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A importância da oração quando enfrentamos desafios no casamento

Da edição de dezembro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma Carta Afetuosa chegou à nossa casa certo dia. A remetente dizia: “Admiro muito o relacionamento terno e carinhoso de vocês dois.” Essas palavras sinceras anunciavam uma cura maravilhosa em nossa família.

A autora da carta era uma colega de trabalho de meu marido, jovem e atraente. Houvera uma forte atração entre eles, que me parecera inofensiva, até o dia em que saímos de férias juntos. Naqueles poucos dias, pude ver que ele se sentia dividido entre nós duas. Às vezes, ele nos tratava como se ambas fôssemos suas mulheres, dedicando-nos a mesma atenção e o mesmo afeto. Em outras ocasiões, quando nós três estávamos juntos, era como se eu não estivesse presente. Fiquei angustiada ao constatar isso.

Por que é que eu tinha fracassado como esposa? Será que eu estava muito velha? Ou que meu desempenho como cozinheira estava decaindo? Estaria nosso relacionamento desgastado? Estaria eu realmente me dedicando a meu marido? Vocês podem imaginar a ansiedade que invadiu meus pensamentos.

No que consistia nosso relacionamento? Eu desejava ardentemente um senso mais profundo e correto a esse respeito. O interessante é que, pouco tempo antes de esse desafio surgir, eu tinha me sentido fortemente impelida a aprofundar, proteger e expandir meu próprio conceito de relacionamento matrimonial. Na Primeira Epístola aos Coríntios, na Bíblia, Paulo diz: “A que se casou, porém, se preocupa. .. de como agradar ao marido.” Portanto, eu já havia orado profundamente sobre como melhorar minha capacidade de “agradar”.

No dia em que reparei que havia um desafio real, percebi claramente que era necessário orar com humildade. Cristo Jesus, nosso guia, voltava-se primeiro para seu Pai-Mãe Deus misericordioso e reafirmava seu relacionamento inseparável com Deus, qualquer que fosse o desafio. Assim, foi por aí que comecei a trabalhar e orar para alcançar um entendimento mais profundo de minha relação com Deus. Perguntei a mim mesma: qual é a extensão de meu amor a Deus? Eu O amo tanto, a ponto de não permitir que uma mentira seja dita a respeito do homem, que é realmente a semelhança pura e espiritual de seu Criador?

Ajoelhei-me, tanto em sentido figurado como no sentido literal, e orei, procurando me chegar a Deus com todo o coração. Afirmei minha confiança em Sua onisciência e longanimidade. Declarei que, se o homem era verdadeiramente Seu filho amado, eu não podia nem iria manter em meu pensamento a imagem de uma pessoa destituída de amor e indiferente. Minha oração continuava: “Eu amo muito o homem, Seu filho querido. O que devo fazer agora? Como devo começar a reafirmar a verdade a respeito do relacionamento com meu marido?”

Comecei telefonando para uma praticista da Ciência Cristã para solicitar apoio firme através da oração. Ela sugeriu que eu considerasse a natureza de Deus como Princípio, Mente, Alma, Espírito, Vida, Verdade e Amor, termos sinônimos para a Deidade, usados ou subentendidos na Bíblia. Então pude perguntar a mim mesma: o que é que está na consciência do homem, o reflexo puro de Deus?

Durante dois anos eu trabalhei, estudei e orei sem cessar para entender que o homem, a verdadeira identidade de cada um, incluindo meu marido e sua colega de trabalho, expressa todos os matizes das qualidades espirituais de cada sinônimo. O conceito completo de “relacionamento” tornou-se mais claro. Ao trabalhar com os sinônimos, entendi melhor que, se o homem é o reflexo da Verdade, ele expressa as qualidades da Verdade, tais como integridade e constância. Como reflexo do Espírito, ele expressa inspiração, liberdade, força espiritual e pureza. Como imagem da Mente, ele expressa domínio, sabedoria e compreensão. O homem, na semelhança do Princípio, expressa obediência à lei e pensamentos e ações que manifestam a Deus. Vi também que a realidade do homem, como a imagem do Amor, é expressa no amor abnegado, que é sábio, compassivo, compreensivo e puro.

Entendi que precisava perdoar. Reparei que Jesus, em todas as situações, praticava o amor abnegado que perdoa. No relato da mulher que lhe banhou os pés com lágrimas, na casa de Simão, o Fariseu, Jesus disse a ela: “Perdoados são os teus pecados.” Segundo o Evangelho de Lucas, o Mestre então explicou a Simão: “Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.”

