Há Alguns Anos, meu marido e eu achamos que chegara o momento adequado para termos filhos. Ficamos animados e na expectativa. Os meses se passaram, no entanto, e nada aconteceu. Às vezes, eu me sentia muito desanimada e dizia a meu marido: “Será que algum dia teremos um bebê?” Sempre serei grata por sua firmeza.
Estava orando com o apoio de um praticista da Ciência Cristã e, num certo momento, ele percebeu minha necessidade de alcançar um conceito mais profundo e mais claro da verdadeira feminilidade. Então, pesquisei a Bíblia para discernir as qualidades de mulheres como Rute, Ana, Sara e a sunamita. Percebi que, em vez de ceder ao desapontamento, mágoa, inveja, dúvida e impaciência, elas expressavam devoção sincera ao único Deus e completa confiança em Sua lei de bondade e abundância. Elas eram altruístas, obedientes, fiéis e, acima de tudo, receptivas. Assim, com uma visão espiritual renovada, esforcei-me para expressar com constância essas mesmas qualidades. Também esforcei-me para reconhecer a mim e aos outros como imagem espiritual e perfeita, que Deus cria e mantém. Também aprendi a não me ressentir com perguntas e observações de pessoas quanto ao fato de não termos filhos.
Obtive muita ajuda dos periódicos da Ciência Cristã e muitas vezes consegui alívio ao cantar hinos, pois isso quebrava o mesmerismo e a obtusidade do pensamento humano.
Estudei aquilo que a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy diziam sobre espera, concepção, semente, família e filhos. Comecei a entender melhor que o homem não é um criador e que o desdobramento do bem por parte de Deus não é limitado a um certo período, num ciclo de ocorrências humanas. A Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável.”
Também aprendi que não estava esperando alguma coisa acontecer; que o homem de Deus já está estabelecido e completo, e que não há demora, falta ou carência, pois Deus conhece somente Sua própria totalidade, que existe agora. Como afirma um dos poemas da Sra. Eddy: “Divina Vida, reges o porvir....”
Durante aqueles anos, meu marido e eu tivemos o privilégio de fazer o Curso Primário de Ciência Cristã. Ambos tivemos, também, a oportunidade de mudar de profissão. Para mim, isso significou ter mais tempo para dedicar ao estudo espiritual e servir como Segunda Leitora em nossa filial da Igreja de Cristo, Cientista.
Ocasionalmente, pensávamos em adotar uma criança. A princípio, a perspectiva parecia bastante negativa. Mas finalmente resolvemos nos inscrever para a adoção. Seria necessário um exame médico. Perguntas e medos começaram a perturbar-me: “O que eles vão encontrar?” e “A qual médico irei?” Mas todas essas preocupações foram enfrentadas com oração antes dos exames e fomos a um médico que, além de gentil, nos deu muito apoio.
O relatório final do médico lembrou-me de um versículo de Tiago: “A perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.”
Para o processo de adoção, era necessário assistir a palestras, receber visitas domiciliares em que tudo era examinado, e responder a questionários sobre o casamento e o papel dos pais. Isso nos fez reavaliar nossos motivos para querer filhos. Sem o apoio e a força de Deus, teríamos nos sentido desamparados e desesperados para prosseguir nesse processo de adoção. Com isso, porém, aprendemos a confiar completamente em Deus, a esperar nEle e a saber que somente uma Mente estava governando e controlando todos os nossos motivos que fossem corretos. Também percebemos a necessidade de abandonar o planejamento humano e de confiar na vontade de Deus, que é boa.
Algum tempo depois, solicitei o apoio metafísico de outra praticista da Ciência Cristâ. Seu entusiasmo renovou minhas esperanças. Logo no início ela disse: “Mas querida, você está grávida! Está grávida de alegria!” Isso me deu uma perspectiva totalmente diferente das coisas. Estar grávida, eu percebi, também significa dar frutos mentalmente, isto é, ser mentalmente produtiva, ter idéias em abundância. Que revelação foi essa!
A praticista explicou que não há disfunção na criação do Amor, nem há nada em desequilíbrio, ou deficiente, anormal, subnormal. Concluímos que o nascimento de uma idéia é simplesmente o aparecimento dela no pensamento. E uma idéia espiritual deve ser tão eterna quanto a Mente, Deus. Tal idéia reflete a Mente. E, já que a Mente é a causa única, a idéia é criadora somente por reflexo. Nós não somos seres humanos criando algo, somos expressões divinas refletindo o poder criador de Deus.
Nessa época, fomos avisados de que tínhamos sido aprovados para a adoção. No entanto, algumas semanas depois, descobri, para nossa alegria, que eu de fato estava grávida! (Contatei logo o funcionário encarregado do processo de adoção, expliquei que nossa situação havia mudado e que nosso processo poderia ser arquivado. Eles naturalmente ficaram contentes com a nossa situação.)
O nascimento do bebê foi natural e harmonioso, sem nenhuma intervenção médica. E nosso menino, agora a quarta geração de estudantes da Ciência Cristã, continua a enriquecer e abençoar nossa família.
A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O Espírito, Deus, reúne em canais apropriados os pensamentos ainda não formados e desdobra esses pensamentos, assim como Ele abre as pétalas de um propósito sagrado, para que esse propósito possa aparecer.” Sentimonos humildemente gratos por sermos testemunhas desse propósito divino.
New Plymouth, Nova Zelândia
Eu também cresci em minha compreensão do amor de Deus, devido a essa prova do poder divino. E as demonstrações continuam.
No dia em que iríamos levar nosso bebê para casa, os pediatras nos disseram que ele tinha icterícia em nível elevado, em virtude de ter nascido cinco semanas antes do previsto. Disseram que deveria ser aplicado banho de luz por pelo menos 48 horas. Se ele não fosse submetido ao tratamento, poderia haver conseqüências desastrosas. Enquanto decidíamos sobre o que fazer minha esposa pegou o livro Ciência e Saúde e leu esta passagem: “A luz é um símbolo da Mente, da Vida, da Verdade e do Amor, e não uma propriedade vitalizante da matéria. A Ciência revela uma Mente única, e que essa Mente única brilha por sua própria luz e governa o universo, inclusive o homem, em perfeita harmonia.” Essa foi uma resposta para nós. Chegamos então a uma decisão aceitável para os médicos: assinar um termo isentando os médicos de toda responsabilidade, levar o Lee para casa conforme planejado, e trazê-lo no dia seguinte para um novo teste.
Elevamos nosso pensamento em oração, naquela noite, e também estudamos referências nos escritos da Sra. Eddy, sobre tempo, dia e homem. Cantamos hinos e nos regozijamos. Continuamos a nos regozijar no dia seguinte, quando o pediatra nos disse que “como resultado de suas orações, o exame de sangue indica não haver mais perigo.” Um segundo teste, feito no dia subseqüente, comprovou que a cura fora completa.
Continuamos a ser abençoados e a acalentar um senso espiritual de paternidade e maternidade.
