Você Já Teve de enfrentar o desafio de procurar emprego? Se não, talvez tenha aparecido uma despesa inesperada que pesou sobre o dinheiro disponível, ou ainda você talvez tenha se preocupado em como conseguir fundos para pagar os estudos de seu filho ou complementar sua aposentadoria. A maioria das pessoas já teve de enfrentar, de uma forma ou de outra, uma grande diferença entre o dinheiro disponível e as contas a pagar.
Em momentos de incerteza sobre o futuro, às vezes surgem os seguintes pensamentos: "Se eu pudesse investir um pouco mais por mês", "Se eu pelo menos pudesse quitar a hipoteca", ou "Se eu conseguisse superar essa fase". É compreensível que a sociedade moderna esteja imbuída do desejo de adquirir bens e de economizar para dias difíceis. Com relação a esse anseio, os estudantes da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, acham útil lembrar algumas verdades básicas da Bíblia. O livro-texto diz, em consonância com as Escrituras: "Deus é Amor. Podemos pedir-Lhe que seja mais?" Mais adiante, no mesmo parágrafo, há a pergunta: "Esperamos modificar a perfeição? Devemos implorar junto à fonte aberta, da qual jorra mais do que aceitamos, para que nos dê mais?" Ciência e Saúde, p. 2.
É natural o desejo de nos libertarmos da insegurança a respeito de nosso suprimento, tanto presente quanto futuro. Podemos começar a procurar a satisfação desse desejo através da melhor compreensão da natureza de Deus como amor infinito, como a verdadeira origem e sustento de nosso ser.
Os filhos de Israel tiveram de cultivar a confiança no Deus único como a fonte de suprimento. No período em que acompanharam Moisés na jornada de quarenta anos pelo deserto, uma das necessidades primárias era obter alimento com regularidade. A Bíblia nos conta, no livro do Êxodo, que eles murmuraram "contra Moisés e Arão no deserto", acreditando que morreriam de fome. Mas em resposta a esse medo, Deus diz a Moisés: "Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não." Êxodo 16:2, 4. Foi assim que os filhos de Israel colheram pão todos os dias durante quarenta anos, exatamente como Deus havia prometido. Não só a fome deles foi satisfeita, mas também, e mais importante, eles aprenderam a confiar em Deus como a fonte segura de suprimento.
Há alguns anos, minha família e eu nos mudamos para uma outra cidade onde não tínhamos amigos no âmbito profissional nem contatos comerciais. O objetivo da mudança era assumir um cargo em determinada companhia. Entretanto, logo ficou claro que a oferta de emprego provinha de uma firma que não gozava de boa reputação. Então, inesperadamente, tive de abrir um novo negócio em um ramo muito competitivo, com um capital de giro muito pequeno.
À medida que as contas começaram a se acumular e as perspectivas de êxito no novo negócio pareciam cada vez mais remotas, passei a analisar nos mínimos detalhes quais eram as necessidades de minha firma incipiente. Parecia óbvio que precisávamos aumentar o volume de vendas e reduzir as despesas. Precisávamos de alguém experiente e bem "relacionado" para fazer contatos comerciais. Precisávamos de alguns pedidos grandes ou de muitos pequenos para pagar as despesas fixas. Ao rever diversas vezes as várias necessidades de nossa firma, eu me sentia sozinho e temeroso. Os dias eram cheios de ansiedade e as noites freqüentemente insones.
Foi nessas circunstâncias que me voltei à Oração do Senhor, que nos foi dada por Cristo Jesus. O trecho dessa oração que parecia ser mais apropriado para minha situação era: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje". Mateus 6:11. A certeza do pão para cada dia parecia ser literalmente a maior necessidade de minha família. O significado espiritual dessa frase (constante de Ciência e Saúde), chamou minha atenção.Diz: "Dá-nos graça para hoje; alimenta as afeições famintas". Ciência e Saúde, p. 17.
O que é graça? Como é que a graça se relaciona com o pão de cada dia? O que são as "afeições famintas"? Essas foram as perguntas que eu comecei a fazer a mim mesmo.
Um dia, encontrei a seguinte sentença no livro-texto da Ciência Cristã: "Aquilo de que mais necessitamos, é a oração motivada pelo desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, humildade, amor e boas obras." lbidem, p. 4. Imediatamente, comecei a compreender que minha maior necessidade não era de mais negócios, menos despesas, bons contatos comerciais, alguns pedidos grandes ou muitos pequenos. Em vez disso, comecei a ver que o que nós mais necessitávamos era de crescimento no caráter cristão, crescimento propiciado por uma visão mais clara de meu ser como a semelhança espiritual do Amor, Deus. Parecia lógico que uma compreensão mais ampla de minha genuína identidade como semelhança de Deus resultaria em uma expressão mais completa de qualidades deíficas, incluindo sabedoria, humildade e amor. Meu modo de orar começou então a mudar.
Jesus ensinou-nos essa lição sobre nossas necessidades mais profundas, quando aconselhou: "Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Paiceleste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas." Mateus 6:31–33.
Todas as manhãs, ao fazer a Oração do Senhor com renovada esperança, comecei a ver mais claramente que Deus é o Pai-Mãe de todos nós. Ele é tanto o Criador como o sustentador do homem. Comecei a reconhecer a onipresença do bem, continuamente fluindo de Deus, com a confiabilidade que desconhece flutuações ou limitações. Notei pela primeira vez (e com muita alegria) que Jesus instruiu seus discípulos a orar pelo pão "de cada dia". Isso está de acordo com a experiência dos filhos de Israel, que eram alimentados todos os dias durante a jornada no deserto.
Comecei a orar também para ter uma percepção mais clara do homem como a semelhança espiritual de Deus, refletindo Sua inteireza e perfeição, expressando Seu amor universal sem restrições nem limitações. Dia a dia, passei a buscar uma compreensão mais completa do amor de Deus, em vez de procurar ganhos materiais.
Em três ocasiões, durante esse período, o balanço da firma flutuou próximo ao zero. Em cada caso, entretanto, surgiram imediatamente novos pedidos que proporcionaram lucro, com freqüência de modo inesperado. Melhor ainda, traços de caráter indesejáveis começaram a ceder a uma compreensão mais completa do ser verdadeiro do homem. Essa foi uma prova clara do suprimento de Deus para cada necessidade.
Os sentidos materiais retratam o homem como limitado e vulnerável. Ele é freqüentemente tido como destituído de alimentação, moradia, emprego, afetos e saúde. Porém, esse ponto de vista não revela toda a história, nem mesmo a verdadeira história, pois sugere que o homem está sem Deus, sem o bem.
Por outro lado, compreender que Deus é Tudo significa reconhecer que o homem está incluído em Sua totalidade. É saber que o homem é inseparável do Amor onipresente, o Pai-Mãe de todos nós. É reconhecer que o homem à semelhança de Deus não pode ser restringido nem limitado de forma alguma. É afirmar a certeza absoluta do bem universal que está disponível a cada momento de todos os dias.
Como ocorreu com os filhos de Israel, a promessa é de que nossa jornada para o Espírito será repleta de oportunidades de provar a natureza inexaurível de Deus. Tais oportunidades impulsionam o progresso, aprofundam nossa compreensão de Deus e de seu sustento infalível.
