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O que é preciso para vencer

Da edição de maio de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Havia Sido Um péssimo treino. Ela não se saíra bem em nenhum dos mergulhos. Havia fracassado todas as vezes no mais importante, o salto de frente com duas piruetas e meia para trás. Enquanto se enxugava, sentia raiva do treinador, do pai e do calor implacável.

O Campeonato Nacional Juvenil de Saltos Ornamentais havia começado bem, dois dias antes, quando ela alcançara o segundo lugar no salto de um metro, para menores de dezesseis anos. No segundo dia, porém, ela havia falhado em um salto fácil. Era a favorita da prova e ficara em décimo terceiro lugar! Agora parecia que ela se encaminhava para o mesmo tipo de desastre na competição que se realizaria à tarde — o salto do trampolim de dez metros. Já se sentia derrotada antes mesmo de a prova começar.

Como faltava algum tempo para a prova, ela e o pai entraram no vestiário, onde fazia menos calor, para conversar um pouco. A princípio, ela estava com vontade de chorar, e não de escutar as palavras de encorajamento do pai. “Por que devo ir até lá e fazer papel de boba?”, disse ela, chorando. “Somente para perder de novo ?”

Ele não sabia o que dizer. Então começou a orar e ficou em silêncio alguns minutos. Logo vieram-lhe alguns pensamentos que, ele tinha certeza, vinham de Deus. Então, falou dessas idéias com a filha.

“As coisas não têm de ser como ontem nem como hoje de manhã”, disse ele. “Você já participou de competições em todo o país. Há dez anos você treina quase todos os dias, e durante todo esse tempo seu desempenho tem sido um modo muito especial de demonstrar seu amor a Deus, de sentir-se perto dEle, de expressar Suas qualidades. Assim, não é possível que agora, aqui onde estamos, tudo isso mude de repente. Seria possível Deus esquecer-se de você? Seria possível você, repentinamente, perder a capacidade de expressar Seu amor, Sua precisão e Sua graça? É claro que não!”

Essa jovem atleta (que me é muito querida) ponderou as palavras de seu pai e parou de chorar. Ela então começou a aguardar ansiosamente a competição da tarde. De alguma forma, ela sabia que Deus estaria lá, na prova, com ela e com todos, como Ele sempre estivera.

Durante a competição, ela se esmerou em cada um dos mergulhos, sem se preocupar com a série toda de saltos. Aproveitava os longos momentos de espera entre um salto e outro para descansar na certeza da presença de Deus. Na hora de cada salto, ela pensava somente em expressar seu amor a Deus e às centenas de pessoas que se aglomeravam nas arquibancadas do vasto complexo aquático, incentivando carinhosamente os participantes do campeonato.

Os resultados foram uma alegria. Todos os participantes saíram-se bem. Embora minha amiga quase não prestasse atenção aos pontos recebidos, descobriu, no final, que havia ganho a medalha de prata ... com poucos pontos de diferença da primeira colocada. E o salto tão difícil que ela não havia conseguido acertar naquela manhã? O próprio treinador disse: “Foi o melhor salto da competição”, quase perfeito!

O leitor acredita que essa transformação foi simplesmente um caso esporádico? Será que minha amiga apenas “reergueuse psicologicamente” devido a uma "“njeção de pensamento positivo”? Não, a transformação foi o resultado da lei divina em ação. Uma lei que ela comprovaria muitas vezes em sua carreira, ao participar três vezes da Seleção Universitária Americana e como membro da Seleção de Saltos Ornamentais dos Estados Unidos. Era como se ela estivesse respondendo a um “chamado” de seu Pai-Mãe Deus. Um chamado para ir além da confusa mistura de erros, capacidades físicas e idiossincrasias que parecem constituir a bagagem de nosso ser, e expressar mais de sua ilimitada individualidade real como filha perfeita de Deus.

Esse chamado não é nada menos do que o próprio Cristo falando conosco, uma mensagem direta de Deus, desafiandonos a buscar um objetivo mais alto do que jamais poderíamos imaginar: o de expressar a perfeição propriamente dita. Um escritor do Novo Testamento descreve seu próprio chamado claramente nestas palavras: “Irmãos, ... uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filip. 3:13, 14.

Ocasionalmente, todos nós temos frustrações (algumas vezes uma infinidade delas!). Talvez o término de um relacionamento, ou o fracasso de um projeto no qual estávamos nos empenhando, ou uma enfermidade persistente. Mas o malogro de hoje é, em realidade, a promessa de amanhã, se nos motiva a reorientar nossos objetivos em direção a Deus. Essa mudança de ênfase é, por si mesma, uma oração que traz consigo esperança e cura. A Sra. Eddy, que descobriu a Ciência Cristã, escreve em Miscellaneous Writings: “A experiência é a vencedora, jamais a derrotada, e da derrota surge o segredo da vitória.” Mis., p. 339.

Afinal de contas, o que significa o sucesso nos esportes? Somente cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, fazer o melhor tempo, ou conquistar o maior número de pontos? O Comitê Olímpico Internacional de 1988 não pensava dessa forma.

Muitos de nós ainda guardam na lembrança o triste momento em que o Comité retomou a medalha de ouro de um atleta porque ele havia usado drogas ao preparar-se para a prova. O Comitê e a maioria dos atletas presentes deixaram bem claro que as Olimpíadas não visam a mostrar o triunfo das drogas modernas, mas os triunfos do espírito humano.

Os triunfos do espírito fazem nossos corações pular quando presenciamos momentos emocionantes em provas atléticas, cerimônias de formatura, grandes produções teatrais. Aliás, no último mês de abril, constatei essa emoção durante toda uma tarde, quando os corredores da Maratona de Boston passavam em baixo da janela de meu apartamento, em direção à linha de chegada, localizada no quarteirão seguinte. Sem dúvida, os corredores da frente foram aplaudidos com entusiasmo. Mas os participantes em cadeiras de roda e todos os retardatários também o foram. Até sete horas depois de os primeiros corredores terem terminado a corrida, a multidão ainda estava incentivando os últimos a chegar, em seu esforço para atingir a meta, que significava um triunfo pessoal.

O que torna possível tais vitórias? Para muitos é o ato abnegado de ir para além do humano, alcançando o divino, vencer as limitações materiais e vislumbrar a realidade espiritual de nossa identidade como filhos de Deus. De que outra forma podemos transcender nossa potencialidade pessoal limitada a não ser pela aproximação à fonte infinita de todo potencial, Deus? Utilizar os recursos espirituais de Deus, com o fito de glorificá-Lo: nisso consiste o verdadeiro triunfo cristão. Essa vitória é uma vitória interior, espiritual, que é nossa, não importando o que o marcador de pontos diz. Ninguém pode tirá-la de nós, tampouco, porque está seguramente alicerçada em Deus. Assim declara um escritor do Novo Testamento: “Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo”. 2 Cor. 2:14. Como Deus é nosso Deus para sempre, já temos tudo o que precisamos para vencer.

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