“O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade.” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24.)
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science para o período de outubro, novembro e dezembro.
29 de novembro a 5 de dezembro
DEUS, A CAUSA ÚNICA E O ÚNICO CRIADOR
Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles. (Isaías 65:23)
“Debalde” significa: “em vão, inutilmente”. A Bíblia na Linguagem de Hoje dá a seguinte versão para esse versículo: “Todo o seu trabalho dará certo, e os seus filhos não acabarão na desgraça; pois eles e os seus descendentes serão a raça que eu abençoarei para sempre.”
Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí. (Gênesis 17:5)
O nome “Abrão” significa: “O pai é enaltecido”, enquanto que “Abraão” significa: “Pai de uma multidão”. Era costume, nos tempos bíblicos, que o nome revelasse algo da identidade da pessoa, por isso todos os nomes tinham um significado e eram alterados, quando ocorria uma mudança importante no caráter.
O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam. (Isaías 58:11)
Na cultura hebraica, os ossos representavam a estabilidade básica do eu. Assim, Provérbios 15:30 diz que “as boas-novas fortalecem até os ossos”. Em contraposição, o Salmista diz, em Salmos 31:10: “.. . debilita-se a minha força, por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.”
6 – 12 de dezembro
DEUS, O PRESERVADOR DO HOMEM
Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. (Salmos 46:4)
Um comentário bíblico diz que o “rio” simboliza a fonte perene da vida que é a presença de Deus.
Pão dos céus lhes deste na sua fome e água da rocha lhes fizeste brotar na sua sede; e lhes disseste que entrassem para possuírem a terra que, com mão levantada, lhes juraste dar. (Neemias 9:15)
A mão levantada tem o sentido figurado de juramento mas, no pensamento hebraico, também simboliza “grande poder”. Neste capítulo, Neemias relembra ao povo suas origens e as anteriores manifestações do poder de Deus, pois o povo havia perdido seu senso de identidade e sua relação com Deus.
Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. (Isaías 2:2)
O “monte da Casa do Senhor” é uma referência poética ao Monte Sião e, por extensão, à cidade de Jerusalém e ao Templo, onde estava a Arca que guardava as tábuas da lei, os Dez Mandamentos. Essa Arca simbolizava a presença de Deus e de Seu poder. É o reconhecimento desse poder que será alcançado por “todos os povos”.
13 – 19 de dezembro
É O UNIVERSO, INCLUSIVE O HOMEM, EVOLUÍDO PELA FORÇA ATOMICA?
O Senhor preside aos dilúvios; como rei, o Senhor presidirá para sempre. (Salmos 29:10)
A palavra traduzida como “dilúvio”, significa no hebraico “oceano celeste” cujas comportas foram abertas por ocasião do dilúvio mencionado em Gênesis 7:11. Essa palavra é sempre usada na Bíblia para se referir ao evento dos tempos de Noé, mas alguns comentaristas acham que esse versículo de Salmos é uma exceção. Nele, o Salmista estaria se referindo exclusivamente à abóbada celeste, indicando que Deus é o rei de toda essa extensão. Outros consideram que, se o autor desse Salmo tinha em mente o dilúvio do Gênesis, ele estaria então se referindo à destruição de todo o mal, que o relato bíblico simboliza. Outros ainda vêem nessa frase a afirmação de que o Senhor é mais poderoso do que qualquer dilúvio que possa ocorrer.
Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe. (Isaías 29:16)
A palavra traduzida como “perversidade” tem o sentido de “inversão da ordem natural estabelecida, pôr as coisas de cabeça para baixo”. Ela não tem o sentido de “ruindade”, como a usamos hoje em dia.
Porventura, dentro em pouco não se converterá o Líbano em pomar, e o pomar não será tido por bosque? (Isaías 29:17)
No original, a palavra “pomar” é também o nome próprio “Carmelo” que designa uma pequena cordilheira a que a Bíblia se refere como Monte Carmelo, assim chamado justamente por ser cheio de pomares. O Líbano, nos tempos bíblicos, era conhecido por seus bosques. Assim sendo, o que o versículo diz é que o bosque (o Líbano) se transformará em pomar, e o pomar (o Monte Carmelo) se converterá em bosque. Com isso, o profeta queria indicar a inversão de um estado aparente das coisas, mensagem que fica mais clara nos versículos seguintes.
20 – 26 de dezembro
CHRISTIAN SCIENCE
Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. (Lucas 2:8)
A essa altura da história judaica, em que grande parte da população morava em cidades, os pastores eram considerados como classe inferior pelos escribas e fariseus pois, tendo de viver nos campos, não podiam cumprir todas as ordenanças e rituais religiosos a que os judeus estavam sujeitos.
Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor. (2 Timóteo 2:19)
A palavra traduzida como “fundamento” indicava uma pedra em que se inscrevia o nome do proprietário ou do construtor do edifício. O autor dessa epístola faz aqui duas citações. A primeira é de Números 16:5 e a segunda é de Números 16:26, embora com redação um pouco diferente. Um comentarista faz notar que, na última frase, requer-se o cristão se aparte do que é errado, ou seja, não importa se ele estava antes no erro, o que importa é que dele se aparte.
Bibliografia
Strong's Exhaustive Concordance of Bible
The One Volume Bible Commentary de J. R. Dummelow
Estudo Perspicaz das Escrituras, Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
A Bíblia na Linguagem de Hoje, Sociedade Bíblica do Brasil
The Interpreter's Bible
John Gill Expositor
The New Westminster Dicitionary of the Bible
