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"Só a temos se a vivermos"

Da edição de maio de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


"Se O Amor divino está se tornando mais próximo, mais querido e mais real para nós," diz-nos Mary Eddy em Ciência e Saúde, "a matéria se está submetendo ao Espírito." Ciência e Saúde, p. 239. O Amor, de acordo com a Bíblia, é um termo para Deus. Que coisa maravilhosa — Deus, sendo todo-poderoso, é Amor divino! Quando uma pessoa sente a proximidade e o afeto do Amor divino, não pode impedir que o Amor faça parte integrante da vida em todos os pormenores.

Numa ocasião, quando me defrontava com uma intensa dor que teimava em não desaparecer, deparei-me com aquela maravilhosa frase e algo aconteceu. Comecei a usá-la como um padrão para avaliar a minha vida diária. Eu sabia que as palavras Deus, Amor divino e amor precisavam adquirir mais significado para mim. Após muita oração e tempo dedicado a viver de todo o coração aquilo que estava aprendendo sobre Deus, uma grande luz brilhou. E, de repente, percebi que o Amor divino estava realmente "se tornando mais próximo, mais querido e mais real" para mim. Houve então evidência, no meu corpo, de que a matéria se estava submetendo ao Espírito. A cura deu-se imediatamente, mesmo após essa longa luta com a dor e a angústia. Foi uma experiência que nunca mais esquecerei e está ainda tão viva como se tivesse sido ontem, ou mesmo hoje. Por quê? Uma da razões é que ela atingiu a fundo meu pensamento e minha maneira de sentir. Essa cura ainda permanece hoje importante e instrutiva para mim.

Como podemos dar testemunho do poder de Deus na nossa vida? Podemos esforçar-nos por amar como Cristo Jesus amou — refletindo espiritualmente a todo momento o poder do Amor divino. O amor que ele expressava era divinamente inspirado, não era criado humanamente. Do mesmo modo, também nós podemos buscar em Deus o amor que expressamos, mesmo nas menores coisas. Se um carro passa na sua frente, numa rua movimentada onde era você quem tinha o direito de passagem, você pode amar um pouco mais e esperar atento pela sua vez de prosseguir no trânsito. Se alguém com menos experiência é colocado numa posição acima da sua no emprego, você pode amar o suficiente para saber que seu Pai-Mãe está cuidando de você, e assim escutar mais atentamente e desejar ser orientado e instruído na justiça. Se alguém é invejoso, egoísta ou sem consideração, ainda assim você pode expressar suficiente amor espiritual que penetre e ilumine essa escuridão mental. Amar dessa maneira não é um exercício da mente humana; é atuar baseado diretamente no poder e substância de Deus, o próprio Amor divino.

Uma criança que estava tentando descrever a Deus a um de seus amigos disse: "Ele não é um dizer, mas um sentir." Essas simples palavras podem ensinar algo. Precisamos permitir-nos sentir profundamente a expressão do amor de Deus em nossa vida e assim deixar que Sua natureza apareça em nós em maior grau. Há uma vívida declaração nos escritos da Sra. Eddy, que se relaciona com isso. Referindo-se à Ciência divina, ela diz: "Só a temos se a vivermos." The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 126. Suponhamos que temos um "smoking" ou um traje de cerimônica que só vestimos uma vez por ano. Muito embora ele esteja pendurado no armário como algo nosso durante 364 dias do ano, ele não tem utilidade durante esse tempo. A verdade do ser — a Ciência Cristã — só será útil para nós "se a vivermos", se pusermos em prática aquilo que aprendemos e expressarmos mais da natureza divina.

Isso acontece se manifestarmos na vida diária o desejo divinamente inspirado, sincero, de abençoar nosso próximo, à medida que honestamente ansiamos por ajudá-lo. Quando esse desejo é expressado do fundo do coração, quando é verdadeiramente sincero, pode mudar a vida de alguém. Cristo Jesus, no início do seu maravilhoso Sermão do Monte, disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos." Mateus 5:6. Assim como por vezes ansiamos por uma boa comida e um delicioso refresco, podemos também sentir um grande anseio por um despertar e uma compreensão espiritual, obtendo assim uma satisfação até ao momento não alcançada, uma satisfação que é durável, permanente e real. Isso pode servir de exemplo para as pessoas que encontramos no nosso dia-a-dia, quer estejamos no mercado, no escritório ou na rua — onde quer que nos encontremos em nossos afazeres diários. A vivência do bem que conhecemos, sentimos, acreditamos e procuramos pode introduzir uma mudança na nossa vida e capacitar-nos a abençoar outros.

Em Isaías lemos sobre um caminho “que se chamará o Caminho Santo”. Isaías 35:8. Para mim, o caminho simboliza as oportunidades que a vida nos dá para sermos o reflexo da substância curativa do Amor. Se o Amor divino está “se tornando mais próximo, mais querido e mais real” no nosso pensamento, atos e palavras, então à medida que viajamos ao longo desse “caminho” seremos capazes de remover, através do poder desse Amor, qualquer obstáculo que apareça repentinamente na nossa vida, qualquer frustração, dor, medo ou situação aparentemente sem saída que se apresente. Temos de deixar, sem reserva mental, que o Amor, Deus, atue em nós, não importa qual seja o problema. É muito fácil amar, se tudo está correndo bem em nossa vida, da maneira que desejamos. No entanto, quando o caminho parece muito escuro e os obstáculos muito reais, é aí que precisamos ser mais firmes em deixar que o Amor divino penetre bem fundo todo o nosso pensamento, palavra, ato, ação e conceito.

Quando consideramos a história bíblica dos três hebreus na fornalha ardente, Ver Daniel, cap. 3. acaso não é por demais evidente que no seu amor a Deus não existia nenhuma ponta de dúvida, receio ou subterfúgio? Era total o amor que tinham a Deus. Salvou-os do efeito abrasivo do mal. O mesmo pode ele fazer por nós se nosso amor for total, sem partícula alguma de adulteração, dúvida, medo ou revolta. O efeito curativo do amor real, o amor do Amor, pode dissipar a escura nuvem da mortalidade. O que pode resistir a esse grande amor do Amor — essa luz suprema?

Sua vida não precisa ser mera rotina, se você a viver intensamente, pondo nela, do princípio ao fim, o “tempero” espiritual. Tal modo de viver requer que se siga o mestre cristão, Cristo Jesus, que viveu à risca o que ensinou. Assim como a baunilha põe sabor no sorvete, também viver as verdades que uma pessoa aprende do seu estudo da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã põe sabor em toda a nossa vida. A grande declaração do Mestre: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, João 8:31, 32. ilustra o fato de que nós só comprovamos a verdade do ser na proporção em que a vivemos. Se alguém lhe preparar um maravilhoso jantar, uma mesa muito bem posta, cheia de pratos deliciosos, mas você não comer a comida, ficará você satisfeito? Do mesmo modo, as palavras que você lê e estuda ajudam a tornar a verdade acessível a você, mas para que elas se tornem realmente vivas na sua vida, elas têm de ser vividas. Então vem a realização.

Há um hino no Hinário da Ciência Cristã que inclui as palavras: “Pois Deus está bem junto a mim.” Hinário, N° 139. As palavras não têm significado, se o sentimento, a compreensão e a vivência delas não existe. Experimentamos o amor de Deus na proporção em que o vivemos. Quando, de fato, fazemos isso, a Verdade e o Amor divinos deixam de ser algo sobre o qual apenas pensamos, mas passam a ser realmente uma expressão do nosso pensamento, a verdadeira substância do nosso ser.

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