Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Responder ao chamado individual para a cura cristã

Da edição de janeiro de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Éútil E inspirador ler os vários relatos bíblicos acerca das pessoas que foram chamadas por Deus para cumprir um propósito sagrado. Foi o caso de Moisés, Gideão, Jonas, os discípulos, Paulo e outros. Cada um desses homens fez sacrifícios extremos, superou medos e fraquezas e satisfez necessidades prementes. Poucos seguiram a vontade do Pai sem travar uma luta interior. Mas, enfim, todos acabaram por obedecer e descobriram que Deus lhes deu a capacidade para cumprir com as exigências particulares do chamado. Viram realizadas nas suas vidas a promessa bíblica: "Fiel é o que vos chama, o qual também o fará." 1 Tess. 5:24.

Talvez nos questionemos, no entanto, se não será um pouco presunçoso da nossa parte considerarmo-nos pessoas escolhidas por Deus para cumprir Seu propósito. Sem dúvida que assim o seria, se pensássemos que somos alguém humanamente muito especial e considerássemos nosso chamado individual de alguma forma superior ao dos outros. Mas um estudo mais cuidadoso da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy mostra-nos que isso não é, de fato, o que significa ser chamado.

Deus não escolhe certos seres humanos aparentemente talentosos para lhes pedir que cumpram uma tarefa heróica. Ser chamado é algo que tem a ver com o início da descoberta acerca de quem nós realmente somos como filhos de Deus. Cada um de nós é, na verdade, uma criação, ou expressão, completamente original do único Deus que tudo sabe, que é inteligência suprema, Mente infinita. Nossa identidade e propósito são definidos por esse sábio e amoroso Criador. Cada um de nós é indispensável para que o Pai expresse de forma plena Sua própria natureza, espiritualmente importante, totalmente capaz de fazer a Sua vontade, divinamente ungido, abençoado. Obter pelo menos um vislumbre da nossa individualidade espiritual dá novo ânimo e significado à nossa vida. Então nossa missão particular estabelecida por Deus começa a revelar-se.

Talvez não vislumbremos presentemente todos os detalhes futuros daquilo que tenhamos a fazer. Mas sabemos, baseados nas palavras de Cristo Jesus acerca da nossa missão de levar a mensagem curativa do evangelho "por todo o mundo," Marcos 16:15. que nosso trabalho envolverá cura, não apenas a nossa cura e a de nossos familiares mais chegados, mas também de outros. De fato, pode dizer-se que o Cientista Cristão, por definição, é chamado a ser praticista público da sua religião, porque é chamado a seguir o Cristo — a Verdade universal, demonstrada tão perfeitamente na vida de Jesus. Provavelmente nem todos os membros d'A Igreja Mãe se sintam motivados a se anunciar no The Christian Science Journal como praticistas públicos em tempo integral, mas cada um tem um lugar específico a ocupar através do seu trabalho de cura.

Como algumas dessas personagens bíblicas, talvez procuremos ignorar esse chamado e aquilo que pensamos que ele exige de nós. Devido às várias exigências e responsabilidades relacionadas com o ganhar a vida e manter uma casa e família, talvez pensemos que o chamado para a cura nada tem a ver conosco ou que o iremos ponderar mais a sério quando as exigências diárias abrandarem um pouco.

Mas meditemos um pouco acerca dessas exigências. Talvez esses desafios em nossa vida, que temos considerado como impedimentos para uma maior dedicação à vivência espiritual, possam ser eles mesmos vistos como oportunidades para encarar a nossa vida e missão sanadora de outra maneira.

Uma amiga falou-me de uma época em que ela se esforçou por dar, na sua vida diária, prioridade à oração e ao estudo espiritual, que ela entendia que eles deveriam ter. Mas havia muitas interrupções e desafios pessoais. Ela deparou-se a pensar que, se os seus filhos não exigissem tantos cuidados, os trabalhos com a conservação da sua casa antiga não fossem tão extenuantes e certos relacionamentos pessoais fossem mais harmoniosos, ela teria certamente mais tempo para dedicar à prática pública. Ela manifestou essa preocupação ao seu professor de Ciência Cristã, cuja resposta inspirada foi: "Mas, sabe, essas coisas são a sua prática!"

Talvez todos concordemos em que nossos dias estão cheios de oportunidades para alcançar outros por meios cristãos que abençoam e curam. A prática da Ciência Cristã começa — e num sentido mais amplo continua — na arena da vida diária.

Tudo aquilo que Cristo Jesus conseguiu foi o resultado da sua disposição, em todos os momentos, de seguir as orientações do Pai. Aquilo que poderiam ter sido experiências sem importância — assistir a um casamento, parar num dia quente junto a um poço para descansar e beber — tornaram-se acontecimentos abençoados e significativos como resultado da sua comunhão com o Pai. Ele mostrou a natureza de Deus em todos os pormenores da sua vida. Ele permitiu que o Cristo, a idéia divina do homem como filho de Deus, determinasse a razão da sua existência e o guiasse continuamente a mais elevadas alturas de devoção altruísta e de cura espiritual.

