Imagine Que Um exército cruel e bem equipado tenha devastado grande parte de um território e suas cidades e que, agora, esteja sitiando a capital. Como a cidade está cercada, a escassez de comida e suprimentos é uma ameaça a mais para os cidadãos sitiados. Não há auxílio imediato disponível e parece que o único país com condições suficientes para ajudar, está longe e relutante. As forças hostis estão, também, fazendo guerra psicológica, no empenho de abater o ânimo do povo. Estão continuamente passando notícias de que não está vindo nenhuma ajuda para eles e que sua situação é sem esperança.
Todos nós conhecemos cidades ou nações que parecem estar isoladas assim. Algumas, como Sarajevo, sofreram com a guerra. Outras, com o terrorismo. Para outras, desastres, como terremotos, dificultaram o acesso a certos pontos da cidade. Em grandes áreas urbanas, o inimigo pode ser a droga, ou o crime, que às vezes assola bairros inteiros, levando as pessoas a se sentirem sitiadas.
A Bíblia contém diversos relatos sobre cidades que enfrentaram situações terríveis. Também registra como os governantes dessas cidades reagiram e quais foram as conseqüências. Ao estudar esses relatos na Bíblia, nota-se como a lei de Deus e a confiança nEle produziram os melhores resultados para os habitantes.
No segundo livro de Reis, encontramos duas histórias para lelas, a de Oséias, rei de Israel, e a de Ezequias, rei de Judá. Esses reis foram atacados sucessivamente por reis da Assíria, que é o Iraque de hoje. A capital de Israel, Samaria, caiu sob o avanço dos exércitos, mas a capital de Judá, Jerusalém, embora sitiada, não foi destruída. A Bíblia narra que Israel foi derrotado "porquanto não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus; antes, violaram a sua aliança e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado; não o ouviram, nem o fizeram", enquanto Jerusalém foi salva porque Ezequias orou a Deus. Ver 2 Reis 18-19.
A oração de Ezequias reconheceu a Deus como o Criador de tudo, dos céus, da terra, e de todas as nações sobre a terra. Ezequias estava afirmando que Deus é a única causa. Além disso, reconheceu que sua melhor defesa era volver-se a Deus em oração. Desse modo, ele pôde salvar sua cidade e seu país. O que ocorreu foi exatamente isso. Sem precisar lutar fisicamente contra o inimigo, Ezequias ficou olhando, enquanto o exército atacante arrumava suas trouxas e retornava para a Assíria. O que acontecera? Confiando em Deus, Ezequias não se deixara intimidar pela força mortal nem cedeu à tentação de recorrer a essa força para defender-se. Ele fez isso porque compreendia o poder de Deus e nele confiava.
Mary Baker Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã,Christian Science (kris'tiann sai'ennss) Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: "Só há uma causa primária. Portanto, não pode haver efeito algum de qualquer outra causa, e não pode haver realidade naquilo que não proceda dessa causa grande e única." Ciência e Saúde, p. 207. É muito importante observar o esforço que Ezequias teve de fazer a fim de ver essa prova do controle de Deus. Temos de orar com a mesma dedicação para salvar nossa própria cidade, e todas as cidades, dos exércitos, das lutas e das pragas que as atacam e que parecem ser tão poderosos.
Sua melhor defesa era volver-se a Deus em oração. Desse modo, ele pôde salvar sua cidade e seu país.
Quando não oramos como Ezequias, mas sim reagimos com ódio e medo, estamos, em realidade, rejeitando os mandamentos de Deus e negando Sua competência para governar. Não reconhecendo a Deus como o único poder, não conseguimos ouvir Sua voz e perceber Sua orientação. Aprendemos, então, que confiar em forças materiais não pode nos trazer segurança e estabilidade permanente.
Em nossa cidade, o inimigo talvez seja a droga, ou a agitação política, ou o crime. Temos de reagir como Ezequias, com a oração imediata, constante, sincera e prática. A cidade da criação de Deus é protegida, mantida e suprida por Deus. Sua utilidade, beleza e paz expressam o equilíbrio do poder de Deus sempre presente.
O que fazer se nossa cidade já tiver sido destruída ou assolada por um exército, pelo crime ou pela pobreza, e agora parece desolada? Será que Deus não quer mais ou não pode mais nos ajudar? Pelo contrário, mais do que nunca devemos recorrer a Deus, e a oração conscienciosa é muito apropriada para esses momentos. A capacidade de Cristo Jesus para ressuscitar Lázaro, depois de este estar sepultado quatro dias, prova esse ponto. Ver João 11:1–44.
Quando as pessoas se deparam com a monumental tarefa de reedificar uma comunidade, muitas vezes já aprenderam que a força física não pode proteger nem guiá-las. Essa compreensão, como a oração de Ezequias, faz voltar o pensamento para o poder e a orientação espirituais. Como Deus é o bem e, portanto, não cria o mal nem o apóia, nós temos a capacidade de prosseguir com visão espiritual, diante de esperanças e sonhos destroçados.
O livro de Neemias, na Bíblia, é um exemplo desse poder de Deus para orientar o reerguimento de uma cidade. Neemias foi guiado passo a passo nessa tarefa aparentemente impossível. Cada vez que enfrentava um novo obstáculo, ele primeiro orava e depois conseguia continuar na direção certa. Sua oração como a de Ezequias, era o reconhecimento da infalível direção e proteção de Deus. Por fim, mesmo os inimigos de Neemias tiveram de reconhecer a presença e o poder de Deus.
Em minha cidade, os moradores começaram a fazer passeatas nas ruas onde as drogas e o crime têm sido predominantes. A esperança é de que tal demonstração de solidariedade comunitária afugente o elemento criminoso. Essa tática de mudar ou refazer um bairro, tem sido usada em muitos lugares. O poder espiritual por trás dessa atividade não está somente na presença coletiva de pessoas cumpridoras das leis, forçando a saída dos fora da lei, mas também no reconhecimento das leis de Deus.
Voltar-se para a lei divina revela a natureza espiritual do homem, que é bom e não é propenso ao mal. Nossa capacidade de acatar essa terna lei espiritual é a prova do Princípio divino que governa tudo. Quando tomamos posição e reconhecemos a lei de Deus, estamos nos recusando a aceitar a lei ou o poder material em nossa experiência e na vida dos que nos rodeiam. Essa maneira de orar atinge até mesmo os assim chamados elementos criminosos e tem o efeito de desarmar a intenção maldosa das pessoas.
Sem dúvida, Deus mesmo fortifica, mantém e renova Sua cidade. Devemos lembrar-nos de que é em Sua cidade que habitamos.
 
    
