Fui Criada Por pais que procuravam apenas viver uma vida sincera e reta. Casei-me e dez anos depois tivemos nosso primeiro filho. Nessa época eu não acreditava em Deus e tinha total fé na vontade humana. Estava empregando toda a minha força na direção errada.
No ano em que nosso filho fez quatro anos, dei à luz uma menina. No ano seguinte, ficou evidente para mim que eu precisava de algo mais forte do que a vontade humana para resolver meus problemas e fui guiada ao pouco que sabia de Deus. Pensei então que seria melhor levar nosso filho a uma Escola Dominical de uma igreja cristã. Perguntei a uma amiga se conhecia alguma igreja nas redondezas. Ela disse-me que, se eu quisesse, poderia levar-me à sua própria igreja.
A igreja que visitei com meus dois filhos, tendo meu coração cheio de esperança e algum receio, foi Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Tóquio. Ainda recordo nitidamente o alento reconfortante que senti quando li as inscrições na parede: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, palavras de Cristo Jesus no Evangelho de João e de Ciência e Saúde, da Sra. Eddy: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana.”
Senti-me muito reanimada e comecei uma nova maneira de viver, guiada por essa verdade. Mas pouco tempo depois, minha vida foi lançada em mares tempestuosos. Quanto mais me esforçava para me aproximar de Deus, mais minha vida parecia tombar para o lado oposto, até as coisas atingirem seu ponto pior. Meu casamento de vinte anos terminou e eu fiquei com dois filhos a meu cargo para criar, com a idade de sete e onze anos. Estava desolada com aquilo que me parecia ser um desafio demasiado cruel para suportar.
Naquele mês de novembro, com um vento gélido, eu estava procurando um quarto, sob condições quase impossíveis. Mas precisava urgentemente de um lugar para morar e não podia aceitar uma resposta do tipo: “Não, isso não é possível.” Percebi que com uma melhor compreensão de Deus e do conceito de lar, poderia resolver esse problema e minha situação difícil viria a demonstrar isso.
Fiquei pensando qual seria a verdade de Deus que conseguiria inverter a tentação de acreditar que “não há esperança, esse é o fim.” Mas meu pensamento parava por aí. Tudo o que conseguia vislumbrar era que precisava me agarrar com firmeza àquilo que sabia de Deus e de minha vida nEle, para que eu não fosse atirada ao desespero.
Nesse momento, vi meu filho, que estava iniciando a quinta série, circulando à volta da agência imobiliária e olhando para os papéis colados na vidraça. Vi nesse garoto que estava procurando um lugar para morar, uma mensagem de Deus. Instantaneamente, toda a minha consciência mudou. Isso foi um acontecimento natural. A palavra impossível e todos os pensamentos relacionados com ela simplesmente desapareceram de minha consciência. Percebi nesse instante que aquilo que meu filho estava fazendo era mais do que procurar um forma material chamada “quarto”, para mim ele estava confiando em que a manifestação de lar por parte do Amor divino seria evidente. Senti-me em paz. Também dei todos os passos humanos possíveis.
Quanto mais difícil parecia ser nossa busca, mais próxima me sentia do Amor divino. Percebi esta simples equação: quando a matéria se torna menos predominante no pensamento, o Amor divino enche o espaço com compreensão espiritual. Quanto mais o objetivo material de encontrar uma “casa” se desvanecia de minha visão, mais claramente eu podia ver meu “lar” espiritual.
Naquela semana, voltando da igreja, passei em frente a uma agência imobiliária que, por alguma razão, estava aberta nesse domingo. O agente saiu, nós conversamos e ele disse: “Nós temos um quarto que me parece ser mesmo adequado!” Quando o vi, percebi que ele satisfazia a quase todas as nossas condições, exceto pelo fato de não ter um telefone. Mas depois pensei que, em todo o caso, um telefone seria uma extravagância. Portanto fiz todos os preparativos para alugar esse quarto.
Nesse mesmo dia, uma amiga dos anos da faculdade entregou-me um envelope. Ela me disse: “Há aí dinheiro suficiente para conseguir um telefone. Tu terás de trabalhar e um telefone é uma necessidade para uma mãe trabalhadora com crianças pequenas. Desculpa por estar tudo em notas e moedas de baixo valor, mas segui a idéia que me veio subitamente.” Essa inesperada expressão de amizade fazia claramente parte da solicitude de Deus.
Desde o momento em que encontramos nosso “lar”, nossa pequena família tem passado muito bem. Nossa gratidão enche o quarto e transborda. Estou empenhada num trabalho produtivo e as crianças estão saudáveis e gostam da escola.
Sei, sem qualquer dúvida, que meus dois filhos e eu encontramo-nos hoje nesta situação de bem-estar apenas porque uma igreja da Ciência Cristã estava lá quando precisamos dela e pudemos assim nos apoiar na Ciência Cristã. É meu propósito na vida compreender a vontade de Deus e procurar maneiras práticas de corresponder a ela.
Para aqueles que também estão tentando alcançar esse objetivo, a Bíblia está repleta de verdades para nos guiar e Ciência e Saúde está cheio de instruções, como um livro de receitas culinárias que nos ensina como tornar a verdade “comestível” (prática). Estou usando os dois livros do mesmo modo como preparo as três refeições diárias. Um livro de receitas não nos ajudará a alcançar nosso objetivo se simplesmente ficarmos olhando para ele! Por isso, estou fazendo o que esses livros dizem para fazer. Estou tentando viver minha vida como uma verdadeira seguidora de Cristo Jesus.
Nossa família tem recebido imensas graças de Deus. Sinto-me quase submersa pela quantidade de bênçãos recebidas.
Tóquio, Japão