Perdoar não é tão difícil, quando compreendemos que nada pode nos forçar a odiar ou machucar alguém, pois todos nós somos verdadeiramente os filhos de Deus, o Amor. Mateus teve duas experiências, comprovando que o perdão é que conduz à cura, não a raiva nem a vingança,.
Mateus estava ajudando o pai a cortar a grama. Parecia que a grama era sempre muito alta, no verão. Ele não se importava, pois gostava de dirigir o cortador de grama, era divertido. Certa tarde, porém, a máquina de cortar grama passou por cima de um ninho de marimbondos. Os insetos, assustados, foram em cima de Mateus, picando-o em muitas partes do corpo. O pai o carregou para dentro de casa, para junto da mãe; tiraram-lhe a roupa para procurar mais marimbondos e removeram todos. Enquanto isso, falavam da ternura de Deus e do constante amor que Ele tinha por toda a Sua criação. Esse amor incluía não só Mateus, mas também os marimbondos. Deus é Amor, e nem Deus nem Seu amor são limitados. Ele não tira o amor de uma de Suas preciosas idéias para dá-lo a outra — Seu amor por todos é infinito. Aliás, o Amor infinito, que é o próprio Deus, nos protege de qualquer coisa prejudicial. Então, na realidade, nada havia machucado Mateus, pois o amor infinito e protetor de Deus havia estado ao redor dele em todos os momentos.
Esse pensamento animou o menino, apesar do inchaço e da dor. Embora as picadas doessem, Mateus sabia que precisava se volver completamente a Deus para obter ajuda. Deus lhe deu uma resposta imediata: “Você deve perdoar os marimbondos.”
A princípio, isso parecia impossível. Mas quando Mateus contou a seus pais essa idéia, eles explicaram que, sem o perdão, seria difícil haver progresso e ver a cura. Disseram que ter ressentimento era como segurar na mão um carvão em brasa. Enquanto o segurasse, a mão continuaria queimando. A única forma de fazê-lo parar de queimar era jogá-lo fora.
Na Escola Dominical, Mateus tinha aprendido a Oração do Senhor, dada ao mundo por Cristo Jesus (ver Mateus 6:9–13). Uma parte dela diz: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.” Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy inclui o que ela entende ser o sentido espiritual dessa Oração. Sobre o perdão, diz: “E o Amor se reflete em amor” (p. 17).
Mateus pensou: “Se Deus me ama, não importa o que aconteça, e se eu expresso o amor de Deus, então eu devo amar não importa o que aconteça. Eu tenho de amar e perdoar os marimbondos, porque Deus também os ama.” À medida que Mateus pensava nessa idéia de perdão, a dor cessou. Ele percebeu que estava no caminho certo. Estava aprendendo a jogar fora o carvão em brasa.
Sua mãe sugeriu que ele estudasse as Bem-aventuranças, na Bíblia. Uma delas realmente chamou sua atenção “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7). Ele achou que misericórdia e perdão eram muito semelhantes. Pensou como a misericórdia e perdão podem curar. Então ele entendeu! Ao perdoar os marimbondos, ele estava negando que poderia haver qualquer coisa prejudicial na criação de Deus. Estava expressando o amor incondicional de Deus por todas as Suas criaturas. E estava pondo em prática o fato de que, como reflexo de Deus, ele era realmente espiritual, não material.
Trabalhando com essas idéias e confiando em Deus para ajudá-lo a superar o problema, Mateus se curou de todas as marcas das picadas.
Ele, naturalmente, não se esqueceu dessa lição. Mais recentemente, quando estava brincando com seu gato, Woolfie, esta lhe deu uma unhada no rosto. As unhas entraram no nariz de Mateus e o arranhão sangrou muito. Ao invés de ficar com raiva e gritar com o gato, Mateus o pegou no colo e o consolou (Woolfie parecia perturbado com o que havia acontecido). Quase no mesmo instante o sangue parou. Mateus sabia que, por não ter reagido, ele havia expressado a qualidade cristã do perdão e o problema foi resolvido rapidamente.
Mateus aprendeu que o perdão realmente cura.
 
    
