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A salvo das ameaças do mal

Da edição de dezembro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Aos doze anos, mais ou menos, mudamo-nos para uma região do meu país, onde fazíamos parte do pequeno grupo de cristãos da cidade. Meu país de origem é o Irã e a Bíblia é proibida lá. Somente a um número muito pequeno de imigrantes é permitida a prática de sua própria religião cristã, mas esse privilégio não é estendido àqueles que se convertem e se afastam da religião oficial do país.

Na ocasião em que nos mudamos para essa cidade, para que meu pai pudesse trabalhar com missionários cristãos, ainda não havia, no país, o fundamentalismo rígido que há agora. As pessoas pareciam ser mais tolerantes com os cristãos. Entretanto, havia muitas outras pessoas que não toleravam a nossa conversão ao cristianismo e que nos hostilizavam abertamente. Minha irmã e eu tínhamos nos acostumado ao ódio que às vezes nos era dirigido, devido à nossa fé cristã. Não era raro, no trajeto para a escola, que alguma janela se abrisse e alguém cuspisse sobre nossa cabeça. Contudo, nossa confiança no amor de Deus era tão grande, que as perseguições pelas quais passávamos só nos tornavam ainda mais fortes na nossa fé cristã, e fomos salvas de muitos ataques do ódio alheio.

Essas experiências da infância me foram úteis mais tarde, na vida. Aprendi que nenhum terror, de qualquer espécie, jamais pode nos tocar de verdade. Não quando sabemos quem realmente somos e onde realmente estamos. O Salmo 23 exprime esse pensamento. Minha irmã e eu havíamos memorizado esse Salmo, quando éramos pequenas, mas foi somente quando comecei a estudar a Christian Science, que cheguei a entender seu significado verdadeiro.

“O Rei do Amor é meu Pastor,...”

A idéia espiritual de Deus, que Ciência e Saúde revela, ao apresentar o Salmo 23, fez tanto sentido quando o li! O primeiro verso diz: “(O AMOR DIVINO) é o meu pastor: nada me faltará” (p. 578). Durante anos eu havia recorrido a esse Salmo para buscar conforto, sempre que sentia medo das hostilidades e do ódio. Agora, eu compreendia, pela primeira vez, o que realmente havia nos protegido e ajudado tanto. Fora o amor de Deus, o próprio Amor divino, que eu havia sentido ao nosso redor, e compreendi, então, que o poder do Amor é o antídoto universal contra o ódio.

Compreender a presença do reino eterno do Amor muda a atmosfera ao nosso redor. Traz para a nossa vida a evidência desse reino. O primeiro verso de um hino do Hinário da Ciência Cristã diz:

“O Rei do Amor é meu Pastor, Que sempre tem bondade; Eu dEle sou, Deus é Senhor, P'ra toda a eternidade.” (Nº 330)

Não importa onde estejamos, em qualquer parte do mundo, sob o regime que for, existe somente um reino verdadeiro — o universo perfeito, espiritual de Deus — e um governo, o governo do Amor. Esse governo nos mantém no Seu amor, aqui e agora, através de tudo o que possamos encontrar pela frente, seja qual for o problema com que nos defrontemos. O governo de Deus nunca nos decepciona e nós não podemos estar de fora do Seu governo. Quando compreendemos e sentimos o poder do Amor sempre presente, vemos a lei do Amor atuando exatamente onde estamos. Não existe nenhuma controvérsia onde há o amor de Deus; ele dissolve o ódio e o ressentimento.

O mal e o ódio, que parecem forças poderosas, não são nada mais do que sugestões agressivas de um poder separado de Deus. Induzem ao medo e à fascinação pelo mal. Temos de ser firmes ao defender o nosso pensamento, com base no fato de que a Mente divina é a única Mente. Então, o mal não pode ter acesso à nossa consciência, através de alguma sugestão, e nossa paz e nossa saúde não podem ser roubadas. À medida que cedermos à Mente divina, enchendo nossos pensamentos com o amor a Deus e ao homem, estaremos a salvo. Quando estamos conscientes do poder do Amor, as crenças más não podem nos alcançar.

O mal não é realmente uma coisa, um lugar, um nome, uma voz, uma pessoa ou um rosto, muito embora pareça ser tudo isso. Precisamos despersonalizar todo e qualquer senso de terror ou erro — ver que não tem identidade nem substância; ver que onde atua a lei de Deus, a lei do Amor, ou seja, em toda parte, o mal não tem nenhum poder, nenhuma realidade e nenhuma atividade. Esse reconhecimento destruirá qualquer sensação de medo ou discórdia, através do poder do Amor. Um dos meus trechos favoritos de Mary Baker Eddy, pode ser aplicado por qualquer pessoa que busca proteção contra o mal. Parte dele diz: “Amados Cientistas Cristãos, conservai vossa mente tão cheia de Verdade e Amor, que o pecado, a doença e a morte nela não possam entrar. É claro que nada se pode acrescentar à mente que já está cheia. Não há porta pela qual o mal possa entrar, nem espaço que o mal possa ocupar na mente repleta de bondade” (The First Church of Christ Scientist and Miscellany, p. 210).

A voz do mal, pretendendo ser poder, pode ser contra-ataca-da e destruída através da nossa receptividade à voz do Cristo. Em Ciência e Saúde, lemos: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332). O mal insinua-se em nossa mente como se fosse nosso próprio pensamento. Mas, suas sugestões agressivas, claramente, não são nossos pensamentos, porque não são a voz da Verdade; são as mentiras do sentido material, às quais não deveríamos dar nem poder nem realidade. Quando barramos a entrada de nossa consciência a uma sugestão má, comprovamos que ela e seus supostos efeitos não têm poder. Só pode nos prejudicar se a admitirmos na nossa consciência e nela acreditarmos.

Quando as ameaças do mal nos aterrorizarem, podemos sentir, através da oração, o poder do pastor, o Amor, que acalma a turbulência do pensamento. Uma ovelha nunca bebe água de uma torrente com águas turbulentas. Beber dessa torrente colocaria em risco a sua segurança. Por isso, o pastor tem de guiar as ovelhas para águas tranqüilas, onde não existe nenhum perigo para elas, ao beber. Semelhantemente, o cuidado do Amor divino nos afasta de pensamentos ansiosos e turbulentos, de imagens de terror ou violência, que sugerem que podemos nos tornar vítimas do mal. Quando cedemos à orientação do Amor e prestamos atenção ao “cicio tranqüilo e suave” da Verdade, o pensamento se aquieta e nós sentimos e vivenciamos o poder protetor do Amor. Tornamo-nos conscientes do universo do Espírito, perfeito e inteiramente bom, povoado de idéias espirituais de Deus, que estão em segurança, nEle mesmo. Compreendemos que a lei de Deus, o governo da única Mente divina, está atuando, é duradoura e mantém a paz e a harmonia. Essa é a realidade espiritual e, por ser a realidade, ela pode ser demonstrada na experiência humana.

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