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O que realmente importa para você

A verdadeira satisfação vem de Deus

Da edição de julho de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Alguma Vez Você já pensou como seria se o seu melhor amigo se mudasse para um lugar tão distante, que a única maneira de ouvir sua voz fosse através de um rádio, com todos aqueles chiados?

Até há uns dois anos, pensar em ficar separada de certas pessoas era algo que teria me deixado muito deprimida. Eu achava, sem sombra de dúvida, que minha felicidade dependia das pessoas que eu tinha à minha volta. Mas meu melhor amigo, meu namorado, arranjou um trabalho na Antártida, uma das regiões mais remotas do globo, e eu tive de aprender a apoiar-me em Deus para me sentir feliz.

Quando meu amigo me contou do emprego que lhe fora proposto, eu estava para começar o segundo ano da faculdade. Achava que sua ausência deixaria um vácuo em minha existência, por isso fiquei furiosa com ele por ter aceitado o trabalho. Argumentei que ele estava me abandonando num período importante de minha vida e que meus estudos seriam prejudicados. Eu tinha uma lista de motivos para ele não ir. Por fim, reprimi minhas emoções o suficiente para apoiá-lo, pois ele achava que seria muito importante para sua carreira, a experiência de trabalhar na Antártida.

Depois que ele partiu, porém, senti-me tão só, tão deprimida, que parecia ser eu, e não ele, que estava vivendo num lugar desolado. Pensei que com o passar do tempo fosse me sentir melhor, mas os dias se passaram e não havia melhora. Não conseguia enxergar uma maneira prática de vencer aquele estado de depressão.

Embora eu tivesse crescido freqüentando a Escola Dominical da Ciência Cristã, nunca entendera realmente como a confiança em Deus poderia afetar a minha vida diária. Portanto, não orava especificamente em relação aos problemas que enfrentava nas minhas atividades do dia-a-dia. Mas algumas semanas após a partida do meu namorado, o vazio que sentia em minha vida levou-me a procurar entender com clareza espiritual a presença de Deus. Lembro-me de que cansei de me sentir incapacitada pela autopiedade! Decidi então orar a Deus, em busca de ajuda.

Minhas primeiras orações consistiam em rever mentalmente as coisas pelas quais eu poderia ser grata. Decidi agradecer a Deus por todas as bênçãos de que conseguisse me lembrar. Embora não acreditasse que isso resolveria o meu problema, eu achava que era um passo importante na caminhada do crescimento espiritual. Pensava que, depois de um certo tempo, estaria pronta para uma oração mais adiantada e então sim, veria a cura ocorrer.

Contudo, à medida que minha lista de bênçãos crescia, não só percebi que eu não tinha dado valor a todo o bem que desfrutava enquanto sentia pena de mim mesma, como também minha maneira de ver as coisas se modificava. As aulas se tornaram estimulantes; fiz muitas amizades na casa de estudantes em que eu morava e, mais ainda, descobri que podia colaborar de várias maneiras com os comitês do câmpus universitário. Foi realmente uma surpresa perceber que o simples ato de ser grata efetuara a cura!

Comecei a ver que eu era responsável pela minha maneira de ver as coisas, independentemente das circunstâncias. Era meu dever purificar o pensamento, aceitando somente em minha experiência a perspectiva espiritual e inspirada por Deus. Compreendi que não tinha de me ver como uma estudante universitária solitária, em luta; poderia me ver da maneira como Deus me criou, uma idéia imortal, espiritual, subordinada apenas a Deus, livre de caprichosas características mortais. Aliás, vi que meu único propósito verdadeiro era expressar as qualidades altruístas advindas de meu Pai-Mãe Deus.

Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica que manter o pensamento voltado para Deus é a chave para a paz e a cura: “Desvia o olhar do corpo para a Verdade e o Amor, o Princípio de toda felicidade, harmonia e imortalidade. Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos.” Ciência e Saúde, p. 261.

Gradualmente, tornei-me mais e mais atenta às minhas obrigações espirituais. Passei a acordar uma hora mais cedo para ler a Lição Bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, porque vi a diferença de perspectiva que esse estudo espiritual me proporcionava. Parei de tolerar o egoísmo como sendo parte do meu modo de ser. Pelo contrário, meu objetivo passou a ser glorificar a Deus a cada hora do dia, onde quer que eu estivesse.

