Esquivar-se Da Verdade parece ter se tornado um modo de vida, neste final de século.
Os políticos “ajeitam” a verdade para conseguir ganhar a eleição.
A publicidade se torna “criativa” com relação à verdade, a fim de vender produtos.
Altos funcionários de certas instituições bancárias e os “reis” da especulação nos mercados financeiros “maquilam” a verdade para roubar bilhões do público.
Nos empreendimentos poluidores do meio ambiente mente-se descaradamente, enquanto se fala sobre a importância da preservação do planeta.
O profeta Jeremias, na Bíblia, parecia conhecer bem esse problema, quando escreveu: “Curvam a língua, como se fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a verdade”.
Será que chega um momento em que simplesmente desistimos e aceitamos o argumento de que este é um mundo imperfeito, a verdade é mesmo muito relativa e é desse jeito que as coisas são feitas na realidade?
A resposta é: não, nunca. As mentiras e as meias-verdades são como a fumaça da poluição. Elas se multiplicam a não ser que, de forma consciente, façamos alguma coisa contra elas. A sociedade, para não ser asfixiada, precisa empenhar-se a fim de alcançar aquela atmosfera semelhante à da cerimônia de juramento usada nos tribunais, no direito anglo-saxônico, em que se exige das testemunhas que digam “...toda a verdade, nada mais que a verdade, com a ajuda de Deus.”
Nem sempre é fácil tomar o lado da verdade, porque a verdade nem sempre é o que a maioria prefere. Mas escolher a verdade é fazer aquilo que, em última análise, vai ser o melhor para todos. Quer os outros compreendam isso na ocasião, quer não, cada escolha feita a favor da pura verdade é uma escolha que vai permitir que todos respirem, sejam livres, tenham a oportunidade de descobrir sua própria dimensão real e realizar-se mais completamente.
O homem não é, em verdade, um mortal pequeno e deplorável que tem de abrir caminho no mundo do jeito que puder, mesmo que seja por meio da desonestidade e do crime. Na realidade, o homem é a expressão da Mente divina, Deus, e portanto a integridade e a verdade são fundamentais à sua natureza real.
A verdade deve ser muito importante para nós, visto que ela foi fundamental para a explicação dada por Cristo Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra,... conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.“
Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A verdade é o centro de toda religião.” É algo tremendamente libertador começar a compreender que a religião genuína é uma questão do que é, ou não, verdade. Ao invés de ter a sensação de que temos de acreditar em algo que é moral e bom, mas que tem pouca relação com aquilo que é real neste mundo, podemos perceber cada vez mais que devemos apenas crer e compreender o que é verdadeiro, agora e para sempre.
Podemos esperar que quanto mais progredirmos espiritualmente, tanto mais vamos compreender o que é verdadeiro. Na Bíblia (no livro de Deuteronômio), lemos: “Deus é fidelidade, e não há nele injustiça: é justo e reto.”
A prática da cura pela Ciência Cristã fundamenta-se na Verdade divina, absoluta. Se não estivesse fundamentada no que é verdadeiro e substancial, poderia parecer um esforço desesperado para mudar a doença e o pecado, que parecem tão evidentes e reais aos sentidos materiais. Mas a oração para curar na Ciência Cristã, também denominada “tratamento”, é eficaz porque Deus é real, Ele é totalmente bom e é onipresente. A Verdade divina, que é Deus, por certo não poderia incluir um processo injusto e autodestrutivo de doença ou então um processo de auto-aniquilamento pela escravidão aos impulsos do pecado. O que a oração, e o crescente sentido espiritual que dela resulta, estão fazendo, é tornar evidente a natureza da doença como sendo erro ou engano, ao invés de ser uma condição substancial e um processo irresistível, como geralmente se presume.
A presença da bondade, da inteireza e da harmonia, isto é, o “Deus conosco” e o homem como Sua expressão real, Sua imagem e semelhança, torna-se muito mais real e prática para nós na proporção em que fazemos um esforço sério para pensar e viver a partir dessa base espiritual. Um amigo meu, que é Cientista Cristão, sofreu um acidente com uma máquina de remoção de neve, no inverno passado, que o ajudou, diz ele, a ver mais uma vez o valor totalmente prático da oração baseada na Verdade. Contou-me que ficou com a mão gravemente machucada, a dor era intensa e havia sintomas de choque. No entanto, por meio da confiança firme e específica em Deus, e com a oração de um praticista da Ciência Cristã, sua mão ficou curada rapidamente.
Ele não disse que foi fácil libertar-se do quadro material assustador, mas ele se esforçou para isso. Depois que limpou a mão e a enfaixou, teve de lutar com a dor, mas empenhou-se para ceder à Verdade, à presença curativa de Deus e Seu governo. Com isso, em poucas horas foi capaz de estar de volta à vida ativa. Continuou a orar e a estudar e no dia seguinte retornou a seu local de trabalho, livre da dor. Em muito pouco tempo, disse, a mão estava funcionando normalmente, com os tecidos e a pele restabelecidos por completo.
Todo aquele que está fazendo descobertas desse tipo, qualquer pessoa que alcance um vislumbre, por mínimo que seja, da natureza da religião como sendo a verdade absoluta, prática e demonstrável, compreenderá a importância de se dar valor à verdade em todos os aspectos da experiência humana.
Amamos a verdade porque esse é o modo como fomos criados por Deus. Ela é inata em nós. Cada passo que damos no sentido de ver o valor da verdade e em resistir à falsidade, aproxima-nos da compreensão de que Deus é Verdade e da possibilidade de cumprir a promessa de Jesus, de que essa tão importante verdade nos curará e libertará.