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O poder libertador da humildade

Da edição de maio de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Faz Vários Anos, havia um personagem de histórias em quadrinhos chamado "Pão-de-leite". Era certamente o que se poderia chamar de capacho, personificando ao máximo a timidez e a passividade. Fazia tudo para não enfrentar as dificuldades.

Normalmente, são imagens semelhantes a "Pão-de-leite" que nos vêm à mente quando pensamos em humildade. Entretanto, não se pode comparar esse comportamento ao padrão cristão de humildade. A humildade de Jesus não se manifestava como falta de individualidade ou relutância em defender suas convicções. Ao contrário, ela transparecia em sua firme insistência de que todo o poder, todo o ser, pertencem a Deus.

Na realidade, a verdadeira humildade nos permite manifestar amplas habilidades, à medida que descobrimos um pouco do que significa ser filho de Deus, criado à Sua imagem e semelhança, criado para refletir o poder e a inteligência infinitos de Deus. Para expressar esse poder e inteligência nas situações que vivemos, devemos estar dispostos, devemos querer de fato, abandonar o falso conceito de nós mesmos como personalidades mortais, com graus variáveis de força e fraqueza e, em vez disso, adotar a compreensão correta de nossa identidade espiritual como filhos e filhas de Deus. Essa humilde renúncia à noção material de bondade, inteligência e habilidade liberta-nos para exercer domínio espiritual sobre nossos assuntos.

Talvez não exista obstrução maior à humildade, do que a vontade humana. Ela pretende ter o poder de nos cegar à presença e ao poder de Deus. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy nos dá ao mesmo tempo uma definição espiritual e mortal de vontade. A parte espiritual diz em certo trecho: "O poder e a sabedoria de Deus." Ciência e Saúde, p. 597. Sujeitar ao poder e à sabedoria da Vida, da Verdade e do Amor divinos o sentido pessoal do que deve ser feito significa trazer liberdade a nossa vida. Sentimos essa liberdade à medida que confiamos no amor todo-poderoso e orientador de Deus e nos recusamos a reconhecer como nossa uma vontade pessoal, separada de Deus.

Existe a tendência de se acreditar que para alcançar nossas metas pessoais devemos exercer uma dominação agressiva sobre pessoas e acontecimentos. Essa crença nos escraviza por concentrar o pensamento na mentira de que a vida, a substância e a inteligência estejam na matéria. O homem da criação de Deus não estabelece metas para depois forçar Deus a realizá-las. Nosso grande Modelo, Cristo Jesus, mostrou-nos o caminho para o empreendimento correto. Ele revelou a origem de seu poder, quando disse: "Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou." João 5:30. O humilde reconhecimento de sua filiação com Deus lhe deu capacidade para efetuar suas incomparáveis demonstrações do poder de Deus.

Libertar-se do domínio da própria vontade, ou da vontade de outrem, requer a mais profunda submissão a Deus como o único poder determinante, ou Ego. Aprendemos a servir a Deus corretamente quando nos esforçamos para expressar tudo o que Deus é. Na parábola bíblica do filho pródigo, vemos que somente quando ele se dispôs a oferecer-se como criado na casa do pai, é que despertou para a autoridade e o poder a ele conferidos por sua filiação.

Um estudante da Ciência Cristã, ao completar seus estudos, encontrou domínio através da humildade, quando, não só deparou-se com o país numa recessão econômica, como também descobriu que seu campo de trabalho era dos mais disputados. Cada dia trazia notícias de demissões em massa nas mesmas companhias em que havia se candidatado a emprego. O único trabalho que conseguiu não estava relacionado com o ramo que escolhera e exigia muitas horas de serviço, não sobrando tempo nem oportunidade para procurar outro emprego. Sentia-se engaiolado. Durante muitos meses, orou para saber que sua única tarefa era servir a Deus e que, como Sua idéia, o homem está contínua e corretamente empregado em expressá-Lo.

Quando soube de um emprego numa cidade vizinha, procurou se informar, mas achou que se tratava de um trabalho apenas vagamente relacionado com o ramo de seu interesse. Sempre achara que o sucesso em sua profissão dependia de estar empregado em determinadas firmas, na cidade que ele considerava ser o coração daquele ramo de negócios. Entretanto, suas orações contínuas estavam lhe mostrando o quanto seu pensamento era governado pelo orgulho e pelo ego. Um dia, a descrição bíblica de Moisés como sendo "mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra", Números 12:3. chamou sua atenção e ele começou a raciocinar sobre a conexão entre a mansidão de Moisés e suas grandes demonstrações do poder de Deus. Nosso amigo sempre havia considerado a humildade como fraqueza, mas agora começava a ver o poder da humildade. Percebeu que reconhecer a Deus como a origem de toda a inteligência e habilidade traz para nossa experiência humana o poder infinito da Vida, Verdade e Amor divinos. Ele queria que aquele poder o governasse e sentiu o desejo crescente de estar onde Deus queria que ele estivesse e fazer o que Deus queria que ele fizesse.

Poucos dias depois, procurou se informar melhor sobre o emprego na cidade vizinha. Descobriu que aquela companhia planejava se expandir na área de interesse dele e que gostaria muito de contar com as habilidades que ele tinha. Aceitou o emprego e este tem sido uma bênção tanto para ele como para a firma.

Quando, de coração, desejamos viver nossa vida como filhos de Deus, experimentamos progressivamente aqui, agora, o que somos em realidade, isto é, a manifestação divina de Deus, o bem infinito. É só isso que o homem é, sempre foi e sempre será. Viver nossa vida com base nesse fundamento destrói a falsa impressão de que o homem é alguém competindo para dominar os outros, ou é um fraco evitando conflitos a todo custo, dependendo da extensão de seu ego. Em vez disso, é-nos revelada a verdadeira individualidade do homem, que emana unicamente de Deus. Isso não é uma renúncia ao poder ou ao domínio, mas sim, é a compreensão do que estes realmente significam.

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