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Como encontrar o verdadeiro amor

Da edição de dezembro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Ele Estivera A seu lado por quase cinqüenta anos. Tiveram filhos, netos, muitas alegrias, avançaram espiritualmente (às vezes retrocederam!), enfrentaram crises e até mesmo algumas rusgas. No fundo, porém, ambos sabiam que o deles era “amor de verdade”.

De repente, ele se foi. Após o falecimento, amigos e familiares trouxeram consolo, de forma inesquecível: telefonemas, cartas e cartões, convites para sair. O neto veio passar o verão com ela. Dentro de algumas semanas, já conseguia manter uma atitude normal diante dos outros. Mas no íntimo, sentia-se desolada, mesmo depois de um ano.

Como cristã, essa mulher, que é uma querida amiga minha, sabia que o marido estava bem, que sua vida é eterna, pois Deus é eterno. Na realidade Deus era a Vida de seu marido. Ela aceitava, sem duvidar, a seguinte promessa da Bíblia: “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Ela sabia que nada poderia mudar isso.

No entanto, ela não tinha a mesma certeza a respeito de sua própria vida. Esta parecia triste, sem amor, indescritivelmente solitária. Minha amiga perdeu o interesse pela comida e quase não saía de casa. De repente, certa noite, ela teve fortes dores de estômago e não conseguiu comer. Tampouco conseguia dormir, deitar-se, ou ficar sentada. Por mais de uma semana ela apenas engoliu umas poucas colheradas de comida por dia. Finalmente, pediu a uma praticista da Ciência Cristã que orasse por ela.

Disse à praticista: “Posso perceber o amor de Deus pelas outras pessoas e por meu marido. Mas não consigo sentir Seu amor por mim.”

Ela e a praticista concordaram que aí estava o âmago do problema. O trabalho delas não seria apenas o de curar um problema digestivo por meio da oração. Seria muito mais do que isso. Era preciso sentir o amor ilimitado de Deus, que a amava demais para permitir que alguma coisa a desolasse. Era necessário reconhecer que ela era a imagem de Seu amor: espiritual, saudável, livre, completa.

Ponderaram sobre a seguinte frase de um poema da Sra. Eddy: “Seu braço cinge a mim, e a tudo o mais” (Hinário da Ciência Cristã). Devido a esse amor, que a todos cinge, minha amiga jamais poderia estar realmente sozinha. O amor de Deus estava sempre à sua volta, como um abraço, e estava à volta de todos os preciosos filhos de Deus.

O reconhecimento desse fato teve um efeito suavizante sobre minha amiga. Ela começou a sentir-se bem sob o amoroso abraço de Deus. E, pela primeira vez desde o falecimento do marido, sentiu-se verdadeiramente amada. Começou a alimentar-se novamente e dentro de poucos dias estava completamente curada.

Alguém, no entanto, poderá dizer: “Bem, talvez sentir o Amor de Deus seja suficiente para essa mulher. O que eu quero é a presença de um homem (ou de uma mulher) em minha vida, agora! Alguém com quem eu possa compartilhar meus momentos no fim do dia, alguém que me ame de maneira especial.”

No entanto, de onde procede esse carinho, esse afeto cheio de calor, a não ser de Deus? Deus é Amor. E será que Deus, que conhece nossas necessidades muito melhor do que nós mesmos, não coloca em nossa vida todo o amor de que precisamos?

Portanto, questionar como irá se manifestar o amor de Deus, apenas limita nossa capacidade de perceber esse amor. O amor de Deus é infinito e ninguém consegue colocar o infinito dentro de uma embalagem ou de um pacote! Pensando bem, tentar dizer a Deus que tipo de amor desejamos em nossa vida, seria reduzir nosso Pai-Mãe onisciente ao nível de um ser humano confuso, que tenta dirigir uma agência matrimonial, sem muito êxito!

Uma das formas de descrever as contínuas mensagens de amor que Deus nos envia, é chamá-las de “anjos”, como a Bíblia muitas vezes o faz. É óbvio que os anjos não são aquelas criaturas de asas brancas que decoram nossa árvore de Natal, apesar de assim serem geralmente representados pelos pintores. Os anjos nos informam que Deus nos ama. Eles nos inundam de amor por Deus e por todos os Seus filhos. Em Miscellaneous Writings, a Sra. Eddy assim descreveu o efeito causado pelos anjos: “Quando os anjos nos visitam, não ouvimos o farfalhar de asas, tampouco sentimos o toque macio do peito de uma pomba; mas reconhecemos sua presença pelo amor que inunda nosso coração. Oh! que possais sentir esse toque, — não é um aperto de mão, nem a presença de um ente querido; é mais do que isso: é uma idéia espiritual que ilumina vosso caminho!”

A Bíblia nos promete “incontáveis hostes de anjos”. Eles estão onde quer que Deus esteja (em todo lugar), e onde quer que nós estejamos. Pode ser que impeçamos a entrada a essas idéias crísticas que transmitem saúde. Mesmo assim, elas permanecem conosco, prontas a nos abençoar assim que lhes permitirmos a entrada. Elas vêm a nós das formas mais variadas: na gentileza de um amigo, num momento inspirado de um concerto de jazz, ou numa profunda sensação da presença de Deus. E muitas vezes vêm de formas que nos surpreendem.

Um desses anjos inesperados, que nos comunicam o amor de Deus, veio me confortar alguns meses atrás. Devido a nossas atividades profissionais, meu marido e eu estávamos morando em cidades diferentes por algum tempo. É evidente que dávamos muito valor aos fins de semana que passávamos juntos. No entanto, a separação após esses breves períodos nem sempre era fácil.

Num domingo à tarde, quando chegou o ônibus que levaria meu marido ao aeroporto, estávamos nos esforçando para continuar sorrindo e ficamos nos despedindo até o último segundo. Até que o motorista avisou a meu marido que ele tinha de entrar no ônibus. Foi então que um dos carregadores, de aspecto paternal, que estivera nos observando, disse num forte sotaque irlandês: “Que Deus vos abençoe!” Poucas palavras, mas transmitiram tal compaixão, que meu marido e eu sentimos o amor de Deus ali mesmo.

Não precisamos suplicar a Deus que nos dê alguém para amar. Não precisamos imaginar um romance, ou uma amizade, que venha acabar com nossa solidão. O Amor eterno já é nosso no relacionamento individual e direto que temos com Deus. E todo o amor que possamos receber de uma pessoa nunca poderá ser comparado a esse amor. É o amor mais verdadeiro que jamais receberemos.

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