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É possível ver uma idéia espiritual?

Da edição de maio de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma Resposta Adequada à pergunta acima depende de como usamos a palavra ver. Estamos falando de ver por meio do sentido físico da visão, ou "ver" da maneira pela qual a mente compreende? Uma pessoa de olhos vendados pode visualizar um conceito ou idéia, ao passo que "ver" uma idéia espiritual por meio da visão física é impossível.

Uma professora duma Escola Dominical da Ciência Cristã perguntou a uma aluna: "Será que podemos ver a Deus?" Após uma longa pausa, a menininha disse com seriedade: "Deus não é bem 'ver', é mais 'sentir'. " Vivamos na expectativa de que todos nós, com a graça de Deus, possamos sentir, perceber espiritualmente, com mais constância, a terna presença e o poder de Deus.

É difícil entender a Deus como Espírito ou Amor divino, como a Bíblia O define, quando tentamos conhecê-Lo e vê-Lo fisicamente. Isso nos leva a um conceito antropomórfico da Divindade, um conceito que, mesmo na adolescência, eu não conseguia aceitar. Naquela época, considerava-me ateu porque não conseguia conceber um Ser Supremo com alguma espécie de forma física. Lembro-me de ter pensado que se Deus existia, Ele não podia, de modo algum, ser material. Foi então que conheci a Ciência Cristã.

Ao estudar a Bíblia Sagrada junto com o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, aprendi que Deus é de fato Espírito e, além disso, que Ele é a fonte da inteligência infinita, a única Mente divina. Aprendi também que Ele é a própria Vida e que é Verdade e Amor. Acho que sempre sentira, de modo intuitivo, a realidade da natureza de Deus, mas agora "via", entendia, que Deus é a fonte e substância genuínas de todo o bem. Também estava entendendo o fato de que a criação de Deus, inclusive o homem criado à Sua imagem, à imagem do Espírito, tinha de ser espiritual.

Embora vislumbrasse com mais freqüência aspectos da realidade espiritual, lembro ainda de sentir-me como o fariseu Nicodemos deve ter se sentido, quando Cristo Jesus lhe disse: "Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Nicodemos perguntou, como muitos de nós hoje em dia talvez o façam: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?" João 3:3,4.

A questão é que é impossível ver fisicamente uma idéia espiritual, ou percebê-la com o intelecto humano, embora o pensamento mortal sempre exija que o façamos. Essa exigência de uma assim chamada mente, mortal e material, é um dos mais agressivos empecilhos ao crescimento espiritual, porque obscurece nosso sentido espiritual, que nos é dado por Deus e que nos revela a verdade do ser, mostrando-nos o que significa "nascer de novo".

Quando tentamos formar uma imagem material de nossa identidade espiritual, partimos do conceito errôneo de que somos mortais e, daí, nos esforçamos para perceber, por meio da mente humana limitada, aquilo que só o sentido espiritual pode discernir. A verdade é que somos os filhos e as filhas de Deus. O âmago da questão é que, em realidade, não há ser mortal ou material, já que, como a Bíblia ensina, o homem é a imagem e semelhança de Deus, o Espírito. É imprescindível que compreendamos que não somos dois, mas um! Não há dualismo associado ao homem, a imagem de Deus, e essa verdade é vista por meio da percepção espiritual.

Lembro-me de muitas vezes debater-me com a questão: "Se só há um eu, e esse é espiritual, sem começo e sem fim, qual é meu relacionamento com este corpo mortal, que parece ser eu?" (Esse é um dos momentos em que uma assim chamada mente mortal exige que vejamos uma idéia espiritual por meio do sentido físico, ou pelo intelecto humano.) A pergunta só pode ser respondida de modo correto pelo sentido espiritual, que nos leva de volta à premissa básica: Em verdade não há um ser mortal ou material, já que o homem é a imagem e semelhança de Deus, o Espírito. Como há só uma Mente infinita, tudo o que existe tem de, em realidade, expressar a natureza perfeita dessa Mente, ou Espírito. Portanto, o que chamamos um mortal não é nosso ser verdadeiro, mas uma noção falsa de identidade. A assim chamada mente mortal sugere que a vida, a inteligência e a substância estão na matéria, o suposto contrário do Espírito, mas a realidade provém só dessa Mente única.

Em seu livro Miscellaneous Writings, a Sra. Eddy ilustra a unicidade da Mente, Deus, e Sua criação espiritual, ao fazer a pergunta: "Ora, dizeis, acaso é uma pedra espiritual?" E ela responde: "Para o errôneo sentido material, Não! Mas para o sentido espiritual infalível, é uma pequena manifestação da Mente, um representante da substância espiritual, a convicção de fatos que se não vêem.' Os mortais podem reconhecer que uma pedra é substância só se primeiro admitirem que é substancial. Elimine-se o sentido mortal de substância e a própria pedra desaparece, para reaparecer em seu sentido espiritual."Mis., pp. 27—28.

Nossa única função, de um modo profundo, é despertar, pouco a pouco, para nosso estado perfeito do ser, como se limpássemos a poeira de nossos olhos. A consciência que reconhece e compreende que Deus é Espírito e que, portanto, o homem é espiritual, constitui nossa identidade real, é nossa individualidade espiritual se expressando.

É extremamente importante que estabeleçamos, com firmeza, em nosso pensamento, o fato absoluto de que o homem é, neste momento, e sempre foi, espiritual, perfeito, completo, harmonioso em cada aspecto. Isso requer o reconhecimento resoluto de nossa identidade espiritual e autêntica e a negação da suposta validade de uma identidade mortal. Ceder assim à realidade do ser, nos desperta para ver o que de fato somos, para discernir e demonstrar nossa identidade genuína como idéia de Deus.

Obter e manter essa percepção clara é um processo paulatino. Requer profunda fé e dedicação disciplinada e promove o novo nascimento que Jesus explicou a Nicodemos. Esse estado espiritualizado de consciência desfaz a névoa da crença mortal, que sugere dúvida e confusão e até mesmo oposição total à espiritualidade.

Uma cura física que tive, no início de meu estudo da Ciência Cristã, mostra quão prática é a verdade espiritual. Quebrei a perna num acidente de esqui. Um médico engessou a perna quebrada e enfaixou bem os joelhos, bem como o tornozelo da outra perna, pois os ligamentos se haviam rompido. Naquela noite, meus amigos sugeriram que eu chamasse um praticista da Ciência Cristã (uma pessoa que, por meio da oração, ajuda outras), já que não estava tomando remédios, nem estava mais sob os cuidados do médico. Conquanto não consiga lembrar com exatidão o que o praticista me disse na conversa inicial, obtive uma convicção inabalável de que, embora o quadro material, segundo a radiografia, parecesse verdadeiro, era impossível que uma idéia espiritual (que, como estava aprendendo, era minha identidade verdadeira) se rompesse, quebrasse ou deslocasse.

Dormi muito bem naquela noite, e pela manhã estava convencido de que havia ocorrido uma cura completa. No dia seguinte, o gesso e as ataduras foram removidos, e o médico ficou muito surpreso. A cura foi permanente. Esse episódio ocorrido ao início de meu estudo continua a inspirar-me, mostrando-me que a coincidência do humano com o divino é normal e natural.

Assim, ainda que seja impossível ver uma idéia espiritual com os sentidos físicos, regozijemo-nos em saber que a Mente infinita, Deus, está constantemente nos enviando imagens puras de pensamento, idéias que salvam, curam e podem ser discernidas por todos nós.

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