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Deus ama Sua criação

Da edição de junho de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando Pensamos Nos problemas do meio ambiente, talvez hesitemos em orar a esse respeito, por não estarmos seguros de que a oração fará alguma diferença. No entanto, aprendi, por meio de uma experiência, que a oração sempre é importante, independente da situação em que nos encontremos.

Um navio-tanque encalhou, certa feita, num rio próximo de minha casa. O gigantesco navio estava carregado de petróleo, que começou a vazar e a espalhar-se sobre a água. Com a maré vazante, as águas não mais conseguiam sustentar o navio e parecia iminente uma ruptura total do cargueiro. Tudo isso aconteceu perto de nossa cidade e, embora as autoridades tivessem tomado as devidas precauções de segurança, eu permanecia preocupado.

A princípio, foi-me difícil vencer o medo da poluição iminente. Percebi que precisava orar, volver meu pensamento a Deus e ter a expectativa de uma solução para o problema.

“Deus é amor”, diz a Bíblia. Eu sabia que o homem, criado à semelhança de Deus, é o objeto desse Amor. Deus Se revela a Seu descendente espiritual em cuidado amoroso, poder sustentador e magnificência eterna. Como o amor de Deus abarca tudo e não é circunscrito pelas limitações de tempo e espaço, o amor de Deus existe aqui e agora. A totalidade do Amor divino determina a harmoniosa interação das idéias espirituais que enchem o universo de Deus. A Sra. Eddy descreve da seguinte maneira a relação entre Deus e Sua criação, no livro Ciência e Saúde: “O Amor, o Princípio divino, é o Pai e a Mãe do universo, inclusive o homem.”

Esse conceito não é abstrato; pode auxiliar-nos no dia-a-dia. Por exemplo, enquanto orava a respeito da situação do navio-tanque, vieram-me ao pensamento as seguintes palavras: “As correntes do Espírito fluem límpidas.”

Para mim isso significou que qualquer funcionamento que produzisse desarmonia ou destruição — e, portanto, fosse contra o plano divino — não tinha lugar na criação de Deus. O amor de Deus o excluiria e expulsaria. Também não há coisa alguma que possa ocultar ou poluir a obra de Deus. O que não se origina em Deus, não tem direito à realidade.

Fiquei grato por essa inspiração, pois ela conduziu-me poderosa e divinamente ao Pai eterno, que é soberano em Sua perfeição espiritual.

Um dos salmos diz: “Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro da sua boca o exército deles. Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatório encerra as grandes vagas.” Tive a sensação de que, compreender o modo como Deus governa Seu universo, me possibilitaria ver esse governo em ação, trazendo à tona a maneira correta de resolver esse desafio ao meio ambiente de nossa cidade. Quando nos aproximamos do nosso Pai-Mãe Deus, a perfeição da realidade espiritual se nos torna tangível: muda nossa perspectiva, cura-nos, livra-nos do medo que não nos deixaria ver as soluções.

Nesse caso a oração certamente venceu o medo que eu sentia e, acredito, contribuiu de algum modo para a solução do problema. Eis como foi resolvida a situação do navio-tanque: apesar de que na maré vazante toda esperança de conseguir salvar o navio parecesse cada vez menor, os rebocadores conseguiram tirá-lo do encalhe. Com isso o perigo de ruptura do casco desapareceu. Entrementes, o petróleo derramado havia sido coletado e bombeado. Com a ajuda de muitos voluntários, o trabalho de limpeza foi rapidamente concluído.

Com essa experiência, aprendi que a limpeza do meio ambiente começa na consciência espiritual. Pensamentos egoístas e egocêntricos podem levar-nos a aceitar erros como o ciúme, a inveja e o ódio. Mas com um melhor conceito de nós mesmos como filhos de Deus, nossos pensamentos se tornam mais espirituais e, portanto, mais puros. Dessa maneira começa a purificação do meio ambiente. Não mais o sobrecarregamos com pensamentos contaminadores tais como o egoísmo e a crença de estarmos separados de Deus.