Quando as coisas se tornavam complicadas e eu ficava desanimada durante o longo período de oração e busca de Deus, as palavras de Ciência e Saúde davam-me coragem e força. Nesse livro, a Sra. Eddy escreve: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado.” E ela diz em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany: “Permanecer em nosso eu melhor e abnegado é acabar para sempre com os pecados da carne, as injustiças da vida humana, o tentador e a tentação, o sorriso e o engano da maldição.” Expressar um conceito mais elevado de amor abnegado era certamente um bom objetivo.

Uma idéia expressa em um artigo do Christian Science Sentinel também impulsionou meu progresso. Ela ressaltava o pensamento de que o próprio Amor divino é que é o verdadeiro poder curativo e não um simples mortal tendo pensamentos amorosos.

Foi uma longa campanha. Eu a descreveria como um dos períodos mais difíceis de minha vida. Às vezes, parecia que a forte atração existente entre meu marido e sua colega duraria para sempre. Uma Sala de Leitura da Ciência Cristã próxima a meu local de trabalho tornou-se meu refúgio de “paz” na hora do almoço.

A princípio, eu sentia tanta dor, irritação, ciúmes e desespero que me era difícil pensar racionalmente. Aos poucos, porém, a situação começou a mudar. O progresso veio mediante meu trabalho para, antes de tudo, fortalecer minha compreensão de meu relacionamento com o único Pai-Mãe amoroso e depois para esclarecer para mim mesma, através dos sinônimos, o relacionamento de Deus comigo e com todos os Seus filhos amados.

Em meio aos pesares houve também lindas revelações. Tanto eu quanto meu marido crescemos espiritualmente. Nosso relacionamento se tornou mais profundo. Começou a haver uma nova ternura, nova comunicação e nova convivência. Começamos a manifestar apreço mútuo de forma renovada; houve renovação e reavivamento de nossa dedicação ao casamento. Gradualmente, meu marido começou a ver quão impróprios eram, tanto esse outro relacionamento como sua própria atitude perante o compromisso sagrado do matrimônio.

Foi maravilhoso perceber aquilo que precisava ser mudado em minha própria consciência: comportamento inflexível e possessivo, ciúmes, rigidez excessiva em minhas prioridades. A admoestação contra “o afeto puramente pessoal” contida no Artigo 8º, Parágrafo 1º, do Manual de A Igreja Mãe de autoria da Sra. Eddy, adquiriram um novo significado para mim. Ao ampliar esse conceito, a Sra. Eddy declara em Miscellaneous Writings: “Despersonalizar cientificamente o senso material de existência, ao invés de apegar-se à personalidade, é a lição de hoje.”

Ao final dos dois anos, meu marido e eu nos mudamos para uma outra cidade do outro lado do país. Essa decisão estava para ser tomada havia bastante tempo, mesmo antes do problema de relacionamento haver começado. Mal havíamos iniciado a viagem, meu marido me disse: “A propósito, fulana-de-tal ficará conosco alguns dias, quando vier assistir a uma conferência na cidade em que vamos morar.” Tratava-se de um comunicado, não de um pedido. Caí de novo em depressão. Então o problema iria acompanhar-me aonde quer que eu fosse? Voltei ao trabalho de vigiar e orar.

Uma amiga compartilhou comigo alguns pensamentos proveitosos. Ela encorajou-me a “proteger a pureza de meu ninho.” Ela também ajudou-me a eliminar todo e qualquer sentido pessoal das coisas e a ver que Deus, a Mente divina, é a verdadeira Mente de todos. Apenas alguns dias depois de termos pensado e orado com base nessas idéias é que aquela carta maravilhosa chegou, enaltecendo o relacionamento de ternura e afeto que eu e meu marido mantemos.

Essa moça, que tinha se sentido tão atraída por meu marido, veio realmente nos visitar naquele ano, mas tudo foi muito diferente: éramos apenas três bons amigos, desfrutando da companhia um do outro. Meu marido me pareceu muito mais contente com esse relacionamento em bases totalmente diferentes.

No início daqueles tempos difíceis, outra amiga compartilhou comigo algumas idéias libertadoras. Resumiam-se, em essência, ao fato de que a solução estava em ter consciência do amor de Deus por mim e por todos. Quando eu sentisse que tinha todo o Seu amor e que não precisava de mais amor a não ser aquele, eu ficaria satisfeita e feliz. Então não exigiria nada, mas teria absolutamente tudo.

Estou cantando de alegria com esse conceito maravilhosamente renovado e inabalável de relacionamento!

Como o Pai me amou, também eu vos amei;
permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor;
assim como também eu tenho guardado
os mandamentos de meu Pai,
e no seu amor permaneço.
Tenho-vos dito estas cousas para que
o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo.
O meu mandamento é este,
que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei.
Vós sois meus amigos,
se fazeis o que eu vos mando.

João 15:9—12, 14

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