que há inteligência na matéria.
Por ser a Mente divina Tudo-em-tudo, por estar sempre presente e preencher todo o espaço, uma mente mortal, ou carnal, não pode, em realidade, existir. Na totalidade de Deus não há espaço para Sua dessemelhança.
A conclusão é: a Mente é a Vida. O homem é uma idéia consciente, sempre governada pela Mente, animada pela Vida e caracterizada pelo Amor. Assim, a idéia do homem espiritual se revela. Não podemos ser materiais, mortais e ser a semelhança do Espírito.
Mas o que dizer do homem que vemos diante dos nossos próprios olhos, às vezes sadio e bom, às vezes doente ou expressando o mal? Ver é uma experiência mental. Noutras palavras, em grande parte vemos o que pensamos. Uma vez que Deus é bom, é a Mente única, todos os pensamentos verdadeiros, os bons pensamentos, vêm de Deus e somente esses devem ser reconhecidos como reais. De um ponto de vista espiritual, só podemos ver o bem. Deus não mantém pensamentos doentes e pecaminosos e Deus é infinito. Somos a própria expressão da Mente única.
À medida que compreendemos esse fato espiritual, ficamos habilitados a ajudar e curar os que nos rodeiam. Tal cura segue os passos de Cristo Jesus. Talvez nos faça grandes exigências espirituais, para sermos melhores, mais puros, mais santos. Mas também abrirá nossa vida para o Cristo, a verdadeira idéia de Deus.
O Pregador, em Eclesiastes, declara: “Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada lhe tirar.” Portanto, a perfeição do universo de Deus está estabelecida e nunca pode ser perdida. Nada dessemelhante de Deus pode ser o produto da Mente divina. A respeito da mente mortal, Ciência e Saúde diz: “Sente, ouve e vê seus próprios pensamentos.” O que aceitamos na consciência e que não é bom, não é real. É uma sugestão errônea a ser negada e reconhecida como inverídica. A matéria não pode pensar. Não é inteligente e não contém vida. Paulo, em 2 Coríntios, nos diz que não podemos pensar por nós mesmos: “Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma cousa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus.” Uma vez que Deus é a inteligência infinita, Deus governa o universo.
Acaso permitimos que a mente humana ou a Mente divina nos direcione e dê origem aos nossos pensamentos? A semelhança de Deus, criada por Ele, é o único homem real. Em verdade, você e eu somos esse homem. Como descendentes espirituais de Deus, não temos a capacidade para cometer pecado ou ser acometidos de doença. Essa verdade sobre Deus e o homem é real, não importa onde estejamos.
Deus nos ama e jamais deixa de nos ver como filhos perfeitos que Ele criou. Nunca podemos estar fora do cuidado amoroso de Deus, porque o Amor é infinito. Está à nossa disposição em toda parte, porém temos que reivindicá-Lo. Não há nenhum mal que não possa ser destruído pela Verdade. A Ciência Cristã é uma religião que ensina o modo cristão de vida. Orando diariamente para vivenciar as verdades ensinadas por essa Ciência, testemunhamos o poder curativo do Amor divino. Foi isso o que aconteceu quando a praticista orou toda aquela noite ao pé do leito de minha mãe. Não orava por uma transformação na matéria, que nada tem a ver com o homem de Deus. Orava para ver, para discernir espiritualmente o homem real da criação de Deus, sempre expressando Deus, a Vida infinita sempre presente.
Deus fez o homem perfeito, tal como Deus é perfeito. Não existe poder algum capaz de transformar essa imagem perfeita em uma imagem enferma ou em uma imagem agonizante. O reconhecimento do poder onipresente e onipotente do Amor divino destruiu a crença em outro poder que poderia causar uma doença fatal. Foi isso o que aconteceu naquela noite. E essa verdade espiritual está ainda disponível para nos ajudar, onde quer que estejamos.
