Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O amor é vital na Igreja

Da edição de fevereiro de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


A Tendência A Entrar em confronto, nos campos de batalha, nos duelos ou nas defesas de causa é tão velha como a humanidade. Tão velha quanto os deuses guerreiros: o deus romano Martes, ou o deus grego Ares, ou o deus hindu Indra, ou o deus nórdico Thor. A história bíblica de Caim e Abel, assim como o dualismo competitivo yin-yang, na religião chinesa antiga, também servem de exemplo.

Claro, é fácil perceber que a guerra em si é um mal. Mas outras formas de conflito podem parecer bastante inofensivas, talvez até úteis. Por exemplo, muita gente considera as ações judiciais como oportunidades para resolver disputas comerciais, conjugais e outros tipos de problemas.

Não obstante, Warren Burger, que foi Presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, declarou à Ordem dos Advogados desse país, há pouco mais de uma década, que há um limite quanto ao que se pode conseguir por meio dos tribunais. E o abuso da aparelhagem legal encerra alguns perigos. "Confiar no sistema de confronto nos tribunais como meio principal de resolver demandas", disse ele, "é um erro que precisa ser corrigido. Nenhuma outra nação permite que o sistema judiciário domine as relações, como fazemos aqui nos Estados Unidos."

O Ministro Burger continua: "Todos os profissionais das carreiras jurídicas — advogados, juízes, professores de direito, ficam de tal forma mesmerizados com o estímulo dos debates dentro dos tribunais, que tendem a esquecer-se de que precisamos ser sanadores, sanadores de conflitos.. .. Não é esse o dever dos advogados? o de sanar, em vez de guerrear? sanar, em vez de promover disputas? sanar, em vez de prestar-se para a luta armada?" Annual Message on the Administration of Justice (Mensagem anual sobre como exercer a justiça), Reunião Semestral da Associação Americana de Magistrados.

Apesar da advertência do Ministro Burger, nesta última década a tendência nacional de entrar em litígio não diminuiu. Os entendidos deploram o alto número de "ações judiciais frívolas" e de "tribunais abarrotados". O Palm Beach Post, jornal da Flórida, disse há pouco tempo: "Somos uma sociedade belicosa. Movemos ações judiciais uns contra os outros, mais do que qualquer outro povo no mundo. Seja o caso de vizinhos que reclamam sobre a posição de um muro, ou motoristas envolvidos em acidentes, ou empresas que discutem um contrato, ou casais que querem dissolver seus casamentos, o que vemos é pressa em propor ações judiciais, e relutância em resolver as coisas conversando. Stevan A. Mayans, 22 de maio de 1995.

Isso parece particularmente triste, sem dúvida, quando a contenda ocorre entre amigos ou parentes. Ou entre os membros da família de uma igreja. É o caso da ação movida por dois membros d'A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, contra alguns de seus dignitários e ex-dignitários. Contudo, como a Bíblia diz, ameaças desse tipo, contra o cristianismo, existiram desde o começo.

O litígio entre membros já era uma das piores ameaças à igreja que S. Paulo fundou em Corinto, na Grécia. Por ser Corinto, no mundo antigo, um ponto de encontro de muitos povos, tinha uma igreja composta de enorme variedade de membros: homens e mulheres, escravos e libertos, ricos e pobres, judeus e gentios. Depois de Paulo terminar seu ministério de dezoito meses em Corinto, a congregação, tão diversificada, se fragmentou em facções. Alguns permaneceram fiéis aos ensinamentos de Paulo, outros foram atraídos por um cristão recém-convertido, chamado Apolo. Outros seguiram a Cefas, e assim por diante.

Não demorou muito para essas facções começarem a se processar umas às outras, pedindo aos tribunais romanos que acertassem suas diferenças. Quando Paulo se inteirou desses absurdos, imediatamente escreveu umas cartas bem fortes, dizendo aos membros da igreja de Corinto que parassem de brigar. Uma dessas cartas aparece como 1 Coríntios, no Novo Testamento.

Num trecho dessa epístola, intitulado "Paulo censura o litígio entre os irmãos", o Apóstolo recomenda aos coríntios que parem de levar-se uns aos outros aos tribunais, onde os assuntos pertinentes à igreja seriam julgados por "infiéis". "Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-la a juízo perante os injustos (o governo romano) e não perante os santos (os membros da igreja)?"

Paulo continua, repreendendo essas ações judiciais de membros contra membros. "O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros." 1 Coríntios 6: 1,6,7.

Mas Paulo não pára aí. Depois de dizer aos coríntios que eles haviam cometido um grande erro, com respeito a alguns assuntos, ele prossegue, dando-lhes uma solução inspirada para os problemas da igreja. Essa solução era simplesmente "amor".

Que magnífica resposta! Puro amor a Deus e à Sua família universal, eis aí a virtude cristã suprema, diz Paulo. Se faltasse esse amor, nem a pregação mais eloqüente, nem o mais profundo vislumbre profético nem a mais arraigada fé teriam conteúdo. O amor perdura, é forte, é autêntico, mesmo quando todas as outras graças do espírito desmoronam. Em poucas palavras, Paulo diz: "O amor jamais acaba." Ver 1 Coríntios 13:1–3.

