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Será que o ódio tem poder?

Da edição de fevereiro de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Algum Tempo Atrás um jornal brasileiro publicou um artigo em que o autor afirmava que o ódio tem poder. Quando ouvimos o noticiário do rádio ou da televisão, podemos até ter a impressão de que essa afirmação está correta.

O que significa realmente odiar? Sem dúvida, todos sabemos que o ódio é o oposto do amor. Conseqüentemente, se não estamos sentindo amor, estamos expressando certo grau de ódio, que pode se manifestar em formas aparentemente amenas, tais como apatia, aversão, ou mesmo hostilidade. A apatia, que é uma forma branda de ódio, faz com que nos tornemos desinteressados e nos portemos de forma bastante egoísta, deixando de dar atenção a outras pessoas que estejam passando por situações difíceis.

Ainda mais grave é a crítica, a crença de que uma pessoa "sabe mais" do que as outras, ou que é superior. Pode implicar dificuldade para perdoar.

O grau mais elevado do ódio origina-se na inveja, no ciúme, no egoísmo e em outros sentimentos semelhantes, e a própria pessoa que sente o ódio sofre seus efeitos. Um relato no Antigo Testamento nos mostra isso. Ver Daniel 6:1–25. Um rei deixou-se influenciar pelas mentiras dos sátrapas e presidentes de seu reino, que tinham ciúmes de Daniel. Por isso, o rei encontrou-se em uma situação que exigiu que ele ordenasse que Daniel fosse lançado à cova dos leões. Daniel pediu ajuda a Deus e não foi machucado, mesmo tendo passado a noite toda com os animais. O rei, que se havia entristecido muito com a possibilidade de perder Daniel, lançou então na cova os acusadores deste, juntamente com suas esposas e filhos. E eles foram atacados imediatamente. Isso é prova clara de que o ódio tem um efeito autodestrutivo. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss), explica em Ciência e Saúde com Chave das Escrituras: "O único poder do mal é destruir-se a si mesmo. Nunca pode destruir nem sequer uma partícula do bem. Toda tentativa do mal para destruir o bem é um malogro e só contribui para castigar peremptoriamente o malfeitor." Ciência e Saúde, p. 186.

Por isso, não precisamos "detestar" a pessoa que sente ódio; devemos amá-la, reconhecendo que sua natureza real é espiritual, a imagem e semelhança de Deus. No verso seguinte, extraído do poema da Sra. Eddy intitulado "A Oração Vespertina da Mãe", percebemos a base espiritual necessária para amar os outros, mesmo àqueles que talvez nos odeiem:

Feliz me faz por meu atroz chorar,
Por desalento, ingratidão, desdém.
Espera, ama, ante ódio e mal,
Pois perda é ganho. Deus é o sumo bem.Hinário da Ciência Cristã, No 207.

Nesta breve ordem "ama, ante ódio e mal", a Sra. Eddy contrasta duas inclinações da humanidade: odiar e amar. Por isso, se estamos expressando um pouco de ódio, seja sob a forma de apatia, antipatia, crítica ou hostilidade, estamos nos afastando de Deus e de nossa verdadeira natureza como Sua semelhança. Em Ciência e Saúde e em seus outros escritos, a Sra. Eddy usa o termo Amor como sinônimo de Deus; e como Deus é o único Criador, o homem, em realidade, só pode expressar amor. Esse Amor só conhece o que é bom. Conseqüentemente, nós podemos e devemos combater qualquer manifestação de desamor, com o próprio amor. Isso nem sempre é fácil, especialmente quando o ódio já chegou ao nível da hostilidade. Então a única solução para o problema é amar, como ordena o hino, ou seja, tornar-nos cada vez mais cônscios do homem verdadeiro, a criação perfeita de Deus, até neutralizar todo e qualquer ataque do ódio e eliminá-lo completamente de nossa consciência.

O primeiro passo para amar corretamente consiste em sermos capazes de perdoar, ou seja, reconhecer que não há nada que não possa ser perdoado. Precisamos apenas nos lembrar de que na cruz, Cristo Jesus conseguiu orar a Deus com as seguintes palavras: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Lucas 23:34. O mais importante nisso é que Jesus perdoou (senão ele não seria capaz de pedir que seu Pai os perdoasse), sem que ninguém lhe tivesse pedido perdão. Pelo contrário, as pessoas ainda caçoavam dele na cruz. E nós, que não fomos crucificados, seríamos capazes de perdoar? Sim, e não precisamos esperar que nos peçam perdão, porque sabemos que nada de mau pertence ao filho de Deus, e que só existem filhos de Deus, não importa o quanto a evidência humana possa afirmar o contrário.

Como reflexo de Deus, o Amor, só possuímos qualidades divinas, tais como amor, inteligência e bondade. Por isso, deveríamos nos empenhar para expressar essas qualidades divinas cada vez mais em nossa consciência e na maneira como tratamos nosso semelhante.

Gostaria de compartilhar um relato que mostra como essa maneira de amar nos pode ajudar. Havia algum tempo que eu vinha sofrendo de um mal estar físico que não conseguia superar com minha própria oração. Resolvi então conversar com uma praticista da Ciência Cristã; para pedir que ela orasse por mim. Essa pessoa me conhecia bem e sabia de minhas atividades. A princípio, ela permaneceu em silêncio. Então me disse que uma carta que eu havia endereçado à Diretoria da igreja filial da qual éramos membros, tinha abalado diversas pessoas, pelo fato de expressar uma grande falta de amor. Depois dessa conversa, nos despedimos.

Embora eu não tivesse percebido o que havia feito de errado, tive a forte sensação de que a praticista havia sido inspirada por Deus a me dizer aquilo. Então, humildemente, pedi que me devolvessem a carta. Nesse momento percebi meu erro: eu não estava vendo meu próximo como o reflexo perfeito de Deus. Contudo, ao juntar toda a minha humildade, tornei-me receptiva à luz que o Amor divino projetava sobre mim, o que permitiu que eu reconhecesse meu erro. Com esse reconhecimento, fiquei curada. Em qualquer situação, podemos pedir que Deus, o Amor que está sempre presente, nos permita ver o que está certo. Deus, o Amor, é onipotente. Ele governa o universo inteiro, e nesse universo nada mau ou detestável pode existir. Como reflexo de Deus, o Amor, só podemos ter qualidades divinas como amor, sabedoria e pureza. Nosso objetivo deve ser o de expressar essas qualidades cada vez mais em nossa vida.

Ser capaz de perdoar, ter fé no bem, e amar os outros são armas eficazes contra o mal. Diante do Amor, até mesmo o maior ódio perde todo o seu aparente poder, como a Sra. Eddy nos diz tão claramente em Ciência e Saúde. Ela escreve: "O ódio humano não tem mandato legítimo nem reino. O Amor está entronizado." Ciência e Saúde, p. 454.

Por isso, devemos amar as pessoas com quem travamos conhecimento, ou seja, reconhecer que todos são a imagem e semelhança perfeita de Deus. Esse esforço de nossa parte apressará a vinda do dia em que o mal e o ódio desaparecerão de nossa experiência.

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