O Cristo eterno, que foi exemplificado nas obras curativas da primitiva cristandade, está presente na nossa consciência para curar e salvar. O Cristo incita-nos a vermo-nos a nós e aos outros através das lentes da totalidade e da bondade do Espírito divino e a rejeitar como infundada qualquer evidência de tristeza, pecado ou sofrimento físico. À medida que respondemos mais constantemente aos incitamentos do Cristo, descobrimos que as curas começam a surgir na nossa vida. E apesar do processo poder parecer lento, começamos a ver sinais seguros de que a nossa capacidade para curar está a crescer e seu âmbito a alargar-se. Inevitável, porém naturalmente, nosso trabalho de cura assumirá um aspecto público. Nossos conhecidos talvez nos peçam ajuda pela oração. Talvez também nos sintamos impelidos a dar tratamento específico pela Ciência Cristã a certos problemas da nossa comunidade e do mundo. E talvez mesmo nos encontremos a ler o The Christian Science Monitor de uma forma que transcende a aceitação passiva das coisas como elas nos parecem ser.

Embora o Cristo, a Verdade, seja universal, as oportunidades para curar e as subseqüentes diretivas espirituais, que nos surgem quando nos volvemos de todo o coração para o Amor divino, são unicamente nossas. Ninguém pode cumprir por nós as tarefas que Deus nos dá para fazer. Consideremos as carreiras dos discípulos João, Pedro e do apóstolo Paulo. Suas missões não se sobrepuseram ou se duplicaram e esses indivíduos não se expressavam ou transmitiam sua inspiração a outros de maneira idêntica. Cada um deles deu uma importante, embora distinta, contribuição para a propagação da luz cristã naquela época. Falando sobre esse assunto em Retrospecção e Introspecção, a Sra. Eddy escreve: "Cada indivíduo tem de ocupar seu próprio nicho no tempo e na eternidade."Retr., p. 70.

Por vezes aquilo que mais dificulta nossa maior dedicação à cura cristã não são tanto as circunstâncias externas, mas sim uma incômoda falta de confiança em nossa própria capacidade. Isso pode acontecer especialmente quando começamos a receber pedidos de ajuda através da oração ou nos sentimos motivados a nos anunciarmos como praticistas da Ciência Cristã no Journal. É claro que precisamos distinguir entre a sábia percepção espiritual de que talvez nos falte preparo para aceitar casos, e o cepticismo do mundo, que pretende condenar-nos e minimizar o que compreendemos e já demonstramos da verdade espiritual.

Talvez seja útil lembrar que a Bíblia chama o diabo de "acusador". Apoc. 12:10. Essa assim chamada força ou mentalidade do mal não tem fundamento na realidade divina e por isso é em si mesma impotente para diminuir nossa confiança ou bloquear nossos passos de progresso. Mas, se não estamos alerta para resistir aos argumentos da mente mortal, que freqüentemente nos aparecem disfarçados de nossos próprios pensamentos, eles manter-nos-ão no limbo, fazendo-nos sentir perpetuamente indignos, não preparados e até mesmo culpados.

O progresso espiritual verdadeiro dá-se à medida que pomos de lado a falsa visão material de nós mesmos e aceitamos aquilo que a Mente divina está revelando. A verdade é que você e eu não somos mortais, limitados, sem confiança em nós mesmos, sempre a adiar as situações e tendo algumas qualidades boas e outras não tão boas. Como filhos de Deus, somos inteiros, completos, totalmente espirituais e sempre valiosos. Como expressão de Deus, somos, por natureza, obedientes à Verdade, sempre cônscios das coisas do Espírito imortal. E nossa capacidade para o bem é infinita. Infinita. É assim que Deus contempla cada um de nós, e podemos começar a ver-nos dessa maneira e a expressar mais constantemente nossa identidade espiritual.

Responder ao chamado da cura cristã é como encontrarmo-nos com nosso verdadeiro ser; é algo que nos é familiar, que sempre conhecemos e desejamos profundamente. Deus nunca nos põe perante situações para as quais não estamos espiritualmente preparados. Mas precisamos confiar em que Deus tem a capacidade de desenvolver em nós o Seu plano. E podemos ficar encorajados pelo fato de que mesmo por trás daquilo que superficialmente nos parecem ser modestas demonstrações do poder e da presença da Mente divina, existe a grandiosa dimensão da verdade espiritual. Não apenas nós e aqueles diretamente envolvidos somos beneficiados, mas a atmosfera geral do pensamento humano é por esse fato mais iluminada.

Jesus disse a seus seguidores: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte". Mateus 5:14. Como muitos de nós já sabemos, a necessidade permanece de mais Cientistas Cristãos deixarem a sua luz brilhar ainda mais intensamente ao entrarem para a prática pública em tempo integral. Talvez isso possa ser encarado como um chamado para que cada um de nós vá mais adiante, como um chamado do Cristo para chegarmos a uma maior compreensão da nossa individualidade espiritual e descobrir nosso lugar particular como sanador cristão.

O Cristo, a Verdade, nos chama para ser quem realmente somos e sempre fomos — filhos filhos e filhas de Deus. À medida que nos dispomos a escutar espiritualmente, descobrimos que podemos ouvir a voz da verdade a falar à nossa consciência individual e queremos — podemos — responder com todo o nosso coração.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / janeiro de 1995

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.