E como é que você e eu percebemos esse tipo de amor, que cura e purifica? Como sentimos pelos outros esse tipo de "carinho", palavra sinônima de "amor"? Nós o sentimos quando abrigamos a Deus e Sua criação, totalmente boa e espiritual, bem no fundo do nosso coração, a tal ponto que nada pode arrebatar-nos esse sentimento. Esse amor fica assim tão profundamente enraizado, que nenhum dos desapontamentos ou desilusões causados pela situação pode convencer-nos de que o amor de Deus não esteja presente. O amor de Deus jamais falta, em parte alguma, porque Deus é Tudo. Ele é o próprio Amor.

O que é que tudo isso significa para o cristianismo, hoje? O que significa para a Igreja de Cristo, Cientista? Significa que a criação do Amor divino não pode deixar de estar repleta de amor, por mais que se diga o contrário. Quer dizer que os membros da igreja (os "santos" que Paulo menciona) são dotados, por seu Criador infinitamente amoroso, de amor celestial suficiente para atender a toda e qualquer necessidade, resolver toda e qualquer disputa. Significa que a verdadeira Igreja, que Mary Baker Eddy descreveu em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras como "a estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede", com naturalidade repele tudo aquilo que lhe é diferente.Ciência e Saúde, p. 583. Significa que, tal como Paulo o disse há tantos séculos, o amor jamais acaba. Jamais se acabará, nem para você nem para mim. E não acabará para a Igreja de Cristo, Cientista.

Poderíamos dizer que a igreja, como instituição, é um terreno onde se tira a prova, onde os membros atestam o poder unificador do Deus único. É um lugar onde eles põem em prática e aperfeiçoam sua capacidade de expressar o amor infalível de Deus, onde podem demonstrar, para si mesmos e para o mundo, os magníficos resultados, sob a forma de curas, que se conseguem quando as pessoas permitem que sua vida entoe a canção do amor divino. A igreja é o lugar onde você e eu aprendemos a não crer nos antigos deuses guerreiros, que promoviam contendas e ódio. Na igreja aprendemos uns dos outros (pelo exemplo!) que a maneira de agir indicada pelo Cristo é o amor. Podemos dar provas de que esta afirmação importante de Ciência e Saúde é verdadeira: "A parte vital, o coração e a alma da Ciência Cristã, é o Amor."Ibidem, p. 113.

A Sra. Eddy tinha confiança em que os Cientistas Cristãos dedicados podiam e iriam viver de acordo com "o coração e a alma" de sua religião. Ela sabia que o poder dinâmico do amor cristão podia curar, não só corpos e mentes, mas também as igrejas. Essa é uma das razões pelas quais ela assumia, com tanta firmeza, a posição de que a Igreja de Cristo, Cientista, e seus dignitários, não se beneficiariam por enredar-se em ações judiciais. Ela estava convencida de que esses litígios trariam amarguras a todos os envolvidos. Poderiam até chegar ao trágico desfecho de o Estado intervir no governo da Igreja.

Os excertos das cartas nas páginas a seguir mostram com quanta veemência a Líder do movimento da Ciência Cristã se expressava sobre esse assunto. Eles indicam quão profunda era a convicção da Sra. Eddy, de que os desentendimentos, principalmente os referentes à Igreja, se resolvem melhor por meio da "persuasão moral", por meio do amor que está implícito na própria idéia de Igreja.


Duas cartas de Mary Baker Eddy sobre litígios

O Departamento de História da Igreja Mãe publica aqui, pela primeira vez, excertos de duas cartas escritas por Mary Baker Eddy. O primeiro é parte de uma carta que ela escreveu ao Conselho de Diretores da Ciência Cristã em 18 de fevereiro de 1903, na qual a Sra. Eddy aconselha os membros desse Conselho a conservar o alvará original que haviam obtido para a Igreja, em 1879, e a não envolver-se, de forma alguma, numa batalha legal. O seguinte parágrafo aparece nessa carta:

Desejo, daqui por diante, permanecer isenta de todas as obrigações legais oriundas da situação de nossa igreja. Desejo também que A Igreja Mãe esteja estritamente protegida de quaisquer falsas acusações que possam ser feitas por alunos desleais, ou de qualquer litígio pelo qual se possa perder o título de propriedade d'A Igreja Mãe, ou pelo qual os atuais Artigos de Fé e o Governo da Igreja venham a ser alterados.

A Sra. Eddy escreveu a carta abaixo ao primeiro Delegado Geral de Divulgação, Alfred Farlow, em 4 de janeiro de 1906. Neste excerto, e em várias outras cartas a ele dirigidas nessa época, a Sra. Eddy lhe recomenda assegurar-se de que o trabalho corretivo de forma alguma envolva a Igreja em litígios.

Lembre-se disto, e não permita que coisa alguma o induza a entrar numa ação judicial que envolva sua Líder ou aquilo que mais convém à Ciência Cristã; sob as leis atuais deste país, os processos judiciais não estão à altura da situação, não fazem justiça à sua Líder, à história ou à causa da Ciência Cristã, e devido a esse importante fator, o 'maligno' continua a procurar popularidade por meio da lei e junto à sua Líder. Em todas as minhas experiências anteriores, quando me vi arrastada a envolver-me em ações judiciais, sempre saí perdendo alguma coisa que valia a pena conservar, e assim a causa da Ciência Cristã também saiu perdendo, enquanto o autor ganhou algo em termos de publicidade, mesmo quando perdeu a ação. Esperemos em Deus, sejamos sábios como serpentes, e ergamo-nos acima do feitiço oculto, que destroça a razão e pretende subjugar a sabedoria.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1996

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.