Encarar minha experiência de um ponto de vista espiritual, libertou-me da confusão mental em que me encontrava antes de voltar-me inteiramente a Deus. Embora algumas vezes fosse difícil aquietar-me e ficar atenta à direção de Deus, sem delinear o que eu queria que acontecesse em minha vida, fui me tornando cada vez mais paciente. Às vezes, as respostas vinham imediatamente, durante o estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde; em outras ocasiões, um senso de paz e orientação vinha mais tarde, enquanto tomava banho, ou estava na fila da cantina.

Cristo Jesus não se deixava iludir pela aparência exterior das coisas, por mais sombria que parecesse. Ao contrário, ele via continuamente a perfeição espiritual da criação de Deus, mesmo quando todos à sua volta viam somente o mal, a doença e o pecado. Ele disse: “Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça.” João 7:24. O exemplo de Jesus ensinou-me muito. Percebi que se continuasse a acreditar que o mal era um autêntico poder, afetando cada um de nós ao acaso, eu só conseguiria ver um mundo confuso e sem esperança. Mas se eu espiritualizasse meu pensamento, decidida a discernir o bem como realidade e a aceitar somente o que Deus me dissesse, seria capaz de curar. A Sra. Eddy nos diz em Ciência e Saúde: “Tuas decisões te dominarão, seja qual for o rumo que tomarem.” Ciência e Saúde, p. 392.

Essa opção por uma perspectiva espiritual deu início a mudanças significativas em minha vida. Durante os quatro primeiros meses em que meu namorado esteve trabalhando na Antártida, pude ajudar em vários comitês dedicados à proteção do meioambiente, algo que realmente me interessava e que me gratificava. Conheci um professor que era radioamador, o que tornou possível a comunicação com meu namorado, na Antártida. E as notas que obtive no final do ano foram as mais altas que tivera até então. Além disso, concluí dois estágios, adquirindo valiosa experiência em minha principal área de estudo. Mais importante do que isso, descobri que, como expressão individual de Deus, eu podia me sentir em paz e progredir, sem depender das pessoas à minha volta.

Esse crescimento espiritual também fortaleceu o relacionamento com meu namorado. Pelo fato de eu ter sido forçada a descobrir minha própria identidade espiritual como reflexo de Deus, nosso relacionamento aprofundou-se numa amizade muito mais gratificante e valiosa. Meu novo senso de valor e importância espiritual me possibilitaram expressar muito mais amor, compreensão e significado em todas as minhas relações. Quando meu namorado voltou, confirmamos que essas qualidades eram uma base sólida para um compromisso por toda a vida. Casamo-nos vários meses mais tarde e nosso relacionamento continua a nos proporcionar realização, alegria e crescimento.

Mudar nossa maneira de ver o mundo não significa colocarmos viseiras e ignorar os problemas difíceis que necessitam de cura. Absolutamente! Significa apenas que, ao invés de olhar as coisas como se nós fôssemos mortais desamparados, governados por forças fora do nosso controle, empenhamo-nos em discernir a realidade espiritual do homem e do universo, isto é, o que Deus, o Amor, sabe sobre Sua criação. E o Amor não conhece limites.

A força de vontade humana não desempenha nenhum papel na verdadeira cura cristã. Ao contrário, a cura é a inevitável conseqüência de uma humilde submissão à perfeita vontade de Deus e ao Seu governo. Em minha experiência pessoal, a cura ocorreu somente quando decidi rejeitar o mal, representado pela solidão, egoísmo, depressão, raiva, e procurei ouvir a orientação divina.

Seja qual for o lugar onde estamos ou a pessoa com quem estamos, podemos exercer a liberdade e habilidade que Deus nos deu para curar, em nossa vida, tudo aquilo que é dessemelhante dEle.

... O Senhor teu Deus te faz entrar numa boa terra,
terra de ribeiros de águas,
de fontes, de mananciais profundos,
que saem dos vales e das montanhas.

Deuteronômio 8:7

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