Na verdade, toda e qualquer idéia na criação de Deus é individualmente amada e sustentada por Ele. Esse amor puro que emana de Deus é refletido pela criação. Estando unidas com Deus, todas as Suas idéias são espirituais e complementam-se mútua e harmoniosamente.

À medida que o pensamento do mundo sobre os atuais desafios ambientais e econômicos se abre ao amor de Deus, descobrem-se novas medidas de proteção à vida, medidas que antes pareciam escondidas. O pensamento fundamental de que Deus é o bem que tudo abarca, é a origem da abundância que sustenta a vida.

Há algum tempo, crianças de nosso bairro encontraram um mergulhâo com as penas encharcadas de óleo, deitado inerte sobre gelo flutuante. Normalmente essa ave marinha vive na costa sul da Inglaterra. Ventos fortes e clima adverso devem tê-la levado à costa norte da Alemanha.

Quando as crianças me contaram sobre o achado, comecei a orar para ver que todas as criaturas de Deus, por serem verdadeiramente idéias espirituais de Deus, não podem nunca ser separadas de Sua bondade e cuidado. Ao invés de ver essa ave como desabrigada e sem chance de sobreviver, orei para entender seu lugar fixo na criação ordenada por Deus. Ela nunca poderia ter saído do âmbito do Amor divino.

As crianças conseguiram tirar a ave do gelo e no mesmo dia levaram-na a um viveiro de aves para receber cuidados adequados. Soube, mais tarde, que alguns marinheiros ingleses haviam levado a pequena ave marinha a bordo de seu navio e lhe devolvido a liberdade em seu hábitat.

A Sra. Eddy escreveu em Ciência e Saúde: “A Mente divina mantém distintas entre si, e eternas, todas as identidades, desde a duma folha de relva até a duma estrela.” O Deus que mantém Sua criação, é o Espírito. Além disso, aprendemos por meio do estudo da Ciência Cristã que Ele não Se expressa através da matéria. Quando alcançamos um conceito mais espiritual do homem e de todas as criaturas, começamos a descortinar para além do material até o espiritual — até a infinita multiplicidade da criação do Espírito. Isso não quer dizer que ignoramos o que é bom, antes pelo contrário, como o explica a Sra. Eddy em Miscellaneous Writings: “Em nosso conceito imaturo das coisas espirituais, afirmemos a respeito das belezas do universo sensório: ‘Gosto de vossa promessa; e, algum dia, conhecerei a realidade espiritual e a substância da forma, da luz e da cor, as quais, por vosso intermédio, só tenuemente posso discernir agora; mas saber isso, já me satisfaz’.”

A obra de Deus só pode ser entendida quando expressamos qualidades do Espírito. E nada pode impedir-nos de expressar esses atributos, pois são parte de nossa verdadeira natureza de filhos de Deus.

Ao longo de toda sua vida, Cristo Jesus foi uma prova vívida da verdade eterna de que Deus ama o homem. Para Jesus, no entanto, não bastava regozijar-se nesse amor. A obra de sua vida foi tornar o amor de Deus mais conhecido por todas as pessoas. Orando a Deus por seus discípulos, disse: “Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles esteja.”

Quando virmos a nós mesmos como filhos queridos de Deus, aceitaremos a natureza do Cristo à qual Jesus se referiu no versículo acima. Reconheceremos, então, que é possível confiar em Deus, em Seu cuidado por nós e por toda a Sua criação. Esse conhecimento dá-nos capacidade e convicção, quando tomamos decisões que afetam nosso bem-estar e até o da humanidade. Cada um de nós pode — e deve — conscientizar-se da inquebrantável relação entre Deus e Sua criação, a fim de melhor lidar com os problemas ambientais que ameaçam a humanidade.

Deus não nos abandona. O inesgotável reservatório de Seu cuidado está à disposição de todos.

Que variedade, Senhor, nas tuas obras!
todas com sabedoria as fizeste;
cheia está a terra das tuas riquezas.
Envias o teu Espírito, eles são criados,
e assim renovas a face da terra.
A glória do Senhor seja para sempre!
Exulte o Senhor por suas obras!

Salmos 104:24, 30, 31

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