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Natal — uma experiência de vida

Da edição de dezembro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Estamos acostumados A pensar no Natal como uma festa‚ uma comemoração; um dia em que lembramos o nascimento de Jesus. Todavia, para os que viveram pessoalmente os acontecimentos do primeiro Natal, aquele dia não foi uma simples festa de troca de presentes. Foi uma profunda experiência de vida.

A narrativa dos Evangelhos sobre o nascimento de Jesus inclui detalhes que nos dão um vislumbre do que essa experiência representou individualmente para cada um dos que estavam envolvidos com a natividade. Tomemos Maria, por exemplo; já meses antes ela tivera de vencer a dúvida e o temor, quando soube que estava grávida pelo Espírito Santo. José, de seu lado, sendo uma pessoa íntegra, deve ter tido de lutar contra o orgulho e o preconceito. Mas depois, ouviu a mensagem do anjo, que lhe disse para aceitar Maria e a criança que iria nascer. Amparados pelas mensagens angelicais, Maria e José cresceram espiritualmente e se prepararam para o Natal.

Quando o casal não encontrou pousada, em Belém, e ambos tiveram de enfrentar o nascimento do primogênito dentro de uma estrebaria, eles precisaram, sem dúvida, de muita confiança em Deus e de convicção espiritual a respeito da sua missão divina. Para eles, essa ocasião deve ter sido uma experiência de revelação divina, de vitória espiritual e de comunhão com Deus.

Para os pastores, participantes mais humildes desse acontecimento, deve ter sido marcante a experiência de ouvir a mensagem angelical e tomar consciência de que o Messias havia chegado. O simples fato de eles terem percebido os anjos e acreditado neles, mostra que eles estavam alertas, prontos para aceitar a revelação. Essa atitude mental lhes propiciou o privilégio de verem o cumprimento da profecia. Depois disso, muito provavelmente, a lembrança desse fato os acompanhou pelo resto da vida e influiu no seu progresso espiritual.

O que dizer, então, dos reis magos? Esses três sábios vinham se preparando com dedicação para a vinda do Messias, lendo as profecias e observando as estrelas. Viram a estrela do Salvador se elevar e, quando chegaram a Jerusalém, foram procurando informações para encontrá-Lo, chamando a atenção do rei Herodes. Contudo, quando de novo conseguiram ver a estrela, “alegraram-se com grande e intenso júbilo”, contanos a Bíblia (Mateus 2:10). E a experiência de encontrar o menino Jesus deve tê-los elevado espiritualmente. Advertidos divinamente para não voltar até Herodes, eles ouviram a mensagem e obedeceram-lhe. Embora a Bíblia não nos dê mais notícia deles, não podemos duvidar de que uma experiência tão rica como a que eles tiveram nesse primeiro Natal, tenha permanecido na lembrança e influído na vida deles.

Será que mesmo agora, praticamente dois mil anos depois, podemos fazer do Natal uma experiência de vida tão marcante e abençoada como o foi para esses personagens bíblicos? Receber, como eles, a bênção da revelação espiritual, que foi, e é, o âmago da missão de Cristo Jesus? Sim, podemos.

Na minha família, há alguns anos, faltavam poucas semanas para o Natal e o clima de compras, preparativos, decoração e correria, já tinha começado. A publicidade, ao nosso redor, estava a pleno vapor, mostrando tentadoramente tudo o que ninguém podia deixar de comprar para o Natal. Meu filho mais novo vinha, há dias, comentando sobre tudo o que desejava ganhar de presente, cobrando promessas quanto a isso. Isso criou muita tensão, pois parecia que nós não consequiríamos atender a todas essas expectativas.

Meu filho, que na época estava na pré-escola, amanheceu com o corpo todo coberto de pintinhas vermelhas. Fiquei sabendo que haviam surgido, nas escolas da cidade, diversos casos de varicela. Telefonei para um praticista da Christian Science, pedindo-lhe que orasse conosco. Eu sabia que não havia nenhuma lei de Deus que desse força à epidemia ou à doença. Ao contrário, Jesus havia demonstrado, através de suas obras, que a lei de Deus é uma força poderosa a favor da saúde e do bem-estar. Já havíamos tido diversas curas em nossa família, aplicando os ensinamentos de Jesus, conforme são explicados na Christian Science, por isso foi natural recorrer à oração naquele momento.

O praticista pediu que meu marido e eu lêssemos o artigo intitulado “Contágio”, do livro Miscellaneous Writings, de autoria de Mary Baker Eddy. Um trecho desse artigo chamou minha atenção de maneira especial: “Levados pela correnteza popular do pensamento mortal, sem questionar a confiabilidade de suas conclusões, nós fazemos o que os outros fazem, acreditamos no que os outros acreditam e dizemos o que os outros dizem. O consentimento geral é contagioso e torna contagiosa a doença” (p. 228).

Ao ler o trecho acima, percebi que esse contágio mental da ansiedade quanto a coisas materiais, precisava ser curado. Decidi compreender melhor, eu mesma, o verdadeiro significado do Natal, o progresso espiritual que aquele evento havia proporcionado às pessoas da época e, mais tarde, à humanidade em geral. O crescimento espiritual era o que realmente precisava fazer parte das comemorações, e era a única expectativa legítima para o Natal.

Nesse caso específico, crescimento espiritual significava sentir, como verdadeiras, as palavras de Cristo Jesus, no Novo Testamento, com relação a não ficar ansioso nem temeroso com o corpo. Jesus disse aos seus seguidores: “...por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançado no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” (Mateus 6:28-30). Vencer a ansiedade dessa forma, substituindo-a pela confiança na onipresença do bem infinito, Deus, era, para mim, a melhor comemoração do Natal.

Traduzi tudo isso em palavras acessíveis a uma criança de cinco anos e conversei a esse respeito com meu filho. Fiz com que ele visse que Deus já lhe havia dado muitas coisas boas e continuaria a proporcionar-lhe todo o bem necessário, sob a forma de alegria, paz, saúde, amizades e muito mais. Nem nós, pais, nem ele, precisávamos nos preocupar com compras e com brinquedos, com as comparações com outras crianças ou com aquilo que a televisão dizia.

O menino dormiu bem à noite e no dia seguinte não tinha o mínimo sinal da doença. Foi para a escola e participou das atividades normais daqueles últimos dias do ano escolar.

Todas as vezes que compreendemos algo mais dos ensinamentos de Cristo Jesus, e os colocamos em prática, sentimos na nossa vida o valor que teve, para a humanidade, o nascimento daquele menino, no primeiro Natal. Presenciamos o nascimento de uma nova idéia espiritual, de uma compreensão mais elevada que traz a paz e a cura. Participamos, de certa forma, da mesma experiência dos pastores, dos reis magos, de José e de Maria. Aprendemos algo profundo, como eles aprenderam. E para isso, aliás, não precisamos esperar um dia especial do ano. Podemos ter essa experiência todos os dias.


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