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Houve um período em...

Da edição de maio de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Houve um período em minha vida em que cheguei a me perguntar o que acontecera à paz e à ordem que nossa família sempre desfrutara. Tudo começou certo dia, quando recebemos um telefonema da África do Sul, onde nosso filho estava trabalhando havia um ano. A pessoa que ligou disse: "Não são boas notícias. Seu filho faleceu devido a uma queda, durante uma excursão a pé."

Esse acontecimento acabou provocando uma virada decisiva para os membros de nossa família, mas no começo foi bastante trágica. Meu marido vendeu seu negócio; outro filho sofreu forte depressão e achava que a vida não valia mais a pena ser vivida; nosso filho mais novo também ficou profundamente abalado com a perda do irmão mais velho.

Apesar desse período sombrio, eu tinha certeza de que Deus estava presente. Sentia-me apenas como observadora desse caos e pedi a uma praticista da Ciência Cristã que me ajudasse a compreender o controle de Deus nessa situação da família. De grande ajuda foi um trecho do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy: "O pesar é salutar. É através de grandes tribulações que entramos no reino dos céus. As aflições são provas da solicitude de Deus. O desenvolvimento espiritual não germina da semente lançada no terreno das esperanças materiais, porém, quando estas se desvanecem, o Amor propaga de novo as alegrias mais elevadas do Espírito, as quais não têm mácula terrena. Cada fase sucessiva de experiência desenvolve novas perspectivas de bondade e amor divinos" (p. 66).

Meu marido resolveu voltar para a faculdade a fim de obter um diploma mais avançado e isso significava que ele estaria longe de casa por um ano e meio. Concordei plenamente com a idéia de ele procurar obter esse diploma, pois achava que essa seria uma oportunidade de crescimento para nós dois. Chegou então o momento em que ele partiu e eu fiquei sozinha em casa. Ora, eu havia passado boa parte de minha vida como esposa e mãe em tempo integral e, de repente, eu não era mais nada para ninguém. De um momento para outro, minha liberdade mais parecia uma prisão.

Ocorreu-me que esse período de minha vida poderia ser considerado como um teste de minha fé em Deus. Como num teste de pilotagem de avião, a pessoa precisa pilotar sozinha, ficar "cara a cara" com os controles. Eu sabia que Deus está sempre no controle, porém, precisava entender melhor minha identidade espiritual. Isso eu consegui quando obtive uma visão mais clara de Deus e de mim mesma como Sua imagem e semelhança. Todos nós somos essenciais a Deus, Sua totalidade não está completa se não incluir cada um de nós. Comecei a perceber mais claramente que Ele precisava de mim, tão certamente como eu dEle e que, como Cristo Jesus disse: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30).

Através de meu estudo da Ciência Cristã, eu sabia que Deus era meu Pai-Mãe; percebi que havia novas oportunidades para mim, à medida que meu pensamento ia se tornando mais espiritualizado.

Minha meta para estudo ficou sendo: "Que quer Deus que eu faça, hoje?" Cada dia necessitava ser estruturado. Para encontrar essa estrutura, eu estudava a Lição Bíblica da Ciência Cristã, empregando como guia as idéias colhidas desse estudo. Cada seção da lição tem o seu tema e eu escolhia então um tema como minha inspiração para aquele dia.

A princípio, as noites pareciam cheias de solidão e medo. A casa produzia uma série de estalos e barulhos estranhos, pois tínhamos temperaturas abaixo de zero, dia após dia. O medo nos sugere que estamos sem proteção e sem segurança e a ignorância a respeito da totalidade de Deus abre o caminho para o medo. Entretanto, eu sabia que confiar em Deus elimina o medo e que eu conseguiria demonstrar isso.

Minhas necessidades foram supridas de maneiras maravilhosas. Uma senhora da igreja indagou a respeito de um apartamento que tínhamos para alugar, em cima de nossa garagem. Ela veio comigo para casa e gostou imediatamente do lugar. Desenvolvemos uma amável camaradagem e fomos ambas abençoadas por esse acordo.

A igreja sempre me havia proporcionado um senso de lar e de família. Por isso, foi natural volverme a ela em minha necessidade. Havia algum tempo eu vinha recusando pedidos de lecionar na Escola Dominical, pois achava ter já "cumprido a minha obrigação". Mas dessa vez fui inspirada a tornar-me professora substituta e, mais tarde, aceitei uma classe como efetiva. Percebi que tinha ainda muito a aprender com meus pequenos alunos.

Surgiu então uma oportunidade de expressar amor e ampliar meus horizontes. Sempre tivera vontade de fazer um curso de alemão. Isso se tornou possível quando uma amiga que morava na Alemanha me hospedou por um período de dois meses e meio, tempo de duração de um determinado curso. Ao apanhar-me no aeroporto, minha amiga me disse que estava passando por um período difícil, pois tinha sido injustamente acusada de má conduta em seu trabalho de professora; além disso ia ter de mudar-se. Oferecime me para orar por ela a respeito desses problemas e ela concordou. Nós duas testemunhamos a orientação de Deus. Ela foi totalmente inocentada das acusações e encontrou nova moradia, que supriu melhor as necessidades dela (e minhas também, pois tivemos bons momentos juntas durante a montagem de seu novo lar).

Eu estava na Alemanha na época em que o muro de Berlim foi posto abaixo e pude presenciar pessoalmente o significado dessa importante ocasião. Conhecemos duas famílias do setor oriental com quem nos correspondemos, mandando e recebendo saudações, notícias e amor nos tempos difíceis que se seguiram.

Meu marido passou o ano seguinte procurando novas oportunidades de negócios e está hoje muito satisfeito com um novo empreendimento que lhe permite usar todas as suas habilidades. Nossos dois filhos conseguiram libertar-se do pesar e estão agora felizes e ativos.

Durante o período em que esteve procurando seu lugar certo na atividade profissional, meu marido começou a apoiar o fato de eu estar dedicando meu tempo a ajudar outras pessoas em oração. Sinto-me muito próxima a nossos filhos e compreendo que, como nenhum de nós pode estar separado de Deus, jamais podemos ser separados uns dos outros. A eterna identidade de nosso filho mais velho é real para todos nós. Estas palavras da Sra. Eddy exprimem tal pensamento: "O homem é imperecível, espiritual. ... Ele não atravessa as barreiras do tempo para entrar na vasta eternidade da Vida, mas coexiste com Deus e o universo" (Ciência e Saúde, p. 266).

Ao relembrar esses anos, percebo que sempre estive ciente de que Deus estava presente. Posso agora ver aqueles desafios sérios como degraus de progresso e não como obstáculos. Sou realmente muito grata.


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