Existem tantas perguntas e questões sobre relacionamento entre moças e rapazes, hoje em dia! Em minha própria experiência, quando jovem, eu dava tamanha importância ao namoro, que simplesmente me atirava por inteiro nos relacionamentos e tenho certeza de que isso assustava todas as moças que eu namorava. E lá estava eu, o romântico incorrigível, o artista sofredor que vivia com o coração na mão. Estava à procura de uma parceira para a vida toda, meu único e verdadeiro amor, e depois de sairmos apenas uma vez, eu tinha certeza de que era ela.
A cada experiência, eu aprendia lições de inestimável valor. Eu estava adquirindo uma compreensão valiosa sobre a verdadeira feminilidade e masculinidade. Por fim, consegui sentir uma incrível alegria em estar simplesmente comigo, sentir um pouco de minha própria inteireza, dada por Deus. Foi aí que conheci a moça que seria minha esposa. O que se seguiu para nós foi diferente. Dessa vez namorar foi natural e sem esforço. Nosso namoro levou ao noivado e depois a um casamento feliz.
Será que a compreensão de nossa própria inteireza como expressão de Deus ficou antiquada e obsoleta, na década de noventa? Não, não ficou. Aliás, como estudante da Ciência Cristã, compreendi que é a chave para bons relacionamentos. À medida que compreendemos nossa verdadeira natureza espiritual, nossa individualidade à imagem de Deus, que é completa, resplandecente e satisfeita sob todos os aspectos, trazemos a luz dessa compreensão para os nossos relacionamentos. Ao invés de nos concentrarmos em procurar alegria, integridade, amor, pureza, em alguém que não sabemos onde se encontra, podemos reconhecer que já possuímos essas qualidades como imagem e semelhança de Deus.
Contudo, o fato espiritual de que o homem é completo não significa que temos de ficar sozinhos. Não significa que tenhamos de nos resignar ao isolamento ou a alguma espécie de auto-esquecimento, ou que devamos simplesmente dizer, sem compreensão: "Eu sou completo. Não preciso de nada nem de ninguém." Demonstramos nossa inteireza passo a passo, através do crescente reconhecimento e expressão do Amor divino. A natureza do Amor divino é expressa quando nos amamos um ao outro com abnegação. É expressa quando seguimos mais fielmente o exemplo de Cristo Jesus, que demonstrou a unidade do homem com Deus.
Durante certa época de minha vida, passei por dois relacionamentos turbulentos, um atrás do outro. Ambos, pensava eu, estavam direcionados para o casamento, mas ambos chegaram a um fim doloroso. Em ambas as situações, houve motivos e razões distintas para terminar. Eu estava buscando um crescimento em direção a Deus. Todas as músicas tristes, trágicas, de amores não correspondidos, que havia ouvido no rádio, não combinavam com a satisfação que eu vislumbrava nas declarações de cura na Bíblia.
Fiquei impressionado com a parábola do filho pródigo, de Cristo Jesus, especialmente pelo modo carinhoso e cheio de perdão com que o pai recebeu o filho que voltava para casa, após uma temporada de vida irresponsável. Ver Lucas 15:11–24. Descobri que para o Pai eu sou sempre querido. Dessa sensação de união com nosso Pai-Mãe Deus, vem um enorme senso de amor e de alegria para compartilhar.
Também li em Ciência e Saúde, da Sra. Eddy: "As rajadas gélidas da terra podem desarraigar as flores dos afetos e espalhá-las aos ventos; mas essa ruptura dos laços carnais serve para unir o pensamento mais estreitamente a Deus, pois o Amor sustenta o coração em luta, até que este cesse de suspirar por causa do mundo e comece a estender as asas rumo ao céu." Ciência e Saúde, p. 57. Essa declaração me trouxe uma maior compreensão do cuidado inextinguível de Deus por Seus filhos.
Compreendi que um relacionamento certo não precisa levar uma eternidade de tentativas e procura. Aliás, nem precisamos esperar por outra pessoa para achar o bem que procuramos. Através da oração, podemos vislumbrar e começar a experimentar nossa inteireza agora mesmo. Isso faz parte de nosso constante crescimento em direção a Deus, uma aventura que vale a pena!
 
    
