Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Um Natal de Paz

Da edição de dezembro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Recentemente, li uma reportagem num jornal, falando das muitas guerras, atuais e passadas, que tiveram início com pretextos religiosos. Parece que o gênero humano considera a guerra como um meio de estabelecer a verdade e conseguir a paz. Já se falou, no passado, de “uma guerra para acabar com todas as guerras”, uma guerra para alcançar a paz!

Esse mesmo raciocínio contraditório toma forma muitas vezes em nossa vida pessoal. Brigamos para fazer valer a nossa “verdade”, acreditando que com isso conseguiremos a nossa paz para determinada situação.

Entretanto, todos os anos, pela época do Natal, ouvimos falar com mais ênfase em paz e fraternidade entre os homens. Mas o que é a “paz”? O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa diz, entre outras coisas, que paz é: “harmonia, tranqüilidade de alma”. Com certeza, essa harmonia e tranqüilidade jamais serão alcançadas pela guerra, seja de armas, de palavras, ou de pensamentos.

A esse respeito, encontramos uma lição interessante na Bíblia, no primeiro livro de Reis. O profeta Elias estava, de certa forma, em “guerra” com a rainha de seu país e os adoradores de Baal. Refugiara-se numa caverna, em busca da paz. De acordo com a história bíblica, Deus o chamou e disse: “Sai e põe-te neste monte perante o Senhor.” O trecho continua: “Eis que passava o Senhor; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave” (19:11, 12).

O Senhor não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo, ou seja, não estava naquilo que o mundo considera poderoso. Foi no “cicio tranqüilo e suave” que Elias encontrou a paz.

A Christian Science, com seus ensinamentos baseados na obra de Cristo Jesus, traz até nós o “cicio tranqüilo e suave” da Verdade. Ela nos ensina a verdade de que somos idéias espirituais, filhos de Deus e herdeiros de um patrimônio que não pode ser medido quantitativamente, porque é infinito. Assim como temos à disposição infinitos algarismos para fazer nossas contas, assim também temos à nossa disposição o bem infinito que Deus criou e mantém. Ninguém sequer sonharia brigar pela posse dos números. Da mesma forma, não precisamos lutar contra ninguém para termos todo o bem e a paz. Não há limites para nós utilizarmos todas as maravilhas herdadas de nosso Pai-Mãe, Deus. A consciência desse fato nos possibilita sentir fraternidade em relação ao nosso próximo.

Todas as nossas ações têm início no pensamento. Sendo assim, devemos cuidar dos nossos pensamentos, purificá-los, para que sejam semelhantes aos de Cristo Jesus. Sempre que damos um passo de progresso nessa direção, estamos realmente comemorando o Natal, pois esse será o “nascimento” de uma nova idéia dentro de nós, será a “vinda” do Cristo em nossa experiência.

Em certa ocasião, eu estava no escritório de um amigo e falávamos de negócios. Eu notei, porém, que ele não estava de bom ânimo e perguntei-lhe o que estava acontecendo. Ele prontamente se pôs a contar o motivo de sua angústia. Estava muito desgostoso com as atitudes de sua filha e do namorado dela e sentia-se coberto de razão nesse ressentimento. Contou-me em detalhes o que ele e sua esposa estavam dispostos a fazer para castigar o jovem casal. Foi um longo desabafo e, depois disso, ele perguntou: “O que você acha?”

Fiz-lhe ver que a reação dele e de sua esposa estava sendo ditada pelos valores sociais e não pelo amor ao próximo — amor que Jesus tanto valorizava. A filha e o namorado dela também eram “o próximo” e estavam precisando de amor. A violência, ainda que meramente verbal, não iria trazer a paz na família. O amor sim, traria paz a ele e a todos. A misericórdia que Cristo Jesus demonstrou em seu exemplo, era o que realmente restauraria a harmonia que Deus nos dá. Meu amigo ouviu e prometeu mudar seu modo de pensar com relação a sua filha e ao namorado.

Passado algum tempo, um dia ele telefonou para me agradecer. Disse que a família havia voltado à harmonia e que a filha e o rapaz haviam marcado o casamento. Reconheceu que o amor havia restabelecido a paz.

A Sra. Eddy afirma, em Ciência e Saúde: “Cabe ao sentido espiritual governar o homem” (p. 206). Se nossas ações são governadas por pensamentos de orgulhi, crítica, amor próprio ferido, ou pela crença de que o bem seja limitado e pode acabar, então somos levados à guerra. Quando, porém, nos deixamos governar pelo sentido espiritual, pela consciência de que o Amor, e portanto o bem, é infinito, onipresente e inclui a todos, então sentimos a paz que o mundo almeja, aquela paz que desejamos uns aos outros nos cartões de Natal.

É o sentido espiritual que nos faz viver um Natal de paz e fraternidade, todos os dias.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 1999

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.